Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Setor da Casa de Saúde permaneceu fechado por quatro meses, com isso, o Hospital Universitário de Santa Maria absorveu toda demanda
Depois de quatro meses fechada, a maternidade da Casa de Saúde deve abrir as portas na próxima segunda-feira. Isso depende da assinatura do contrato entre a empresa terceirizada que contrata os médicos e a direção do hospital. A assinatura estava prevista para ocorrer ontem à noite. Foram meses de tratativas até que os médicos e a Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas) entraram em um acordo e negociaram a reabertura.
O diretor do complexo, Rogério Carvalho, não deu detalhes do contrato, mas comentou que houve mudanças em relação ao documento anterior. Afirmou ainda que a previsão é que os atendimentos voltem na próxima segunda-feira. O anúncio oficial deve ser feito hoje.
- Nós íamos começar a atender na quinta-feira (ontem), mas algumas questões específicas ainda precisam ser definidas. Está tudo certo para começar na segunda-feira, pela manhã. Para reabrir, a gente precisava acertar alguns valores com os médicos. Ainda não acertamos tudo, mas negociamos com a equipe antiga. Precisamos resolver a reabertura do serviço, pois isso é um problema de saúde pública. A gente nunca quis que fechasse, infelizmente fechou e, agora, vai reabrir e, se Deus quiser, não fecha mais - afirmou o diretor do hospital.
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De acordo com o médico ginecologista e obstetra da Casa de Saúde, Manoel Souza Júnior, ontem à noite, a nova equipe iria se reunir para organizar a escala dos sete médicos (cinco antigos e dois novos) que vão compor o quadro clínico da maternidade.
- O contrato tem algumas mudanças, as duas partes cederam um pouco e, agora, ficou mais justo. Nós vamos começar a trabalhar com um mês de atraso dos salários, falta quitar setembro, e ficou acordado que será parcelado em quatro vezes. Como médico, é um sentimento de alívio poder colocar em funcionamento um serviço tão importante para a população. A gente percebeu o caos se que tornou a situação do Husm - disse Manoel.
Durante esse período, o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) acabou absorvendo a demanda dos partos (normais e cesáreas) de toda a região. Ontem, por exemplo, havia 26 gestantes internadas, sendo que a capacidade é de 10 leitos.
As gestantes estão acomodadas pelos corredores em macas do hospital, cadeiras e macas emprestadas das ambulâncias. O espaço de consulta está sendo usado como sala de recuperação.
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De acordo com a chefe da Unidade de Atenção a Saúde da Mulher do Husm, Berenice Rodrigues, a equipe espera ansiosamente pela reabertura há quatro meses.
- Vivemos, aqui, uma situação de exaustão e risco tanto para o paciente quanto para a equipe de profissionais, que seguiu a mesma. A demanda aumentou muito, mas continuamos com o mesmo número na equipe, que está preparada para atender partos de alto risco, com capacidade para 10 lugares. A gente está fazendo também partos habituais (de baixo risco). A informação era que a Casa de Saúde ia reabrir dia 1º de março, daí, eu liguei para lá, e me informaram que vai ser na segunda-feira. A gente espera que isso aconteça para desafogar o Husm - desabafou a enfermeira.
A gerente de Atenção à Saúde, Soeli Guerra, entrou em contato com o Diário para expor a preocupação.
- Nós estamos desesperados. Ontem, não tinha mais onde colocar as pacientes. A situação é tão grave que a gente vai ter que pedir para as gestantes trazerem a maca quando vierem para cá - comentou Soeli.