Programa Nacional de Imunizações completa 50 anos; veja como a iniciativa é importante para Santa Maria

Com a missão de proporcionar melhor qualidade de vida para a população brasileira, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) completou 50 anos na segunda-feira (18). Ao longo desta trajetória, a iniciativa já acumula conquistas significativas na saúde pública como a erradicação da varíola, a eliminação da poliomielite e da rubéola, a redução drástica de casos e óbitos por influenza, tuberculose, sarampo, entre outras doenças, resultando em uma mudança no cenário epidemiológico de doenças imunopreveníveis no país. 

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Apesar dos obstáculos gerados pelo movimento antivacina, principalmente com o início da pandemia de Covid-19 em 2020, o programa do Ministério da Saúde continua crescendo.

Enquanto responsável pela política de vacinação do país, o PNI também regula os cronogramas, que possibilitam desde a aquisição dos imunobiológicos até a disponibilização em salas de vacinação de todo o país, além de definir o Calendário Nacional de Vacinação com a oferta de cerca de 20 tipos de vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Não é à toa que a iniciativa é reconhecida pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) como uma das referências mundiais em imunizações, e o impacto de suas ações seguem cada vez mais visíveis em diversos Estados e municípios. 

Relevância

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dom Antônio Reis, localizada no Bairro Nossa Senhora Medianeira, o casal de empresários Clauton Luiz Possobom da Rosa, 40 anos, e Karoline Luiza Teixeira da Rosa, 32, levou Lavínia, de apenas 2 meses, para receber as vacinas de rotina.

No local, foram recebidos pela técnica em Enfermagem e servidora pública, Niura Santos, 60, que tem 24 anos de carreira como vacinadora. A cada orientação, o casal entendia mais sobre o programa e a importância da atualização da caderneta vacinal para o futuro da filha. 

– Para mim, as vacinas salvam vidas. Então, saber que ela está protegida desde pequenininha de tantos vírus por aí acalma o meu coração – afirmou Karoline. 

Na ocasião, Lavínia recebeu as vacinas Pentavalente, Poliomielite Inativada (VIP), a primeira dose da Rotavírus e a Pneumo 10. 

Segundo o Ministério da Saúde, 48 imunobiológicos, entre vacinas, imunobiológicos especiais, soros e imunoglobulinas, são distribuídos anualmente pelo Programa Nacional de Imunizações, sendo 20 vacinas oferecidas às crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes de acordo o Calendário Nacional de Vacinação. Deste quantitativo, 18 são destinadas apenas para a imunização para crianças e adolescentes. 

Em entrevista ao Diário, a enfermeira responsável pelo Setor de Imunizações da Secretaria Municipal da Saúde, Cecília Pedro, explicou sobre a oferta e reposição das vacinas, que ocorre mensalmente em unidades que contam com sala de vacinação:

– Ao todo, nós temos 33 unidades de saúde. Mas, com sala de vacinação funcionando, são 30. Uma delas inclusive teve algumas demandas organizacionais encaminhadas para começar a vacinação. Temos alguns distritos, que em função de não ter como manter aquele controle diário, a equipe leva as vacinas em caixa térmica para vacinar em datas pontuais. Nesses casos, não temos a sala ativa no ambiente físico, mas temos a oferta quando há demanda.

Fotos: Nathália Schneider (Diário)

Estrutura

Para que a pequena Lavínia recebesse o imunizante no posto de saúde, um cronograma criado pelo Programa Nacional de Imunizações com diversas etapas foi cumprido. De acordo com Cecília, as vacinas passam pelas instâncias nacional e estadual até chegar a Santa Maria. O município ainda conta com um diferencial por ser sede da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS), responsável por fazer o repasse da Secretaria Estadual da Saúde para 33 municípios da região. Quando os imunizantes entram em instância municipal, o processo é assumido pelo Setor de Imunizações, que faz parte da Vigilância em Saúde. 

– O setor é integrado à Vigilância Epidemiológica e nela, ocorrem as ações de prevenção e notificação de doenças, o monitoramento de arboviroses e doenças transmissíveis. Nesta esfera de prevenção, estão as ações de imunização. Então, no Setor de Imunizações, fazemos o apoio organizacional, gestão das salas de vacina e apoio logístico para as campanhas, além de todo o planejamento operacional das campanhas de vacinação. Nós recebemos, armazenamos, distribuímos e abastecemos as salas de vacina com os imunizantes. Também atuamos nos treinamentos e capacitações de quem é do município, inclusive quem está na rede privada. Antes de começarem as suas atividades, os profissionais das salas de vacina privadas passam por um treinamento teórico-prático em nossas salas. A questão do monitoramento de dados das coberturas vacinais e a informatização dos dados de campanha também é feita. Então, o nosso trabalho é bem amplo – enfatiza Cecília. 

