Foto: Beto Albert (Diário)
Espaços destinados a preservar e proteger obras literárias e históricas não somente para a cultura local, mas a todas as culturas, as bibliotecas têm um papel fundamental na democratização do acesso à informação e à literatura. O Dia Nacional da Biblioteca é comemorado nesta terça-feira, dia 9 de abril, data criada para reforçar a importância desses locais para a promoção da leitura, educação e conhecimento na sociedade.
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Localizada na Praça da Locomotiva, na Avenida Presidente Vargas, a Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide preserva, protege e fomenta o acesso a obras literárias para a população há 85 anos. Com um acervo de mais de 40 mil livros, o espaço investe no atendimento pelas redes sociais e no uso diversificado para fidelizar o seu público. Neste momento, ela está fechada temporariamente em decorrência de reformas para melhorias na sua estrutura.
Em pleno 2024, com o avanço da tecnologia e a facilidade para ler online, será que ainda há público para as bibliotecas físicas? De acordo com a única bibliotecária do espaço, Karen Bolzan Paz, 41 anos, o consumo diminuiu bastante durante o período da pandemia, porém, o movimento voltou a crescer desde 2022, tanto na realização de novos cadastros, quanto no empréstimo de obras literárias, além do uso do espaço.
Segundo dados disponibilizados pela biblioteca, em 2022, foram realizados 972 empréstimos de livros, enquanto que, em 2023, esse número saltou para 1.292. Nos primeiros três meses de 2024, já foram 371. Nos últimos dois anos, foram feitos 265 novos cadastros, além dos 43 realizados somente em 2024.
A biblioteca tirou proveito do uso das redes sociais, impulsionado pela pandemia, para estreitar o contato com o público. E essa nova forma de relacionamento tem surtido efeito: em 2022, foram feitos mais de 145 atendimentos pelas plataformas, número que subiu para 224 no ano passado. No primeiro trimestre deste ano, já foram 46 atendimentos online. Por meio dos perfis no Facebook e Instagram, as pessoas interessadas tiram dúvidas, renovam cadastros e solicitam consultas ao acervo.
Conforme Karen, o público majoritário da Biblioteca Pública ainda é composto por idosos, mas isso tem ficado mais diversificado com o passar dos anos:
– A maioria ainda é de idosos. Mas tanto adolescentes quanto pessoas de mais idade frequentam a biblioteca, cada um consome de uma forma diferente.
Ela explica que os mais jovens alugam livros, mas também usam bastante o espaço para estudo, e cita exemplos:
– Tem um moço que não possui uma estrutura adequada para estudar em casa, então usa o espaço da biblioteca para isso. E tem uma mãe que vem para cá estudar enquanto os filhos estão na escola.
Já o público da terceira idade consome literatura de uma forma geral. Também tem aqueles que, mesmo com o passar do tempo e com o avanço da tecnologia, não abrem mão de um hábito antigo: ler o jornal impresso.
– Há idosos que passam aqui somente para ler jornal, que não querem perder esse hábito. Diariamente, cada um chega aqui, senta, lê todo o jornal e depois vai embora. É um comportamento bem específico – relata a bibliotecária.
Dona de um acervo com mais de 40 mil livros diversos, a Biblioteca Pública conta uma obra rara, do Século 16. É o livro Divina Comédia, de Dante Alighieri, publicada em italiano no ano de 1516, que normalmente fica em exposição no local.
Mesmo com essa quantidade de obras, a biblioteca aceita doações de livros da comunidade. Segundo a bibliotecária, os interessados podem entrar em contato por meio do e-mail ou redes sociais. Assim, será feita uma pré-avaliação do material e também do gênero literário.
– A maior parte do nosso acervo é por meio das doações. São sempre bem-vindas – conta Karen.
Espaço fechado para reformas
O Dia Nacional da Biblioteca não contará com nenhum evento porque o local está fechado em decorrência das reformas, por tempo indeterminado. Neste momento, estão sendo feitas obras na parte interna do local. Portanto, não há nenhuma forma de atendimento presencial.
Enquanto isso, os serviços oferecidos são de esclarecimento de dúvidas, pesquisa e referências bibliográficas, por meio de e-mail e redes sociais. Não há empréstimo de livros, pois não há acesso nem ao acervo.
Apesar da situação, Karen enxerga esse momento como positivo, pois melhorias estão por vir. Segundo ela, a estrutura precisa ser revitalizada:
– Essa reforma será benéfica não só para o público, mas também para nós, servidores. Havia muitas goteiras, era uma situação delicada. principalmente em dias mais chuvosos. Depois que a obra acabar, isso não deve mais ocorrer. Assim, o espaço será renovado e ficará mais bonito para o público. Biblioteca vazia não representa nada, precisamos aproximar a comunidade desse espaço.
Contatos da biblioteca
Facebook: clique aqui
Instagram: @bibliotecahenriquebastide
E-mail: [email protected]
As demais bibliotecas da cidade
Além da Biblioteca Municipal, as instituições de ensino de Santa Maria também possuem suas bibliotecas. Somente a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) por exemplo, possui 13 delas, sendo uma central e outras 12 setoriais, no campus de Santa Maria, Cachoeira do Sul, Frederico Westphalen e Palmeira das Missões. Porém, devido à greve dos servidores técnico-administrativos, a maioria delas estão fechadas.
A maioria das bibliotecas das instituições de ensino são focadas na comunidade acadêmica. Porém, algumas estendem seus serviços para o público externo:
Biblioteca da UFN: público sem vínculo com a instituição também pode usufruir dos serviços. Mais detalhes você encontra aqui.
Biblioteca Fapas: a biblioteca da Faculdade Palotina está localizada no subsolo do prédio da instituição e foi projetada para acolher alunos, professores, funcionários e a comunidade em geral. Mais informações estão neste link.
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