Depois de atingir um recorde negativo de 50 mortes no trânsito em 2010 e de ter tido uma média de 41 óbitos por ano entre 2009 e 2018, Santa Maria teve uma redução significativa das vítimas do trânsito nos últimos anos. Em 2023, foram registradas 22 mortes nas ruas, avenidas e rodovias que passam pela cidade. Esse número é 46% menor do que a média que era registrada em Santa Maria de 2009 a 2018. Além disso, na comparação de 2022 para 2023, também houve uma redução, que foi de 18% – de 27 óbitos, diminuiu para 22. Os dados foram compilados pela Secretaria de Mobilidade Urbana de Santa Maria, que faz um Raio-X diário de todos os acidentes e ocorrências de trânsito para alimentar um banco de dados detalhado, com informações que são usadas para definir o trabalho dos agentes de fiscalização.
Média de óbitos por ano (2009 a 2018) | Mortes em 2022 | Mortes em 2023 | Variação de 2009/2018 para 2023 | Variação de 2022 para 2023 | |
Vias municipais | 14 | 6 | 6 | -57% | = |
Vias estaduais | 6 | 11 | 2 | -66% | -81% |
Vias federais | 21 | 10 | 14 | -33% | 40% |
TOTAL | 41 | 27 | 22 | -46% | -18% |
Segundo o secretário de Mobilidade, Orion Ponsi, há vários fatores que têm contribuído para a redução das mortes no trânsito. A duplicação da Travessia Urbana, que está 97% pronta, reduziu significativamente as mortes nas rodovias federais – a média era de 21 óbitos por ano, de 2009 a 2018, e caiu para 11 mortes por ano nas BRs no período de 2019 a 2023, o que significa uma redução de 47%.
Atropelamentos
Como a maior parte das mortes nas ruas da cidade era por atropelamento ligada à alta velocidade, Ponsi disse que foi fundamental a implantação dos controladores de velocidade, para reduzir a velocidade média nas ruas – a medida causou muita polêmica, na época, mas o número de óbitos nas ruas e avenidas da cidade, que era de 14 por ano, entre 2009 e 2018, caiu para 8 por ano entre 2019 e 2023. No ano passado, por exemplo, foram 6 mortes nas avenidas e ruas.
Outro fator que ajudou na redução dos acidentes foi a adoção de uma metodologia de análise dos acidentes, para ver as causas e locais, tomando então medidas para agir nos lugares mais perigosos e coibir os motivos dos acidentes. Uma funcionária da secretaria recebe todas as ocorrências e cadastra diariamente num software, que permite análise dos dados e gera até mapas de calor (FOTO ACIMA), mostrando os cruzamentos e locais com mais ocorrências e que merecem maior atenção.
– Quando assumimos a secretaria, em 2019, não tínhamos estatística nem referência estatística nenhuma. Não havia medidas de efetividade de redução de acidentalidade. Montamos toda uma estrutura, que chamamos de ciclo completo de segurança viária, e começamos a organizar a coleta, análise e processamento desses dados, compartilhando com todos os órgãos de segurança pública, que se reúnem uma vez por mês para fazer esse diagnóstico, e organizando os processos internos e as ações de prevenção. A fiscalização passou a ir especificamente para atuar onde e naquele problema que temos de enfrentar – afirmou.
LOCAIS DAS MORTES NO TRÂNSITO EM 2023
BR-158 - 10 mortes
BR-287 - 3 mortes
BR-392 - 1 morte
Rua Marechal Deodoro - 1 morte
Rua Branca - 1 morte
Rua José Barin - 1 morte
Av. Arthur Marques Pfeifer - 1 morte
Av. Medianeira - 1 morte
RSC-287 (Faixa Nova) - 1 morte
VRS-830 - 1 morte
Av. João Luiz Pozzobon - 1 morte
TOTAL - 22 mortes
Ações focadas nos pontos críticos
Como exemplo disso, ele cita o problema do Trevo do Fórum, entre a Avenida Dores e a Rua Euclides da Cunha.
– Temos três fatores de acidentes durante o dia. Pela manhã, temos problemas de atropelamento. Durante o dia, as colisões laterais, e a partir das 17h, temos sinistros envolvendo motociclistas. Isso aparece nas nossas análises estatísticas e nós repassamos essa informação para nossos agentes de trânsito, que vão atuar naquele local e naquele momento focados para aquele problema específico – afirmou Ponsi.
Em 2022, chama a atenção que houve mais mortes à noite e também de madrugada. Em 2023, a maioria dos óbitos em acidentes ocorreu à noite, sem mortes durante a madrugada.
Mesmo com a redução de mortes na Travessia Urbana em comparação com 10 anos atrás, a maior parte dos óbitos na cidade ainda é nas rodovias federais: 14 mortes em 2023.