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Natal libera o cafona de cada um de nós


A menos de dez dias do Natal, é inegável a energia que invade as ruas, os shoppings, as casas e as pessoas, claro. Essa energia vai além dos signos das árvores decoradas, dos papais noéis simpáticos de barba longa, das vitrines atraentes e das luzes piscantes. Inclusive, a meu ver, vai além do fato de ser uma data também entendida como comercial. É uma espécie de entusiasmo que toca até mesmo aqueles que não são cristãos. As tradições natalinas mobilizam em algum grau todos nós: solteiros, pais e mães e ateus. Por quê?

Estive pensando sobre isso nos últimos dias, enquanto me dedico a preparar a ceia aqui em casa pela primeira vez, e me dei conta que o Natal é entusiasmante porque, como um desfile de moda, anuncia que uma nova temporada vem aí. E com ela, novos conceitos, cores e ideias. Nesse sentido, o Natal imita a moda, porque manifesta o contingente cíclico das coisas. E assim, nos permite novos sonhos e projetos. É um tempo de refletir e questionar o que não nos serve mais e, ao mesmo tempo, de celebrar o que nos é mais caro e que vale a pena.

Fotos: Daniela Hinerasky (Arquivo pessoal)/ Ceia montada neste fim de semana 

Eu adoro as comidas fartas da ceia, a decoração exagerada, a possibilidade de vestir um look mais festivo e arrumado. Tudo que a gente quiser é permitido, o Natal libera o cafona de cada um de nós, como bem disse o historiador Leandro Karnal no programa Saia Justa do GNT desta semana.

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Maquiar-se, escolher a melhor roupa e valorizar a decoração em torno da experiência de celebrar junto da família, de um lado, pode parecer superficial e cafona. De outro lado, esse apreço pelo estético é também um indício do valor que conferirmos às nossas redes de relacionamento. O sociólogo francês Michel Maffesoli alerta que na moda e nas aparências reside a essência, ou seja, o sentido profundo das coisas pode estar na superfície.

Por isso, aproveite a experiência do Natal. Desfrute desse ritual tradicional para fazer algo que nunca fez, para ouvir e refletir sobre ideias diferentes das suas. Permita-se emocionar com o Papai Noel e as crianças da família, para sentir-se parte de algo maior, mesmo se achando um peixe fora d'agua. Aceite o pai distante, a tia mais metódica, o cunhado estranho, a sogra mais ou menos e a sobrinha esnobe. Distribua presentes: eles não são necessariamente supérfluos, são necessidades simbólicas de afeto. Retribua abraços. Aproveite essa energia e, principalmente, sinta-se belo. Vale lançar ao novo ano a sua moda e o seu padrão estético, clean ou over. O cafona está autorizado.

Ótimas e extravagantes festas a todos!

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