Foto: Assessoria de Imprensa de Rosário do Sul
Cheia do rio chega a 8,8 m em Rosário do Sul
A forte chuva que atingiu a Região Central nos últimos dias deixou estragos em várias cidades e assustou moradores. Depois de São Gabriel, São Francisco de Assis, Rosário do Sul e Lavras do Sul decretarem situação de emergência ainda na semana passada, o prefeito Giovani Amestoy da Silva (PDT), de Caçapava do Sul, foi o quinto da região a assinar o decreto.
Chuva deve continuar na região por pelo menos mais uma semana
Desde semana passada, o volume de chuva já ultrapassou os 200 milímetros na cidade. Só na noite deste domingo, choveu cerca de 65 mm em um período de duas horas. Conforme o prefeito, diversas ruas foram danificadas nos bairros, vilas e interior e algumas casas foram invadidas pela água. Com o alagamento, algumas famílias precisaram deixar suas casas e buscar abrigo junto a familiares.
- A situação é preocupante porque está marcando chuva para a semana inteira. Nós, da prefeitura, e os bombeiros estamos monitorando o Arroio Santa Bárbara - relatou o prefeito.
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Equipes da Defesa Civil e da Secretaria de Assistência Social e Obras começaram a prestar os primeiros socorros já na noite de ontem. O Corpo de Bombeiros de Caçapava do Sul também foi acionado para atender duas ocorrências, devido a água que tomou conta de ruas e de residências. Segundo as equipes de socorros, as rua Esperanto, Dom Pedro II, Riachuelo ficaram alagadas e algumas famílias perderam móveis e roupas.
Foto: Prefeitura de Caçapava do Sul (Divulgação)
Secretaria de Obras está trabalhando na recuperação das estradas
AJUDA
A Assistência Social, localizada na rua General Osório, 1.050, está com uma Sala de Atendimento Emergencial às vítimas dos alagues. As famílias que tiveram suas casas invadidas pelas águas e precisam de doação de alimentos, roupas, lona, entre outros, podem procurar o local.
Quem quiser ajudar as pessoas que sofreram danos com as chuvas pode doar roupas, alimentos, produtos de limpeza, colchões, cobertores, utensílios domésticos no mesmo local da Sala de Atendimento Especial. Mais informações pelo telefone da secretaria, que é o (55) 3281-2629.
A Secretaria de Obras também está fazendo um levantamento de pontos mais críticos, encostas, ruas, cabeceiras de pontes com riscos de desmoronamentos, além de locais ilhados. Nestes casos de extrema urgência, o morador pode informar a secretaria ou solicitar socorro pelo telefone (55) 3281-4766 ou, ainda, pelos telefones da Defesa Civil, no (55) 3281-2420, ou do Corpo de Bombeiros, pelo (55) 3281-5144.
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OUTROS MUNICÍPIOS
Além de Caçapava do Sul, outras quatro cidades da Região Central já decretaram situação de emergência em função da forte chuvarada. Em São Gabriel, cidade da região mais afetada, 600 moradores chegaram a ficar desalojados, mas desde sábado começaram a retornar para casa. Muitas famílias encontraram os locais destruídos pela água. O Rio Vacacaí, que chegou a ficar com nove metros acima do normal, recuou mais de 3 metros no final de semana, e hoje voltou a subir, ficando 6m acima do nível.
Desde quinta-feira, quando a enchente tomou as ruas, equipes da Defesa Civil trabalham para remover árvores caídas das vias públicas e famílias para locais seguros. Os moradores foram encaminhados ao ginásio de esportes da Escola Menino Jesus e para uma igreja, no Bairro Passo da Lagoa. Com a cheia do rio, as bombas da Estação de Tratamento de Água também ficaram submersas, deixando a cidade sem abastecimento. Conforme o prefeito Rossano Gonçalves (PDT), desde sábado, a situação começou a ser normalizada.
Nos últimos dias, a prefeitura recolheu 55 caçambas com entulhos descartados pelas famílias. Quem precisar de socorro ou quiser informar sobre situações de perigo deve ligar para o número (55) 9 9688-5026. Interessados em ajudar com alimentos, colchões, roupas e itens de primeira necessidade para as famílias atingidas devem ligar para o Plantão Social da Secretaria de Assistência Social. O telefone é o (55) 9 9610-9037.
Foto: Marcelo Ribeiro (Caderno 7)
Moradores de São Gabriel começam a retornar para casa
Em São Francisco de Assis, conforme o prefeito Rubemar Paulinho Salbego (PDT), o estrago maior é no interior do município. A Defesa Civil e a Emater, em conjunto com a prefeitura, trabalham no levantamento dos estragos. O prejuízo na agricultura já chega a R$ 5 milhões, segundo balanço preliminar. Esse número, contudo, tende a aumentar. Na cidade, 800 hectares de soja estão abaixo d'água, toda a produção de arroz já foi perdida e estima-se que 30% da produção de fumo também seja inutilizada. As agroindústrias precisaram suspender as atividades na última semana. Outro alimento que também sofreu bastante foi a melancia, com as plantações inundadas.
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O Rio Santa Maria, em Rosário do Sul, segue com 8,8 metros acima do nível. Por isso, 30 famílias estão abrigadas no ginásio da Escola Oliveiro Thaddeo e outras 60 saíram de casa e estão na casa de familiares. Segundo a prefeita Zilase Rossignollo Cunha (PTB), no interior, estradas tiveram danos em cabeceiras de ponte e alguns locais estão sem acesso. Nos 3º, 5º e 6º distritos, em alguns pontos as estradas ficaram intransitáveis. Pelo menos três pontes tiveram a estrutura danificada nas localidades de Desvio do Farrapo, Estrada do Farrapo e Mato Seco. Na área urbana, pelo menos oito ruas tiveram problemas de trafegabilidade e os ônibus tiveram de alterar as rotas por causa das crateras em três bairros: Parque Ibicuí, Centenário e Planalto.
O secretário de Obras de Lavras do Sul, Clemar Biaggi, estima que, até o momento, já choveu mais de 300 milímetros na cidade. Entretanto, nenhuma família está desabrigada. Conforme Clemar, o principal problema enfrentado é no interior, já que muitas estradas estão intransitáveis. Desde sexta-feira, a Secretaria de Obras trabalha para liberar o acesso nesses locais. A Secretaria da Agricultura e Emater trabalham para fazer o levantamento dos prejuízos na zona rural, já que as plantações de arroz e soja foram muito afetadas.
Em Santana da Boa Vista, um homem morreu tentando atravessar um arroio em uma motocicleta. O caso aconteceu na noite de domingo e o corpo de Luiz Paraguassú de Oliveira, 54 anos, foi encontrado pelo irmão e policiais militares na manhã desta segunda-feira. Ele voltava de sua propriedade rural, que fica cerca de 10 quilômetros da cidade, quando foi atravessar uma sanga. A suspeita é que ele tenha caído e depois carregado com a correnteza da água.
*Colaborou Janaína Wille