Localizado na Rua Floriano Peixoto, no Bairro Centro, o prédio do Setor de Imunizações também conta com uma rede de frio, que é uma estrutura física e técnico administrativa pensada no âmbito do PNI. Quando o espaço começou a ser montado no município em 1997, contava apenas com geladeiras domésticas. De acordo com Cecília, um investimento maior em equipamento teria ocorrido em 2018, sendo que a expansão ganhou força com o início da pandemia, em 2020. 

– Após 2018, vieram os primeiros equipamentos considerados adequados. Entre 2020 e 2023, nós chegamos a ter 13 câmeras frias, que é um quantitativo totalmente eficiente para a quantidade que necessitamos. Então, temos o suficiente para receber os imunizantes e ter um quantitativo extra quando as unidades precisam a mais durante um mês. No período de pandemia, nós começamos a pensar que precisaria reestruturar a nossa rede de frio para que ela ficasse mais operacional. No nosso antigo endereço, a rede de frio era bem menor. Hoje, ela é bem maior e facilita muito o nosso trabalho – comenta a enfermeira responsável pelo Setor de Imunizações. 

Atualmente, a equipe é composta por uma enfermeira, duas técnicas em Enfermagem, três agentes de saúde pública que atuam no transporte dos imunizantes, dois agentes administrativos, funcionários de serviços gerais, além de profissionais da Residência Multiprofissional da UFSM e estagiários, que são tanto do nível médio quanto do curso de Enfermagem. 

“Esse é o apelo que fazemos: que os pais não deixem de imunizar os seus filhos”, afirma enfermeira

Com a proximidade da Campanha de Multivacinação, que iniciará em outubro, o setor da Secretaria Municipal da Saúde já começa a preparar o cronograma. Cecília explica que, como a equipe busca manter um padrão durante o ano, poucas alterações são realizadas na execução das iniciativas do Ministério da Saúde:

– No caso do abastecimento das salas de vacinas, fazemos um roteiro de entrega, que é dividido em quatro regiões. O abastecimento é feito duas vezes ao mês. Fazemos assim para que se mantenha um padrão de qualidade ao longo do ano. O que muda em período de campanha é que, por vezes, acontecem algumas demandas com maior intensidade. Então, se precisar ter mais de duas ou três datas ao mês de entrega, terá. Temos também uma demanda maior de capacitações, porque em todas as campanhas buscamos compartilhar ideias, conhecimento sobre o que mudou na campanha ou qual público será atendido. E claro, buscamos ter uma divulgação maior e trazer a população para dentro da unidade de saúde, fazendo um trabalho mais ativo com os agentes comunitários e as equipes das unidades. 

Entre os maiores desafios enfrentados no município, está a conscientização da população sobre a importância da vacina no combate a diversas doenças, o que reflete principalmente nas coberturas vacinais. Para a enfermeira, o Programa Nacional de Imunizações precisa continuar sendo visto como uma oferta assistencial muito importante à população, especialmente em Santa Maria.

– Quanto mais pessoas imunizadas, menor é a frequência das doenças imunopreveníveis. Então, esse é o apelo que fazemos: que os pais não deixem de imunizar os seus filhos, porque temos um risco muito grande de reintrodução dessas doenças. O impacto (que o programa) traz hoje ao município é no sentido de que temos um setor de imunizações atuante, unidades de saúde com salas de vacinas e ações que proporcionam a imunização, garantindo uma maior cobertura vacinal ao longo do tempo – conclui Cecília.

Vacine-se!

Veja quais são as vacinas que estão disponíveis nas unidades de saúde: 

  • BCG
  • Hepatite B
  • Pentavalente
  • Vacina Inativada da Poliomielite (VIP)
  • Vacina Oral da Poliomielite (VOP)
  • Rotavírus
  • Pneumo 10
  • Meningo C
  • Febre amarela
  • Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
  • Tetra viral (sarampo, caxumba e rubéola e varicela)
  • Vacina tríplice bacteriana (DTP) (difteria, tétano e coqueluche)
  • Hepatite A
  • Varicela
  • Difteria e tétano adulto (dT)
  • Meningocócica ACWY
  • HPV quadrivalente
  • Vacina tríplice bacteriana acelular infantil (dTpa) (difteria, tétano e coqueluche)
  • Influenza (ofertada durante campanha anual)
  • Pneumocócica 23-valente (Pneumo 23)


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