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Em uma semana, Santa Maria registra quase mil novos casos de coronavírus

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Foto: Anselmo Cunha (Especial)

Em um período de apenas uma semana, Santa Maria teve quase mil casos confirmados de coronavírus, além de 10 mortes registradas em decorrência da doença. Números que chamam a atenção pelo crescimento exponencial.

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No dia 5 de fevereiro, na sexta-feira da semana passada, Santa Maria tinha 15.693 casos confirmados e 215 óbitos. Uma semana depois, no dia 12, o número de contaminados era de 16.661 - 968 a mais. Neste período, foram registradas 10 mortes. O total está em 225. Em relação aos casos confirmados, o recorde aconteceu em 10 de janeiro - foram 387 em um único dia. Na mesma semana, foram registrados 672 recuperados - de 14.891, o total passou para 15.563. 

Os dados, no entanto, não surpreenderam a prefeitura, conforme o médico epidemiologista Marcos Lobato, coordenador do Centro de Referência Municipal da Covid-19. Ele explica que o setor já vem trabalhando com possibilidades baseadas nos registros do município, e que a projeção era até mesmo pior do que a situação atual.

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- O crescimento era esperado. Ainda está até um pouco mais devagar do que se esperava. Algumas variações são pontuais por conta de registros atrasados. Os dados muitas vezes demoram a sair a os números se acumulam na divulgação. O número de óbitos é um pouco menor que janeiro, mas segue crescendo também - explica Lobato.

Segundo ele, a alta no número de confirmações era prevista ainda como reflexo da virada do ano. Dentro dessa previsão, a Vigilância temia, inclusive, surtos da doença. Porém, o que se viu foi um crescimento mais "espaçado" de casos. Além disso, Lobato aponta as aglomerações como a principal causa para os picos da doença e salienta o risco de Santa Maria ter uma nova onda de casos a partir do feriadão de Carnaval:

- Se tiver aglomeração, teremos mais casos. É sempre assim. E só vamos ver o resultado disso um tempo depois. Pessoas que morreram no final de janeiro contraíram o vírus antes disso. Ainda em dezembro tivemos já muito movimento, pessoas viajando, fazendo compras, e o efeito aparece dias depois.

NOVA VARIANTE
Na última semana, o Rio Grande do Sul teve o primeiro registro da nova cepa da Sars-CoV-2. O caso foi confirmado em Gramado, na Serra. Especialistas analisam essa nova linhagem do coronavírus e temem que se trate de uma variante mais transmissível do que a original. Lobato afirma que, em Santa Maria, a chegada da nova cepa dificilmente será constatada por meio dos exames já feitos no município.

- O vírus vai chegar aqui. Podemos até desconfiar que está aqui, mas não vamos conseguir identificar por falta de exames.Temos poucos exames no Brasil. Para identificar uma variação, tem de ser feita uma identificação completa do genoma viral. É algo demorado, caro e somente uma equipe especializada consegue fazer. E isso se torna muito difícil - afirma.

No Estado, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde conta com a parceria da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, para realizar o mapeamento dos genes da Covid-19. A chamada "Vigilância Genômica" já identificou três diferentes linhagens circulando no RS. A mais recente foi justamente a encontrada em Gramado, em um paciente que apresentou os primeiros sintomas no dia 29 de janeiro.

VACINAÇÃO
Dos 11.355 casos fatais da doença no RS, 3.381 são de idosos acima de 80 anos, conforme informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES). É a faixa etária com os números mais letais no Estado. Por esse motivo, foi dado início à vacinação em pessoas a partir dos 85 anos. Apesar disso, Lobato ressalta que ainda é precipitado dizer que esse grupo já se encontra mais protegido:

- É cedo porque, mesmo conseguindo vacinar os trabalhadores de saúde e idosos, ainda há um tempo para que haja uma resposta imune nas pessoas. Somente a partir de março é quando os grupos mais frágeis, como idosos, terão uma maior segurança. Aí sim, talvez tenhamos uma diminuição.

*Colaborou Felipe Backes




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