Controvérsias sobre o TDAH

Mauricio Scopel Hoffmann

Há muitas dúvidas sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), em especial sobre se são necessários exames e se o número de pessoas com TDAH aumentou nos últimos anos.


Precisa de exames para fazer o diagnóstico?

O TDAH é uma condição mental cujo diagnóstico é feito através de entrevista clínica. Ou seja, não há exames nem testes que determinem o diagnóstico. 


Um exemplo muito claro é o paciente que apresenta um teste neuropsicológico que aponta para déficit de atenção, mas que na verdade a atenção está prejudicada por algum transtorno de ansiedade e não pelo TDAH. Embora o teste possa auxiliar, a atenção é uma função mental que pode ser prejudicada por muitos fatores. Neste exemplo, a diferença principal é que, na ansiedade, a pessoa fica com dificuldade de prestar atenção, ou até mesmo distraída, porque está prestando atenção em problemas e preocupações.

 
Já no TDAH, a pessoa acometida tem prejuízo na atenção porque troca de foco constantemente e se distrai com os próprios pensamentos, como lembranças, mas não necessariamente preocupações e compromissos. O diagnóstico clínico correto é importante, pois o tratamento dos transtornos de ansiedade e TDAH são completamente diferentes, especialmente em relação aos medicamentos.


Aumento de diagnósticos significa aumento de casos?

Diversos estudos acompanham a quantidade de pessoas com TDAH ao redor do mundo. Em geral, estima-se que uma a cada 20 pessoas possua TDAH no Brasil e no mundo. No entanto, o diagnóstico é feito em apenas duas de cada 10 dessas pessoas com TDAH. 


Ou seja, a maioria das pessoas com TDAH não recebe o diagnóstico. A diferença dessas estimativas é de que a primeira, a qual chamamos de prevalência, é feita em estudos epidemiológicos, onde os pesquisadores entrevistam pessoas da comunidade (para fins de comparação, lembre do censo do IBGE). A outra estimativa é o diagnóstico, no qual é feito em centros de saúde, normalmente por demanda espontânea.

 
Portanto, aumento de diagnósticos não é um problema, pois mais pessoas com o transtorno estariam recebendo ajuda. Aumento de prevalência, sim, é um problema, pois indicaria que mais casos estão ocorrendo em uma determinada região, podendo configurar uma epidemia. Felizmente, não é o que ocorre com o TDAH, que possui prevalência estável ao longo das últimas décadas.


Mas o que é o TDAH?

O TDAH é uma condição mental que afeta crianças e adultos, caracterizada por problemas de concentração, impulsividade e hiperatividade além do esperado para a idade.

 
Os sintomas incluem dificuldade em manter o foco nas atividades, problemas de organização e conclusão de tarefas (especialmente se forem monótonas ou exigirem diversas etapas para conclusão), bem como inquietação, fala ou atos impulsivos frequentes.

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