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Tire suas dúvidas e veja como evitar dengue e zika

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Gabriel Haesbaert (Diário) / Vigilantes fiscalizam residências de Santa Maria em busca de focos do mosquito da dengue. Amostras coletadas vão para análise

Santa Maria enfrenta um surto de dengue e zika, doenças chamadas de arboviroses urbanas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. O boletim mais recente divulgado pela prefeitura contabiliza 101 pessoas infectadas pelo mosquito: 99 na cidade e duas com casos importados. Há, ainda quatro casos de pacientes contaminados com zika. 

VÍDEO: vigilantes fiscalizam residências de Santa Maria em busca de focos do mosquito da dengue

Santa Maria é considerada infestada pelo mosquito Aedes aegypti desde abril de 2013. Porém, todos os casos, até o fim de fevereiro deste ano, eram importados. A situação atual se mostra diferente, pois configura a presença de casos autóctones, adquiridos dentro do município, o que caracteriza circulação viral. 

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De acordo com o executivo municipal, até o momento existem 287 casos notificados de dengue. Com isso, há 182 casos em investigação na cidade. Conforme o superintendente de Vigilância em Saúde, Alexandre Streb, este número inclui todas as pessoas com sintomas, entre elas as que já tiveram a confirmação da doença, as que ainda aguardam coleta de sangue e as que aguardam resultados de exames já encaminhados para análise. 

A maior incidência de dengue está no bairro Nova Santa Marta, na região Oeste de Santa Maria, com 55 casos. Também há um paciente diagnosticado com zika no bairro. Os demais pacientes com confirmação de Zika são dos bairros Nossa Senhora das Dores (2 casos), e Tancredo Neves (1). 

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Como explica o médico infectologista, membro do conselho administrativo da Unimed e professor da Universidade Franciscana (UFN) Thiego Teixeira Cavalheiro, a melhor forma de prevenção da Dengue e Zika é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Por isso, eliminar reservatórios de água em casa é a principal atitude a ser adotada pelos santamarienses no momento. Paralelo a isso, ações complementares podem auxiliar na proteção das doenças, entre elas o uso de roupas que minimizem a exposição da pele, o uso de repelentes e mosquiteiros. 

TIRE SUAS DÚVIDAS*

Dengue

  • Em que casos a dengue pode levar à morte?
    Trata-se de uma doença com alta prevalência, mas de baixa letalidade (menos de 1%, conforme dados da Organização Mundial da Saúde - OMS). Entretanto, quando o número de casos se torna expressivo, a chance de ocorrência de casos mais graves pode existir e, consequentemente, o risco de evolução para óbito se torna maior.

  • A transmissão pode ser somente pela picada do mosquito?
    A doença é transmitida por picada de artrópodes, dentre eles o mosquito Aedes aegypti é o principal representante, mas também o Aedes albopictus é um potencial transmissor. Não há relatos de transmissão entre pessoas, ou de transmissão vertical (de mãe para o feto).

  • Como estamos com surto da doença. Há outros cuidados, além da eliminação dos focos de proliferação das larvas do mosquito?
    A atenção tem que ser voltada para eliminar o vetor de transmissão e eliminação de focos de reservatórios do mosquito. Esta é a medida mais eficaz para controlarmos a doença. Outra medida, para que haja baixa gravidade da doença, é a orientação dos pacientes com quadro suspeito para que procurem o atendimento adequado e, assim, obtenham o diagnóstico e as orientações corretas.

  • Roupas que cubram o corpo, repelentes e mosquiteiros devem ser usados durante o dia ou à noite também?
    O mosquito tem hábito predominante diurno, tendo maior expressão no amanhecer ou entardecer. Entretanto, por ser um vetor oportunista, pode picar também à noite. O uso de roupas com cobertura de toda a superfície do corpo, uso de repelentes, mosquiteiros são medidas complementares que proporcionam uma proteção adicional, especialmente durante o dia.

