Violência

Número de latrocínios de 2014 é o maior dos últimos 10 anos

Marilice Daronco

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A estatística da criminalidade divulgada pela Secretaria Estadual da Segurança Pública em final de abril mostra que Santa Maria está bem próximo de bater um recorde: o de número de latrocínios (roubo com morte).
Nos quatro primeiros meses do ano, a cidade registra cinco casos de pessoas assassinadas por ladrões. O número só não é maior que o registrado em todo o ano de 2004, quando Santa Maria registrou seis casos, o maior número dos últimos 10 anos.

O número de latrocínios é um indicador que não orgulha nenhuma cidade, pela natureza violenta do crime. Na mesma onda de crescimento estão os número de homicídios (neste ano, já são 25 casos) e de roubos e furtos. Se comparados os três primeiros meses de cada ano, 2014 é recordista de furtos nso últimos três anos.

Confira os crimes ano a ano

Para o delegado Sandro Meinerz, titular da Delegacia Furtos, Roubos, Entorpeces e Capturas (Defrec), os furtos e roubos estão relacionados às drogas. Meinerz faz um cálculo com o consumo de crack: cada pedra, com cerca de 0,15 grama, custa R$ 5, e uma pessoa viciada na droga chega a consumir de 20 a 50 pedras por dia.

– Para conseguir dinheiro para as drogas, começam os pequenos furtos que geralmente evoluem para roubos. E, com mais roubos, o risco de se ter um latrocínio é bem maior. Aumentam os roubos, aumenta a chance de alguém ser morto durante um assalto – afirma o delegado.

O comandante do 2º Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar, Cleberson Braida Bastianello, pondera que também estão ocorrendo mais prisões, o que, em algum momento, vai gerar uma queda no índice negativo:

– A maioria das ocorrências está ligada à saída diária dos apenados dos regimes aberto e semiaberto. Isso nos preocupa muito como polícia.

Pesquisa foi em busca de dados sobre a violência

A cientista social e pós-graduanda em Segurança Pública Suelen Aires Gonçalves, 27 anos, trabalhou em duas pesquisas sobre a violência em Santa Maria. Em uma delas, batizada de Medo do Crime, Suelen analisou a criminalidade nos últimos 60 anos na cidade, fazendo um comparativo entre os dados oficiais e os trazidos pela mídia.

– Na minha opinião, os crimes sempre estiveram acontecendo, fossem os furtos, os assaltos, ou os próprios homicídios. O que acontece é que, quando a população confia mais nas instituições e acredita que elas resolverão seus problemas, denuncia mais, e as estatísticas (de investigações) acabam subindo – afirma Suelen.

Para o delegado Regional de Polícia Civil, Marcelo Arigony, a cidade vive um momento de descontrole em relação aos apenados e, por mais que a polícia consiga prendê-los, assim que voltam para as ruas, eles cometem crimes novamente:

– Arriscaria dizer que 90% dos casos mais graves de roubos estão ligados a egressos e presos do regime semiaberto. E isso se deve, em boa parte, à falta de um juiz na Vara de Execução Criminais (VEC). O que temos, hoje, é um único juiz acumulando várias funções.

1º trimestre de 2014

Os números dos crimes desde 2002

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