O secretário municipal de Mobilidade Urbana, Miguel Passini, apresentou na terça-feira a nova tabela do cálculo do transporte coletivo de Santa Maria. O valor de R$ 2,9385 foi revelado durante a reunião do Conselho Municipal de Transportes. Se aprovado, o reajuste de 13% sob a tarifa atual vai contribuir para a inflação local bater recordes.
Logo que o preço dos combustíveis tinha sido reajustado, no início do mês, a Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) chegou a projetar que a atualização dos custos elevaria a passagem para R$ 2,95. O último reajuste foi em fevereiro de 2014, quando a tarifa passou de R$ 2,45 para R$ 2,60. A proposta deve ser votada em reunião do conselho nesta sexta-feira.
De acordo com o secretário, os itens que mais pesaram no cálculo foram os custos com funcionários (cerca de 40%) e com combustível (de quase 20%). Além disso, a ocupação diminuiu nos últimos doze meses, reduzindo o índice de passageiros por quilômetro rodado (IPK) de 1,98 para 1,94.
No último ano, aumentou a quantidade de quilômetros rodados e também a frota de coletivos na cidade, mas a quantidade de usuários diminuiu. Achamos este preço justo explicou o secretário.
Passini também solicitou uma alteração na lei que regulamenta a publicidade nos ônibus, os chamados busdoor, pedindo que 100% do valor arrecadado seja revertido em melhorias no sistema de transporte. Hoje, 30% é usado para melhorias e 70% fica com as empresas.
Cinco pediram vistas
Das 17 representações do conselho, 16 estiveram presentes na reunião. Apenas a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) não participou. Cinco entidades pediram vistas do novo cálculo apresentado pela prefeitura: União das Associações Comunitárias de Santa Maria (UAC), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Diretório Central dos Estudantes (DCE), Sindicato dos Contadores e Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros.
O debate precisa ser feito. Quando a economia apresentou períodos melhores, não houve redução do valor da tarifa. Precisamos repensar a margem de lucro dos empresários afirmou o representante do DCE, Lucas Leismann.
Gratuidades impactam
Atualmente, cerca de 18% dos usuários pagam meia passagem e 12% têm gratuidade. Com isso, os demais usuários pagam 30% a mais para subsidiar os valores que deixam de ser arrecadados. Esse é um dos argumentos da ATU para afirmar que os custos das gratuidades sejam pagos pelo governo, e não pelos passageiros.
As empresas não têm isenção de impostos e não recebemos subsídios dos governos. Tivemos aumento de combustível e energia elétrica recentemente, mas ninguém saiu para a rua para protestar. A conta agora vai ficar na mão de toda sociedade disse Edmilson Gabardo, representante da ATU.
Por enquanto, ar e licitação não são prioridades
Um dos motivos apontados pelos empresários para a redução no número total de passageiros dos coletivos em Santa Maria é a piora no trânsito da cidade. Segundo a ATU, como os ônibus circulam cada vez mais devagar, sobretudo nos trajetos mais movimentados, como do Centro a Camobi e à Região Oeste, muita gente tem deixado o transporte coletivo e optado pelos carros.
Para a prefeitura, a principal melhoria que o sistema necessita atualmente é o tempo de deslocamento no trânsito. Por enquanto, também não há previsão para ser realizada uma licitação do serviço, prometida desde o ano passado pelo município. Segundo o secretário Passini, o processo está parado em função da indefinição sobre os ônibus rápidos, os BRTs.
Sobre a instalação de aparelhos de ar condicionado nos ônibus, o secretário Passini a"