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O Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aprovou, nesta terça (26), uma regra que permite aos trabalhadores usarem o chamado FGTS futuro na hora da compra de um imóvel novo ou usado. Ou seja, é levada em conta uma projeção de quanto o trabalhador receberia de fundo de garantia nos próximos anos para complementar a sua capacidade de renda na hora de pegar um empréstimo da casa própria. Essa regra, já prevista em lei, precisava ser regulamentada, o que ocorreu somente agora. Por enquanto, vai valer somente para famílias com renda mensal de até R$ 2.640, que fazem parte da Faixa 1 de renda do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Em uma simulação divulgada pelo Ministério das Cidades, consta que uma família com renda de R$ 2 mil que compra um imóvel no Minha Casa, Minha Vida, teria como comprometer até 25% da renda (R$ 500) com a prestação num financiamento convencional. Porém, com os R$ 160 que o empregador recolhe de FGTS ao empregado, o trabalhador terá condições de financiar uma casa ou apartamento mais cara, pagando prestação de R$ 660. É feita uma projeção de quanto FGTS o trabalhador vai receber para os próximos anos e, com isso, aumentar também o valor do imóvel a ser comprado.
No exemplo, o governo cita que o trabalhador pegaria R$ 100 mil emprestados, teria um subsídio de R$ 30 mil (que não precisaria pagar) e acrescentaria mais R$ 10 mil do FGTS previsto para receber pelos próximos 10 anos. Com isso, em vez de comprar um imóvel de R$ 130 mil, poderia adquirir uma casa de até R$ 140 mil. Porém, caso o trabalhador seja demitido, não poderá sacar o saldo de sua conta do FGTS – vai receber somente os 40% da multa de rescisão.
A previsão é que essa modalidade de empréstimo esteja disponível em breve na Caixa Econômica Federal. Porém, dependerá ainda da publicação das novas regras no Diário Oficial da União.
A ideia pode ser interessante. O problema é que, com o custo de vida cada vez mais alto, fica cada vez mais difícil uma família ter dinheiro de sobra para financiar um imóvel. Claro que, para quem paga aluguel e conseguir uma parcela semelhante, vale a pena. Cada caso é um caso.