Cenas de guerra: apesar da dor de perdas e da destruição, Estado vai se reerguer

Cenas de guerra: apesar da dor de perdas e da destruição, Estado vai se reerguer

Foto: Reprodução

Além da dor pelas 116 pessoas mortas e mais de 143 desaparecidas (até 12h de sexta), os gaúchos vivem também outros problemas menos graves, mas que vão impactar diretamente em suas vidas. Centenas de milhares agradecem por ter sobrevivido, mas precisarão lutar para reconstruir tudo o que perderam. 


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Além dos deslizamentos que destruíram casas, escolas, prédios, estradas e ponte, e das cheias que inundaram milhares de imóveis e arrancaram trechos inteiros de rodovias, a maior enchente da história do Rio Grande do Sul proporcionou cenas muito tristes e também emocionantes.

 
Além dos resgates desesperados em barcos, helicópteros ou a pé, até mesmo dentro da água, outra imagem marcante foi a liberação da passagem de pedestres na ponte da BR-386, no Rio Taquari, entre Estrela e Lajeado. 


Parentes e amigos puderam voltar para casa e se reencontrar, numa cena parecida com as vividas na 2ª Guerra Mundial, quando milhares de pessoas fugiam a pé, só com a roupa do corpo, para tentar sobreviver, ou quando tiveram de caminhar milhares de quilômetros para voltar para suas cidades destruídas e reencontrar parentes.


Depois de tudo o que sofremos com a Kiss e a pandemia, agora mais essa dura tragédia. Na medida do possível, temos de lembrar das vidas salvas, como o bebê e a família que estavam presos no telhado de uma casa e foram salvos de helicóptero, por bombeiros que quebraram as telhas. Mas não é uma tarefa fácil.


Deslizamentos graves em Agudo

Foto: Salétine Sentinel 2


As imagens acima, de satélite, mostram o antes e o depois de uma área no interior de Agudo que foi arrasada por grandes deslizamentos de morros. 


Em alguns desses pontos, havia casas, que foram destruídas. Essas cenas fazem parte de um vídeo publicado pelo perfil Geografia IFSC Campus Garopaba, no Instagram, e traz uma dica útil para prefeituras e Defesas Civis encontrarem moradores isolados em casos como esses da enchente. 


O professor João Henrique Quoos explica que o IBGE tem um site indicando no mapa onde ficam todos os imóveis que foram recenseados em 2022, até mesmo na zona rural. Com isso, permite verificar onde pode haver famílias atingidas pelas enchentes e deslizamentos e, então, enviar socorro. 


Claro que agora talvez praticamente todos já foram socorridos, mas caso algo parecido ocorra novamente (vamos torcer para que não), essa ferramenta poderá ser útil. 


Antes e depois da enchente histórica na Quarta Colônia

Foto: Salétine Sentinel 2


"Bens materiais, isso é porcaria. Eu perdi a minha esposa”


Milton da Silva, morador do interior de Lajeado, deu um depoimento forte para o jornal A Hora. O vídeo está nas redes sociais e traz o depoimento dele, que perdeu a esposa na enchente de 2023. Agora, a casa foi destruída de novo, como ele conta:

 
– A mensagem que deixo para meus colegas do bairro: lute, reconstrói, seja feliz, sorria, não brigue, tenha força, Deus está com a gente. Isso aqui é para nós passar. Não largue essa cruz no caminho, carregue ela até lá. Dia 5 de setembro foi a minha esposa. Ninguém perdeu o que eu perdi aqui. Então, estou reconstruindo. Bens materiais, a gente reconstrói. 5 de setembro, eu perdi a minha esposa. Eu não sinto nada triste porque o que eu tinha de sofrer, eu sofri no 5 de setembro. Foi a perda de uma pessoa humana. Isso tem valor. Agora, quanto a bens materiais, isso aqui é porcaria. Chorar, eu chorei no dia 5 de setembro, eu vi ela morrer afogada. Adianta ficar brabo, adianta brigar? O negócio é resolver, é plantar, é cuidar do rio, da natureza, é preservar a pessoa humana. Tem de ter alegria. A pessoa humana é o principal. Pare de orar um pouco e doe mais. Não adianta te enfiar dentro de uma casa, levantar as mãos e agradecer a Deus. Vá e faça o que Deus deixou escrito aqui na Terra. Vá lá e doe. E a alegria tem de permanecer, onde tem alegria, Deus está com a gente, onde tem tristeza, Deus não está.


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