Foto: Jean Pimentel (arquivo Diário)
Há quase oito anos, no dia 2 de março de 2016, o Inter-SM anunciava a saída do técnico Fernando César Silva, o Neneca, após 41 dias de trabalho. A Divisão de Acesso daquele ano ainda nem havia começado quando o carioca se despediu do clube.
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Na época, ele deixou a Baixada com a certeza de que faria uma boa campanha e classificaria a equipe para o Gauchão.
– Com trabalho, dignidade e planejamento, chegaríamos (ao acesso). Nós traçamos metas, sabíamos para quem poderíamos perder e de quem precisávamos ganhar. O trabalho estava sendo bem feito. Os jogadores aceitaram e entenderam nossos esquemas táticos – relembra Neneca.
Apesar de ter ficado muito chateado com o término do projeto, Neneca garante que não guarda mágoas da diretoria na época:
– O presidente Heriberto Marquetto e o restante da diretoria sempre quiseram o melhor para o Inter-SM. Fizemos uma adaptação boa e rápida. Infelizmente não deu certo.
De acordo com o treinador, a influência de empresários que representavam atletas do clube prejudicaram seu trabalho e o fizeram ser demitido.
Após a passagem relâmpago por Santa Maria, o treinador passou por outros clubes do país e da América Latina. Atualmente, trabalha na preparação de atletas que visam atuar no futebol profissional, além de auxiliar a esposa na venda de biquínis no Rio de Janeiro.
– Recebi duas propostas da região norte do Brasil, mas não aceitei pelas condições, o lado financeiro pesou. Estou esperando uma oportunidade de voltar a dirigir alguma equipe, quem sabe até o Inter-SM me faça o convite para voltar – brinca o treinador.
Neneca conta que tem o desejo de um dia voltar ao Alvirrubro para concluir o trabalho. Mesmo de longe, ele carrega um carinho pelo clube e acompanha a equipe em todas as temporadas.
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Segundo aniversário
O dia 31 de janeiro de 2022 parecia como qualquer outro na vida de Neneca. Ele estava com a esposa em um banco do Rio de Janeiro quando um assaltante tentou roubar a bolsa de uma mulher. Um policial à paisana tentou impedir o criminoso e houve uma troca de tiros. Um dos disparos acertou o joelho do treinador.
– Eu considero esse dia como meu segundo aniversário. Foi um ano muito difícil, me atrapalhou no trabalho e na vida pessoal, mas graças a Deus eu sobrevivi e voltei a treinar. São coisas que passaram e a gente leva isso como lição.
O técnico conta que o acontecimento foi traumático. Ele não gosta de esperar nas filas de agências bancárias. Além de Neneca, ninguém ficou ferido no assalto. Dois anos após o fato, ele relembrou o episódio nas redes sociais e destacou o processo de recuperação.