Foto: Renan Mattos (Diário)
Em cada região de Santa Maria, há unidades de saúde que abrem as salas de imunização tanto de manhã quanto à tarde
Desde que as coberturas vacinais do país diminuíram, o Ministério da Saúde vem alertando a população sobre o risco da volta de doenças que já não circulavam no Brasil. A poliomielite, ou paralisia infantil, está erradicada do país desde 1994 - o último caso registrado no Estado foi em 1983. O sarampo, no entanto, que não era registrado desde 2015, voltou a ser registrado no Brasil. No Rio Grande do Sul, já são 13 casos confirmados até agora. A campanha nacional de vacinação contra a pólio e o sarampo, que começou há uma semana, vai até o dia 31 de agosto e tem como objetivo reforçar a importância da imunização em crianças de 1 ano a menores de 5 anos.
Veja horários e locais da vacinação contra sarampo e poliomielite em Santa Maria
Segundo o Setor de Vigilância Epidemiológica e Imunizações da prefeitura de Santa Maria, até a última sexta-feira, foram aplicadas 1.292 doses contra a poliomielite, o que corresponde a 10,29% da cobertura vacinal. Já com relação ao sarampo, foram 1.296 doses aplicadas, totalizando uma cobertura de 10,32%. Em Santa Maria, a estimativa é que sejam vacinadas 12.556 crianças.
Como justificativa para a baixa procura pela vacina, o ministério aponta que o desconhecimento individual de doenças já eliminadas, horários de funcionamento das unidades de saúde incompatíveis com as novas rotinas da população e a circulação de notícias falsas na internet e WhatsApp são um dos fatores para a redução da cobertura vacinal registrada nos últimos dois anos. Mas, por que se vacinar contra essas doenças é tão importante?
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Para Maria Clara Valadão, médica do Serviço de Infectologia Pediátrica do Hospital Universitário de Santa Maria e doutora em pediatria e saúde da criança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, os pais não devem temer a vacina ou as reações (veja mais abaixo) que as doses podem vir a causar no organismo dos pequenos.
- O temor deve ser a doença, e não a vacina. Ela não causa dano, e os riscos de reações adversas são muito baixos. Se as pessoas não ficam doentes é por causa da vacinação. A vacina não tem capacidade de produzir doenças, é uma reação que estimula o sistema imunológico. As vacinas vieram para somar, e é por isso que ainda sobrevivemos como espécie - destaca a especialista.
Segundo a pediatra, as contraindicações à vacina são raras, e poucas são as situações em que se adia o calendário vacinal:
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- Em casos de alergias bem específicas, como ao ovo, tem que se tomar mais cuidado. Se a criança ou o adulto está em quadro febril agudo, aconselha-se esperar a febre passar para vacinar. Nosso programa nacional de vacinas tem mais de 30 anos e é bastante completo, eficaz e seguro. Ele oferta todas as vacinas indicadas pela Organização Mundial da Saúde.
Reações adversas mais comuns à vacina
- Os eventos adversos pós-vacinais são raros em ambas as vacinas. No caso da vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, o evento mais frequente é a febre, que se manifesta em cerca de 10% dos vacinados
- Se o quadro febril se prolongar por mais de 48 horas, pode não ser uma reação à vacina, então, é melhor procurar um médico
- Cefaleia e manchas na pele (exantema) podem ocorrer em menor frequência
- Dor no local da vacina
- Fonte: Drª Maria Clara Valadão e Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul (CEVS-RS)
Não devem receber a tríplice viral
- Casos suspeitos de sarampo
- Gestantes. Devem esperar para ser vacinadas após o parto. Caso esteja planejando engravidar, assegure-se de que você está protegida. Um exame de sangue pode dizer se você já está imune à doença. Se não estiver imune, deve ser vacinada um mês antes da gravidez, ou seja, espere pelo menos quatro semanas para engravidar
- Menores de 6 meses de idade
- Imunocomprometidos (portadores de imunodeficiências congênitas ou adquiridas)
- Pessoas em quadro febril agudo
- Alergia ao ovo, mesmo quando grave, não contraindica o uso das vacinas tríplice e tetra viral. Por precaução, crianças com história de anafilaxia (alergia grave) ao ovo devem ser vacinadas em ambiente com condições adequadas de atendimento de urgências/emergências
Contraindicações à
vacina oral contra a poliomielite (VOP)
Não há contraindicações absolutas à administração da VOP, evitando-se, entretanto, a vacinação de crianças nas seguintes situações:
- Crianças portadoras de infecções agudas, com febre acima de 38ºC
- Crianças com hipersensibilidade conhecida a algum componente da vacina, a exemplo da estreptomicina ou eritromicina
- Crianças que, no passado, tenham apresentado qualquer reação anormal a essa vacina
- Crianças imunologicamente deficientes devido a tratamento com imunossupressores ou de outra forma adquirida ou com deficiência imunológica congênita
- Crianças com história de paralisia flácida associada à vacina, após dose anterior da vacina poliomielite oral
- Crianças que estejam em contato hospitalar ou domiciliar com pessoa imunodeprimida
Foto: Renan Mattos (Diário)
Adequar os horários das salas de vacinação é a orientação aos Estados
Para os Estados que estão abaixo da meta de vacinação, o Ministério da Saúde tem orientado os gestores locais que organizem suas redes, inclusive com a possibilidade de readequação de horários mais compatíveis. De acordo com a pediatra Maria Clara Valadão, uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos de Santa Maria é em relação aos horários de funcionamento das salas de vacina do município. Muitas delas ofertam o serviço apenas pela parte da manhã.
