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Santa-mariense morre após ter silicone industrial aplicado no corpo

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data-filename="retriever" style="width: 50%; float: right;">Com 20 anos, no início do mês de agosto, Melani Aguiar saiu do Bairro Nova Santa Marta, em Santa Maria, rumo a Santa Cruz do Sul para realizar um procedimento estético e não voltou para casa com vida. O intuito era aplicar silicone industrial nas nádegas e no quadril, prática considerada irregular pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Durante o procedimento, realizado no dia 27 do mesmo mês, Melani passou mal. A pessoa que estava aplicando o produto, conhecida como "bombadeira", deixou a casa onde fazia a aplicação e fugiu - ela foi indiciada esta semana pela Polícia Civil e responderá ao crime em liberdade. A santa-mariense chegou a ser internada no Hospital Santa Cruz, mas, quatro dias depois, morreu.

O celular da transexual foi peça chave para a investigação policial. Por meio dele, os agentes conseguiram descobrir quem estava aplicando o produto em Melani.

- A partir de uma análise profunda sobre o celular dela, chegamos à autora em Caxias do Sul, a famosa "bombadeira". Ela aplica em todo o Estado. São pessoas não habilitadas e que não têm nenhum conhecimento técnico para isso - explica a delegada Ana Luísa Aita Pippi, da 1ª Delegacia de Santa Cruz do Sul, que conduziu a investigação.

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Também por meio do aparelho celular, a polícia descobriu que o silicone industrial foi comprado pelo Mercado Livre e, inclusive, quando o produto chegou, a "bombadeira" tinha a intenção de realizar a troca do material com o vendedor, já que foi considerado pouco espesso. Contudo, mesmo assim, ele foi aplicado. O procedimento custou R$ 2 mil.

- Isso é usado em carros, por mecânicos e também na construção civil. É altamente nocivo para o ser humano - afirma a delegada.

Durante a aplicação, Melani começou a passar mal. Quando viu que a situação estava saindo do controle, a "bombadeira" fugiu da casa e retornou a Caxias do Sul, onde reside. Foi então que a dona da residência onde Melani estava hospedada acionou o Serviço Móvel de Urgência. O local foi utilizado, também, para realizar a aplicação.

- Isso foi confirmado pelas demais testemunhas. Quando a "bombadeira" viu que a coisa não estava boa, ela juntou as coisas e foi embora. A partir daí, a dona da casa assumiu a situação, chamou o Samu e também a família da vítima - explica a responsável pela investigação.

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Conforme a polícia, Melani faleceu de síndrome séptica, que é uma disfunção múltipla dos órgãos em função do líquido que se espalhou pelo corpo.

A "bombadeira", que não teve o nome divulgado pela polícia, foi indiciada por homicídio culposo, com o chamado dolo eventual, quando, apesar que não se tenha a intenção de causar a morte, esse risco é assumido. Além disso, ela foi indiciada por exercício ilegal da Medicina. Contudo, como se trata de ré primária, possui residência fixa e assumiu o crime, a polícia não solicitou a prisão temporária.

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A cunhada de Melani, Cleunice Pereira, que mora em Santa Maria, diz que, agora, a busca é por justiça.

- Ela era uma menina incrível, de bom coração e que não fazia nada de errado. Estamos na luta por justiça porque ela não foi a primeira e nem será a última vítima disso - afirma.

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