Foto: Beto Albert (Diário)
A partir da esquerda, Alidio da Luz, Giuseppe Riesgo, Moacir Alves, Paulo Burmann, Roberta Leitão, Rodrigo Decimo e Valdeci Oliveira no debate da última sexta-feira na sede do Diário
O primeiro debate entre os sete candidatos a prefeito de Santa Maria, na noite de sexta-feira (16), promovido pelo Grupo Diário, teve um vencedor: o eleitor. Isso porque Alidio da Luz (PSol), Giuseppe Riesgo (Novo), Moacir Alves (PRD), Paulo Burmann (PDT), Roberta leitão (PL), Rodrigo Decimo (PSDB) e Valdeci Oliveira (PT) fizeram um embate de alto nível e, principalmente, respeitoso - afora algumas poucas alfinetadas.
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Além disso, discutiram por quase três horas Santa Maria e questões pertinentes e que preocupam sua população: saúde, segurança, educação e eventos meteorológicos. E apresentaram propostas – algumas bastante concretas, outras, ainda, mais no plano das ideias. Com um cenário de muitos estreantes, uma vez que, dos sete postulantes ao cargo, somente o ex-prefeito Valdeci concorreu ao Executivo.
E, como era a primeira vez que os sete ficavam frente a frente, deu para observar que os candidatos estavam se estudando, ainda. Contudo, algumas estratégias que serão utilizadas ao longo da campanha foram reveladas.
O grande poupado
O candidato Valdeci foi o grande poupado no embate pelos adversários, que evitaram críticas ao petista. O deputado, por sua vez, usou a experiência de muitos debates e procurou focar na sua trajetória e em suas gestões. E não se valeu da proximidade com o governo Lula, até para também não respingá-lo o desgaste da administração petista e, ainda, não enveredar para um debate nacional. Só assumiu a defesa do governo federal ao ser provocado por Decimo, se caso não for o eleito, a gestão Lula “cortaria” o apoio a Santa Maria.
A vidraça
A exemplo de debates em outras cidades, como São Paulo e Porto Alegre, o ônus e o desgaste são do candidato do governo. Por isso, Decimo, que citou os avanços da gestão tucana e afirmou que “não negamos problemas”, foi a vidraça. A maioria dos adversários mirou nele e procurou explorar em falhas da administração Jorge Pozzobom (PSDB). As críticas mais contundentes partiram de Alidio, Giuseppe e Roberta, especialmente do concorrente do Novo, que, a cada resposta, aproveitava para fazer um questionamento à administração de Decimo, mesmo que o embate não fosse diretamente entre ambos.
Outro tom
Ao contrário das manifestações em redes sociais mais centralizadas no debate nacional, Giuseppe e Roberta focaram nos problemas da cidade. Sem claro, abrir mão das bandeiras. No caso de Giuseppe, a proposta de um “estado mais enxuto”, e de Roberta, “na defesa da família e da fé”. A candidata, aliás, também não se valeu do fato de ser a representante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na cidade. Só assumiu uma posição mais contundente ao ser provocada pelo postulante do PSol durante um questionamento entre ambos sobre educação.
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Confrontado
Em relação a Giuseppe e a Roberta, os dois tiveram próximos de estar no mesmo palanque, mas acabaram adversários, embora de espectros ideológicos de direita. Em um momento, ela o confrontou, afirmando que é a candidata que “representa a renovação”, já que Giuseppe tem na coligação o MDB – da vice Magali Marques da Rocha –, partido que já foi governo. Esse era um questionamento que, provavelmente, o candidato do Novo já esperava pelo cenário que se desenhou na composição alianças.
Tabelinha
Em um dos blocos de perguntas, Valdeci e Burmann fizeram uma tabelinha. O petista escolheu o ex-reitor da UFSM para fazer uma pergunta sobre o funcionamento do Hospital Regional. Os dois têm posição parecida sobre o assunto e defendem que a gestora do Hospital Universitário (Husm) assuma o Regional, que ainda não funciona com 100% de sua capacidade.
Depois, foi a vez de Burmann perguntar para Valdeci sobre ensino integral, bandeira que os dois também defendem.
Bandeiras
O professor Burmann apostou muito em falar de saúde e educação, dois temas que fizeram parte da rotina nos seus oito anos de administração da UFSM. Alidio, por sua vez, fez uma defesa contundente ao longo do debate das políticas públicas, que são o DNA do PSol: qualidade do transporte público e ações para as minorias, assuntos que nortearam seus questionamentos aos adversários. Sempre que pôde, direcionou as perguntas à candidata Roberta. Os dois representam dois campos ideológicos totalmente opostos.
Morde e assopra
Representante do PRD, Moacir Alves focou a maioria de suas manifestações e questionamentos na área da saúde, à qual é ligado. Em alguns momentos, alternou críticas e elogios a governos tucanos e petistas. Moacir chegou a integrar a gestão de Valdeci.
Para encerrar, vale destacar que a Comissão Julgadora sobre o direito de resposta não precisou ser acionada, o que comprova um embate respeitoso.
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