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Júri de acusados de torturar e assassinar empresário em Agudo é anulado

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Foto: Fernando Ramos (Arquivo Diário)

O júri dos acusados do assassinato do empresário Ediér Antônio Bernardini, 58 anos, ocorreu nesta nesta terça-feira, em Agudo. No entanto, após pronunciamento da defesa da ré Rosângela Lipke, houve um intervalo, por volta de 21h, quando a acusada e os advogados de defesa abandonaram a Sala do Júri, pois Rosângela passou mal e foi encaminhada para atendimento médico.

Com isso, o juiz Jonathan Cassou dos Santos anunciou a anulação do júri popular. Agora, uma nova sessão deve ser agendada. Em outubro deste ano, uma primeira sessão do júri também precisou ser interrompida por questões de saúde. Nesse caso, o advogado de Rosângela passou mal.

De acordo com a investigação, a ré Rosangela Lipke é suspeita de ser a mandante do crime e o réu Valter André Silva Santos teria participado ativamente do assassinato e estava em um veículo de Bernardini. A mulher havia tido um relacionamento com a vítima e estaria exigindo dinheiro e bens do empresário, que havia registrado ocorrência policial em que relatou estar sendo ameaçado de morte pela acusada.

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Em 2012, pouco depois do crime, a dupla chegou a ser presa, mas os dois estão respondendo ao caso em liberdade até agora.

Ainda há outros dois homens acusados de participar do crime: Diones Crumenauer dos Santos e Gelson da Silva Grigolo. Como eles ficaram foragidos e só foram encontrados mais tarde, o processo foi dividido em duas partes e eles deverão ser julgados posteriormente, sem data definida.  

O QUE DIZEM AS DEFESAS
O advogado de Rosangela, Jean Severo, afirmou que não havia condições de seguir o júri por conta do estado de saúde da ré:

- A gente veio pra terminar esse julgamento hoje, é desgastante pra gente. O que aconteceu é que a ré passou mal. Levamos ela ao Hospital de Agudo, onde encaminharam ela para Santa Maria de ambulância. Temos o atestado comprovando a situação. O Tribunal do Júri é um direito de defesa. É um direito da ré de participar do julgamento, então não teria como seguir o júri sem a presença dela. Devemos ter humanidade, acima de tudo. No meu entender, com todo o respeito, faltou humanidade ao magistrado, porque é só marcar um novo julgamento e a gente vai estar presente. Agora, nessas circunstâncias não havia como trabalhar mais. [...] Vamos esperar o que o Juiz vai definir [...] e esperar o novo julgamento - disse Severo.

O Diário também tentou entrar em contato com a defesa de Valter, o advogado José Carlos Dri, porém não obteve retorno nas ligações. Já o advogado assistente de acusação, Jorge Pohlmann, assim como a família da vítima, afirmaram ter recebido a decisão "com incredulidade e indignação".

O CASO
O empresário Edier Antônio Bernardini, 58 anos, foi assassinado na sede de sua empresa, no dia 30 de setembro de 2012, na localidade de Rincão dos Mosquitos, interior de Agudo. Seu

corpo foi encontrado amarrado ao portão de um galpão da firma. Segundo informações da Polícia Civil, havia pelo menos uma marca de facada em seu peito. 

O corpo foi descoberto por um funcionário da firma que Bernardini mantinha há 30 anos, a Transportes Edini. O motorista chegou de viagem por volta das 17h15min e se preparava para descarregar o caminhão quando enxergou o patrão morto.  

Nascido em Linha dos Pomeranos, interior do município, o empresário deixou o campo nos anos 80. Na cidade, sempre trabalhou com transportes. No ano anterior ao crime, mudou-se para Rincão do Mosquito, transferindo para lá sua empresa. Era tido como uma pessoa gentil e amável. A morte do empresário - que era separado e pai de um casal de filhos - foi anunciada no rádio, causando comoção nos moradores. 

*Colaborou Janaína Wille

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