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- Tem locais que vacinam só até as 11h, por exemplo. Mas não pode ter um horário para a vacina. Enquanto o posto está aberto, as pessoas tinham que ter o direito de se vacinar. Quando as pessoas chegam no posto, elas deveriam ter acesso fácil à vacinação - avalia Maria Clara.
Segundo a superintendente de Atenção Básica do município, Maria Suzana Lopes, geralmente são as unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF) que têm o horário de atendimento reduzido em função do número pequeno de profissionais disponíveis, já que a mesma equipe que atende a população também atende na sala de vacinação.
- Essa equipe é responsável por fazer pré-natal, puericultura, teste rápido, teste de gravidez, consulta de enfermagem, consulta clínica, acompanhamento de doentes crônicos, visita domiciliar, entre outras tantas coisas, além da vacina. A gente gostaria, realmente, que as estratégias pudessem abrir pela manhã e à tarde, era o ideal. Só que, com as equipes de hoje, não tem como. Porque, se abrir a sala de vacina, ou eu tiro o enfermeiro, ou tiro o técnico da função dele - explica Maria Suzana.
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Ainda de acordo com a superintendente, há, em cada região da cidade, unidades de saúde maiores que abrem a sala de vacina tanto pela manhã quanto à tarde (confira abaixo).
- As unidades de referência vão ter os horários conforme a planilha. A demanda das estratégias é muito grande, falta uma pessoa para ficar o tempo inteiro na sala de vacina. Os profissionais precisam fazer uma agenda para que nenhum serviço seja prejudicado - comenta Maria Suzana.
SALAS COM HORÁRIOS AMPLIADOS
Centro Social Urbano
- Horário - Segunda a sexta, das 7h30min às 11h30min e segunda a quinta, das 13h30min às 15h30min (exceto quarta-feira à tarde)
- Endereço - Rua Venâncio Aires, 2645, Vila Oliveira
- Telefone - (55) 3212-1428
Policlínica Central José Erasmo Crossetti
- Horário - Segunda a sexta, das 7h30min às 15h
- Endereço - Rua Floriano Peixoto, 1752, Centro
- Telefone - (55) 3223-9829
UBS Kennedy
- Horário - Segunda a quinta, das 8h30min às 12h e das 13h30min às 15h30min e sexta, das 08h30min às 12h
- Endereço - Rua Vereador Dário Leal Da Cunha, s/nº, Bairro Salgado Filho
- Telefone - (55) 3921-1241
UBS Oneyde de Carvalho
- Horário - Segunda a sexta, das 8h às 11h30min e das 13h às 15h30min
- Endereço - Rua Otacílio Pitan, s/nº, Vila Lorenzi
- Telefone - (55) 3921-1242
UBS Ruben Noal
- Horário - Segunda a sexta, das 8h às 11h30min e das 13h às 16h (exceto terça-feira de manhã)
- Endereço - Av. Paulo Lauda, 80, Bairro Tancredo Neves
- Telefone - (55) 3214-1006 ou 3214-2077
UBS São Francisco
- Horário - Segunda a sexta, das 8h30min às 11h e das 13h30min às 16h (exceto quarta-feira à tarde)
- Endereço - Rua Santa Maria, s/nº, Residencial Dom Ivo Lorscheiter
- Telefone - (55) 3212-8736