  • Existe uma vacina disponível na rede privada, correto? Quem pode fazer uso?
    Existe vacina de vírus vivo atenuado de dengue, sendo que seu esquema é composto por três doses com intervalo de seis meses. Ela foi estudada para a população compreendida de 9 até 45 anos, que não tenha problemas da imunidade. A vacina só pode ser aplicada no indivíduo tenha tido dengue anteriormente. Pelo nosso histórico da doença recente em nossa realidade geográfica, a vacina não está indicada para a população geral neste momento. Somente para pacientes que já tenham tido dengue anteriormente.

  • Com a chegada do inverno, há chance de que a proliferação diminua?
    A condição climática interfere diretamente no ciclo reprodutivo do mosquito. A chegada do inverno, com temperaturas mais baixas, caracteriza um cenário menos propicio para a proliferação do vetor.

Zika

  • O que é a doença Zika?
    Zika, assim como a Dengue, é um arbovirose, tendo como vetor o mosquito Aedes aegypti e o Aedes albopictus. Tornou-se um motivo de preocupação para a saúde brasileira a partir de 2015, quando fora identificado um surto na região Nordeste, proporcionando casos de anomalias congênitas, dentre elas microcefalia neonatal (em recém-nascidos).

  • Em que casos há risco de morte?
    Existem casos que podem evoluir para óbito, mas, semelhante a Dengue, com números pouco expressivos. Entretanto, isto depende da prevalência da doença. Maior atenção temos com os riscos de complicações relacionadas a doença.

  • Quais as formas de transmissão?
    Picada de mosquito infectado, transmissão materno-fetal, sexo (incluindo sexo vaginal, anal e oral), transfusão de produtos sanguíneos, transplante de órgãos e exposição em laboratório

  • Como as gestantes podem se proteger?
    Da mesma forma que para a Dengue, a proteção é evitar a picada do mosquito

  • Para quem está tentando engravidar, deve-se esperar o fim do surto?
    Esta recomendação é muito difícil de ser determinada, pois diferentes motivos se têm para o planejamento da gravidez. Não há recomendação formal para adiar a concepção no momento frente ao momento epidemiológico que vivemos. Entretanto, as medidas preventivas devem ser implementadas

  • O Zika pode ser transmitido pelo leite materno?
    Embora tenha sido encontrado em alguns estudos o vírus Zika no leite materno, não há descrição de transmissão desta doença por esta via até o momento. Portanto, o aleitamento materno com todos os benefícios conhecidos, deve ser estimulado mesmo em áreas de alta endemicidade

  • Pode haver sequelas das manifestações neurológicas, como a microcefalia, em adultos?
    O vírus tem tem capacidade de invasibilidade do sistema nervoso central. As complicações de microcefalia são mais conhecidas em recém-nascidos. Em adultos, podem haver outras complicações neurológicas como Síndrome Guillain-Barré, mielites e até meningoencefalites. Estas situações clinicas devem ser conhecidas dos profissionais de saúde para que se possa reconhecer os casos. Mesmo que incomuns, eles fazem parte do espectro clínico da doença. Para a população geral, a doença tem uma evolução sem complicações. Devemos atentar para a possibilidade de diagnóstico e conseguinte, da mesma forma que na Dengue, orientação correta do acompanhamento e tratamento

*Fonte: Médico Infectologista Thiego Cavalheiro

Fique atento aos sintomas*

  • Dengue - Febre alta (acima de 38.5°C), dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo
  • Zika - "Vermelhão" em todo o corpo com muita coceira depois de alguns dias, febre baixa, muitas vezes não sentida, conjuntivite (olho vermelho) sem secreção, dor muscular, dor de cabeça e dor nas juntas

*Fonte: Ministério da Saúde

Como evitar o mosquito*

  • Mantenha a caixa d'água sempre fechada
  • Encha de areia, até a borda, os potes e os vasos de plantas
  • Não deixe a água da chuva acumular em recipientes
  • Mantenha tampados tonéis e barris de água
  • Guarde garrafas de cabeça para baixo
  • Recolha seus resíduos
  • Use repelente
  • Utilize inseticida em locais escuros (perto do chão e proximidades de piscina)
  • Atenção às piscinas, especialmente as de plástico

*Fonte: Ministério da Saúde

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