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Espécie de morcego que se alimenta de sangue é encontrada em Restinga Sêca

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Foto: André Witt (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural)

Pela primeira vez, foi identificada no Rio Grande do Sul a presença de uma espécie de morcego hematófogo, ou seja, que se alimenta de sangue. Em janeiro de 2019, três morcegos do tipo Diaemus youngi foram capturados no município de Restinga Sêca. A comprovação veio por meio de um estudo científico, publicado por técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do governo do Estado. Até então, o Rio Grande do Sul havia documentado a presença de apenas uma espécie de morcego hematófago, o Desmodus rotundus

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O coordenador do Programa de Controle da Raiva Herbívora da Seapdr, Wilson Hoffmeister, explica que a espécie encontrada se alimenta de sangue de aves silvestres e galinhas criadas soltas, chamadas crioulas, caipiras ou coloniais, e, portanto, não transmite raiva, como é o caso da espécie mais comum no Estado, Desmodus rotundus.

- A Diaemus youngi pode transmitir doenças para aves, mas é difícil que consiga contaminar aves comerciais, criadas em galpão, porque esses espaços possuem telas justamente para evitar isso - avalia. 

A descoberta foi publicada no periódico científico Notas sobre Mamíferos Sudamericanos, da Sociedade Argentina para o Estudo de Mamíferos (Sarem).

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Em ofício ao secretário municipal de Agricultura de Restinga Sêca, Claudio Roberto Possebon, a Inspetoria Veterinária informou que os animais foram encontrados na localidade de Vila Rosa, no interior do município, em 11 de janeiro de 2019. Após a captura, foram encaminhados para o Núcleo Central da Raiva, na Secretaria da Agricultura, em Porto Alegre. O material coletado foi registrado em fotografias e, depois, enviado para a Universidade de Santa Cruz do Sul e catalogados na coleção da fauna silvestre. 


Foto: André Witt (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural)
Propriedades onde os animais foram localizados 

CUIDADOS
Hoffmeister destaca que não há nenhuma evidência científica de que a nova espécie propague a raiva herbívora.

- É uma descoberta importante, mas não nos preocupa no combate à raiva. Descobrir essa espécie no Rio Grande do Sul pode, por exemplo, explicar a disseminação de doenças em aves que não tinham explicação lógica até o momento - pondera.

Para evitar qualquer tipo de contágio, o analista ambiental André Witt faz uma recomendação a produtores de galinhas:

- O ideal é que elas sejam resguardadas no período noturno em galinheiro fechado com telas de diâmetro reduzido, tipo passarinheiras, com o objetivo de impedir o ataque por morcegos hematófagos - detalha. 

*Colaborou Janaína Wille

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