Deni Zolin

IPE ameaça tomar “medidas cabíveis” se hospital de Santa Maria suspender cirurgias eletivas

IPE ameaça tomar “medidas cabíveis” se hospital de Santa Maria suspender cirurgias eletivas

Foto Divulgação

A guerra de braço entre IPE Saúde e 13 grandes hospitais do Estado, incluindo o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo, de Santa Maria, tem mais um capítulo que envolve ameaças. Em resposta à decisão do hospital santa-mariense de suspender cirurgias e atendimentos eletivos (não urgentes) a partir da notificação judicial que mandou vigorar a nova tabela de pagamento do IPE, o instituto de previdência ameaçou o Caridade.


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Por meio de nota enviada ao Diário, diz que “notificou o Hospital Astrogildo de Azevedo para que se manifeste sobre o fato de não estar realizando atendimentos eletivos, descumprindo com isso cláusulas do Termo de Credenciamento do nosocômio com o Instituto e ressaltamos que, no caso de continuidade de tal postura o IPE Saúde tomará as medidas cabíveis.”

 
Porém, o provedor do Astrogildo, Walter Jobim Neto, disse que as cirurgias eletivas ainda não foram suspensas:

 
– Estamos por suspender as cirurgias eletivas, mas ainda não suspendemos porque não recebemos a notificação da decisão do Tribunal de Justiça. Se o IPE quiser tomar as medidas cabíveis e rescindir o contrato conosco, vai ficar bem pior para os usuários do IPE, pois daí não terá nenhum atendimento, nem para casos de urgência.

 
Na nota, o IPE disse que a “notificação da suspensão da liminar é realizada pelo Tribunal de Justiça do RS e não pelo Instituto”. Recentemente, o Astrogildo de Azevedo acusou o IPE de não cumprir a liminar, que obrigava o pagamento dos atendimentos pela tabela antiga. O órgão estadual respondeu: “em relação ao suposto ‘não cumprimento da liminar’, foi informado no processo judicial da impossibilidade de cumprimento imediato da decisão, em face das diversas alterações a serem implementadas no sistema informatizado do IPE Saúde, a fim de que esse sistema possibilitasse a realização do faturamento e das autorizações pelas duas tabelas. Sendo assim, foi informado no processo que para o cumprimento da liminar seria necessária a dilação do prazo, a fim de que todas as alterações operacionais e de sistema fossem efetuadas, uma vez que o IPE Saúde e a Procergs vinham trabalhando na migração do sistema.”

 
O provedor Walter Jobim Neto disse que essa resposta do IPE é uma prova de que o instituto não estava cumprindo a liminar dada no início de abril a favor dos hospitais.

 
– Eles (IPE) admitiram que não deram nenhuma autorização para procedimentos durante a liminar e inventaram a desculpa da informática – rebateu o provedor.

 
Quanto a isso, o IPE respondeu o seguinte ontem na nota: “Com relação às autorizações, informamos que o IPE Saúde autorizou todos os pedidos em conformidade com as novas tabelas e, além disso, instruiu os prestadores em eventuais dúvidas sobre a aplicação da nova tabela de fracionamento de medicamentos. Atualmente, as autorizações do IPE Saúde encontram-se em dia e eventual atraso existente não gerou prejuízo a tratamento dos usuários. Cabe informar, ainda, que pelos estudos técnicos realizados pelo IPE Saúde e pela Consultoria Especializada, a modificação do modelo de remuneração gera um impacto positivo de 5,38% na receita do Hospital Astrogildo de Azevedo.”

 
Jobim Neto alegou ontem que “esses números são evidentemente manipulados”.

 
– Não vamos ganhar um tostão com essa nova tabela do IPE. Pelo contrário, teremos aquele prejuízo já informado (R$ 68 milhões por ano) – declarou.

 
Pelo jeito, a briga vai longe, e os usuários sairão perdendo.

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