Santa Maria

Região Centro-Leste, que inclui quatro bairros, está há pelo menos um ano e meio sem assassinatos

Maurício Araujo

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A onda de violência que atinge Santa Maria desde o início de 2014 revelou dados alarmantes. Só no primeiro semestre do ano, 36 pessoas foram assassinadas. Um número que chama a atenção se comparado com todo o ano passado, quando a cidade registrou 40 homicídios.

Mas, em meio a essas estatísticas, uma região da cidade não se encaixa nesses números: é a Centro-Leste. Nessa região, ninguém foi assassinado há pelo menos um ano e meio. Algo a ser comemorado pelos moradores dos quatro bairros que fazem parte desse perímetro _ São José, Diácono João Luiz Pozzobon, Pé-de-Plátano e Cerrito _ e suas subdivisões, como a Vila Maringá e o Jardim Berleze, entre outros, além de seus conjuntos residenciais.

Para o titular da 4ª Delegacia de Polícia (4ª DP), que abrange a área, delegado Antonio Firmino de Freitas Neto, as ações voltadas para a repressão ao tráfico de drogas e a solução de crimes são fatores fundamentais para que a região não tenha registrado homicídios nesse período.

Líderes comunitários e moradores da região também elencam motivos para que a localidade se destaque com essa constatação positiva em meio a meses tão violentos. Porém, isso não significa que não haja outros crimes na região, como violência doméstica, roubos, tráfico e consumo de drogas e até tentativa de homicídio (leia mais na página 8).

O delegado Firmino é taxativo em afirmar que o fato de a Região Centro-Leste não registrar assassinatos há pelo menos um ano e meio é reflexo das operações policiais de repressão ao tráfico de drogas e armamentos que são realizadas no local. Para o delegado, o lema "polícia na rua" é mais do que uma obrigação, e, sim, a única forma de combate à criminalidade. Pelo menos até que o Estado implante políticas públicas efetivas voltadas à educação, à saúde e ao lazer, por exemplo.

_ Enquanto não tivermos saúde, saneamento básico, educação, emprego e, principalmente, a presença do Estado com políticas públicas, a solução é polícia na rua e encarceramento _ afirma Firmino.

Delegado regional fala em casualidade

Já o delegado regional Marcelo Arigony faz ponderações a esse respeito. Ele reconhece as atuações da 4ª Delegacia de Polícia como inibidoras da criminalidade, mas credita ao acaso o fato de a Região Centro-Leste ter passado incólume aos homicídios desde o ano passado.

_ A região tem uma população menos densa, o que, de certa forma, diminui a criminalidade. Entretanto, o trabalho da polícia no local é de extrema importância para que a violência diminua _ diz Arigony.

Já o presidente da Sociedade Amigos da São José, Renan Berleze Recchia, acredita que a vizinhança antiga, já que a maioria se conhece, os vigilantes noturnos munidos com apitos, uma prática recorrente nessa comunidade, e a proximidade com o posto do Batalhão Ambiental da Brigada Militar intimidam os crimes no bairro:

_ O bairro é tradicionalmente tranquilo, onde todos se conhecem e se ajudam. A consequência é menos violência.

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