O asfalto da Avenida Liberdade deixará, este ano, de ter confete e purpurina. Passistas e os caminhões com as alegorias não vão desfilar pela passarela do samba. A decisão da administração do prefeito Cezar Schirmer (PMDB) em cancelar o Carnaval de Rua do município, que ocorreria nos dias 11 e 12 de março, pega carona no delicado momento financeiro estadual e nacional. A decisão do governo Schirmer causou revolta e indignação junto aos dirigentes carnavalescos.
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No fim da manhã de segunda-feira, o chefe do Executivo informou à imprensa as motivações para a decisão. Ao lado dele, amparada em dados técnicos, a secretária de Finanças, Ana Beatriz Barros, assegura que o martelo foi batido com um só objetivo: manter as finanças do município em dia frente a um 2016 com previsões nada animadoras para a economia.
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Ana Beatriz embasa as alegações do município em números. Ela cita que a decisão pelo cancelamento ocorreu analisando a primeira quinzena deste mês. Segundo ela, a luz de alerta se acendeu no momento em que se constatou a redução de repasses da União e do Estado, assim como uma queda na arrecadação própria de tributos municipais.
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Além disso, os últimos dois meses de 2015 foram de retração das receitas próprias em comparação com o mesmo período de 2014. Por todo esse contexto, a secretária entende que, no momento, esta foi a melhor decisão:
Tudo é prioridade dentro de uma administração pública. Agora, é preciso entender uma coisa: há prioridades essenciais que são a educação, a saúde e o salário de nossos funcionários.
Muitos dirigentes de escola de samba questionaram a falta de planejamento por parte da prefeitura, ao dizer apenas dois meses antes da festa que não haveria recurso para a realização da festa popular. A secretária Ana Beatriz explica que essa previsão ocorre a cada começo de ano, quando se tem uma previsão do que pode ou não ser executado:
A questão é que tem o orçamento (para a realização do Carnaval), mas, no momento, não há dinheiro.
Menos dinheiro
Ana Beatriz enfatiza que não há dinheiro para a realização da festividade. Contudo, ela pondera que há, dentro do orçamento do município, a previsão de R$ 600 mil para que a Secretaria de Cultura realize eventos, ao longo do ano, como o Carnaval, Feira do Livro, entre outros.
O próprio prefeito Schirmer sinaliza que a festa pode ocorrer em outro momento do ano, em caso de entendimento dos dirigentes das escolas de samba:
Nenhum governo colocou tanto recurso quanto o nosso no Carnaval. Se fosse em julho, não cancelaria o carnaval. Como é agora, não tenho como bancar.
Em 2015, a prefeitura colocou R$ 800 mil na realização do Carnaval valor entre repasse de verbas às escolas de samba e com a estrutura para o Carnaval.
Entre fazer algo mal feito ou ruim para a população e escolas optamos por não fazer assevera Schirmer.
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