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VÍDEO: pesquisa sobre o coronavírus começa sábado em 500 residências

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Pedro Piegas (Diário) e Daniela Xu (Epidemiologia UFPel/ divulgação)
Treinamento em Santa Maria ocorreu nesta sexta-feira

Mesmo que seja feriadão de Páscoa, não se assuste se um pesquisador bater na sua porta sábado ou domingo. Os profissionais realizam uma pesquisa inédita sobre o coronavírus que, com a participação da comunidade, poderá ajudar a ciência e os órgãos públicos a conhecer melhor esta nova doença. Com mais informações, será possível auxiliar no enfrentamento da Covid-19. 

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A pesquisa, coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), tem outras 11 instituições de Ensino Superior trabalhando no apoio, entre elas, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Após uma capacitação aos pesquisadores - todos graduandos ou profissionais da área da saúde - que ocorre nesta sexta, começa a primeira rodada de testes em nove cidades do Estado, incluindo Santa Maria. Neste sábado e domingo, serão 500 casas visitadas na cidade.

As visitas consistem em aplicação de um teste rápido em uma pessoa da família (sorteada na hora), além de um questionário. O teste rápido diz, com uma gota de sangue, se a pessoa já teve contato com o coronavírus. Depois de duas semanas, mais 500 casas serão visitadas na cidade até a última rodada, em 23 de maio. No total, serão 18 mil testes aplicados no Rio Grande do Sul.

- A gente sabe que o vírus é transmitido de pessoa para pessoa, e a pesquisa vai mostrar a proporção de pessoas infectadas e como o vírus se espalha. Também sabemos que, por ser Páscoa, muitas pessoas costumam ficar recolhidas, em família e seguindo tradições. Mas, neste momento, nesta urgência, é importante que participe, porque a epidemia não espera - defende Marinel Mor Dallagnol, médica epidemiologista e professora do Departamento de Saúde Coletiva da UFSM, uma das pessoas envolvidas no estudo. 

Além das universidades, o estudo conta com o Instituto de Pesquisa de Opinião (IPO), responsável pela coleta de dados. A ideia é que na semana que vem, o resultado da primeira parte da pesquisa já seja divulgada no Estado. Em uma transmissão no Facebook, o governador Eduardo Leite (PSDB) disse que já podem ser conhecidos na terça-feira. Como o resultado do teste rápido será revelado pelo pesquisador e pelo pesquisado na hora, em caso de positivo, a pessoa receberá todas orientações necessárias. A vigilância em saúde será informada e passará a acompanhar o paciente. 

A importância de participar da pesquisa, segundo Pedro Hallal (na foto à direita), epidemiologista e coordenador do estudo, significa ajudar os órgãos de saúde a tomar decisões, sobre medidas de enfrentamento ao novo vírus, além de fazer história: 

- É importante participar para salvar vidas. Vai chegar um dia em que essas pessoas que participaram da pesquisa vão contar a seus filhos e a seus netos que participaram de um estudo que ajudou a controlar a maior pandemia deste século - defendeu o pesquisador, que também é reitor da UFPel. 


TREINAMENTO
A capacitação foi realizada sexta-feira à tarde na UFSM pelos supervisores de pesquisa do Instituto de Pesquisa de Opinião (IPO), Douglas Saraiva e Jonatan Münchow.

Douglas destaca a importância de as pessoas aceitarem que os voluntários adentrem em suas residências para realizar o exame, pois o teste é uma questão de saúde pública.

_ Nossos voluntários estarão devidamente identificados e tomando todos os cuidados sanitários necessários. A primeira abordagem será apenas para perguntar se a pessoa aceita receber o exame. Ao aceitar, só é preciso aguardar que o voluntário organize seu material e se proteja com roupas especiais. Logo após é feita a coleta do sangue com apenas um pique no dedo, e em 15 minutos, enquanto a pessoa responde um questionário, sairá o resultado _ conta Douglas.

OUTRAS LIÇÕES 
Além de colher frutos na pesquisa acadêmica e de ter impactos na saúde a curto e médio prazo, a pesquisa, que é inédita no mundo, bateu uma espécie de recorde: o tempo. Marinel explica que, em qualquer outro contexto, um estudo como este precisaria de um a dois anos para ser organizado e então começar a visitação. Em meio à pandemia, criou-se uma rede que, com muita solidariedade e criatividade, conseguiu otimizar o tempo de organização em semanas. Cerca de R$ 1 milhão foi investido na pesquisa por instituições privadas.

ENTENDA COMO FUNCIONA O ESTUDO 

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A pesquisa tem quatro objetivos principais:

  • Estimar o percentual de pessoas infectadas no Estado 
  • Conhecer a velocidade de propagação do coronavírus
  • Identificar o percentual da população que não manifesta sintomas da doença
  • Auxiliar os governos a definir estratégias de enfrentamento da pandemia 

Serão 18 mil testes aplicados:

  • O estudo ocorre simultaneamente em 9 locais: Santa Maria, Pelotas, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Porto Alegre e Canoas
  • Neste fim de semana, serão 500 testes aplicados em cada município, totalizando 4,5 mil no Estado. A mesma coisa se repete em 25 de abril, 9 de maio e 23 de maio 
  • Os resultados devem ser divulgados em até 48 horas após cada rodada
  • As casas visitadas serão sorteadas, por meio de regiões censitárias (de acordo com o IBGE). Em cada casa, um morador será sorteado para participar da pesquisa. Isso para que a pesquisa mostre resultados de acordo com toda a população
  • Os pesquisadores usarão equipamentos de proteção, que serão trocados a cada visita. No veículo usado por eles, haverá um cartão de identificação da pesquisa




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