gastronomia

A história da cerveja em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">O chaminé da Fábrica de Cerveja F. Seyffarth & Filho, pela sua imponência, ganha destaque na foto que mostra a Avenida Rio Branco

Hoje a coluna tem sabor de história. Santa Maria tem uma rica história envolvendo a cerveja, mas ela está bem distante das lembranças das gerações mais novas. Eu mesmo só fiquei sabendo parte do que sei através de alguma pesquisa e principalmente pela ajuda de amigos e historiadores locais, entre os quais destaco José Antonio Brenner. Escrevo o texto abaixo com uma compilação do que consegui obter ao longo dos últimos anos.

Há mais de cem anos, bem onde hoje é uma agência do Banco Bradesco, na esquina da avenida Rio Branco com a Rua dos Andradas funcionava uma cervejaria, a Fábrica de Cerveja F. Seyffarth & Filho.

Contam que a chaminé da cervejaria, juntamente com as torres da catedral, eram as construções mais altas da cidade, vistas por todos os lados. Felizmente, uma imagem da chaminé foi preservada no livro Centenário Santa Maria 1814-1914, que hoje é raro, mas ainda assim mantém viva aquela memória e torna possível perceber como a cervejaria ganhava destaque na paisagem de uma ainda pequena Santa Maria.

Na época, a atual Avenida Rio Branco ainda se chamava Avenida do Progresso. Em 5 de fevereiro de 1905, domingo, a cervejaria inaugurou um salão com palco, que o seu proprietário o Sr Friedrich chamou de Theatro Recreio Familiar, mas ficou conhecido como Salão Seyffarth. Atores da Companhia Dramática João Caetano, do Rio de Janeiro, fizeram a apresentação inaugural e conforme notícia do jornal O Estado, o vasto salão ficou lotado com "grande número de famílias e moços da melhor sociedade".

Nos intervalos, o público descia ao salão de bebidas, onde consumia cerveja, chope gasosa e sanduíches!

Agora, uma das partes mais interessantes, em 1908, o salão recebeu o primeiro projetor de Santa Maria e passou a ser chamado de Salão do Cinematógrafo, sim o salão da cervejaria se transformou no primeiro cinema da cidade.

Um recorte, publicado no livro "O imigrante alemão e a indústria cervejeira no Rio Grande do Sul" de Arno Müller, Ed. Amstad, 2012, mostra um anúncio antigo, dizendo, em alemão, "As únicas cervejas saudáveis são as das marcas: Favoral (dunkel), Ideal (hell), Preta (schwarz)".

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A foto abaixo, pertencente ao acervo da Casa de Memória Edmundo Cardoso, publicada em Santa Maria: Vivências e memórias de Edmundo Cardoso, Anaterra, 2008, datada de 1910, mostra a fachada do prédio.

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Em 1912 e 1913, já sob a nova razão social, Guilherme Seyffarth & Cia, a Cervejaria ampliou e aprimorou as instalações, como revelam as notícias do Diário do Interior, em que são divulgadas as aquisições de novas máquinas, importadas da Alemanha.

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As marcas oferecidas eram Universo, Centenario e Rio Branco, como mostra a publicidade encontrada no Almanaque Centenário Santa Maria, publicado em 1914.

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Alguns anos depois, a empresa tornou-se a Cervejaria Rio Branco, no mesmo local, de propriedade de Júlio Brenner. Tendo fabricado cerveja até o ano 1931 ou 1932. Em 1937, sob a denominação de Depósito Continental (distribuindo os produtos da Cervejaria Continental de Porto Alegre de Bopp, Sassen, Ritter & Cia), Alfredo Roth, genro de Júlio Brenner, tornou-se sócio. Com a morte do sogro dois anos depois, Roth assumiu o depósito de bebidas e a fábrica de gelo. Esta empresa foi continuada por Ives Brenner Roth, filho de Alfredo. Que representou na cidade os produtos Brahma.

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O prédio do salão de apresentações, no térreo, de frente para a avenida Rio Branco, nas décadas de 1970/80 foi ocupado por uma Sapataria e o salão de bebidas, no nível abaixo, funcionou, pelo que me lembro, nesta mesma época, o restaurante Moby Dick.

A Boate Kiss funcionou, onde antigamente se situava o Depósito da Brahma.

Esse é um pouco do que já consegui apontar, mas temos ideia de que há muito mais a descobrir. Peço que quem puder ajudar com mais informações, que entre em contato pelo e-mail, [email protected]. Qualquer contribuição é bem-vinda.

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