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Mãe e padrasto não foram omissos com menina que morreu após estupro, diz delegada

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Delegada Roberta Trevisan, que conduziu a investigação, e Sandro Meinerz, delegado regional em coletiva de imprensa nesta terça

A Polícia Civil concluiu e remeteu à justiça, nesta terça-feira, o inquérito policial que investiga a morte de uma menina de 5 anos após violência sexual. A morte da vítima aconteceu no dia 7 de setembro. Na época, ela foi levada para o hospital após a mãe perceber que ela não respirava. No Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), ela foi socorrida mas não resistiu. Veja, no vídeo abaixo, a coletiva de imprensa com a delegada Roberta Trevisan, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que conduziu a investigação, e de Sandro Meinerz, delegado regional da Polícia Civil: 

Laudo confirma que menina foi estuprada e morta por asfixia

SUSPEITO ESTÁ PRESO
No mesmo dia da morte da criança, após a investigação dar início a diligências e coletar material genético de pessoas que viviam na mesma casa da vítima, um jovem de 18 anos - filho do padrasto da menina e que morava na mesma casa - confessou o crime. Ele foi preso preventivamente no dia 7 de setembro e segue na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm). Ele foi indiciado por estupro qualificado com evento de morte. 

Segundo os delegados, o jovem, que não teve a identidade revelada pela polícia, não tem antecedentes criminais. Ele vivia na mesma casa da vítima há cerca de três anos. De acordo com depoimentos de familiares à polícia, o suspeito já havia falado que queria juntar dinheiro para se casar com a menina e também queria fazer uma tatuagem no braço com a foto da criança. 

- A mãe disse que, na época, não deu muita atenção à isso, que poderia ser algo comum, na visão dela. Mas, agora, depois de tudo o que aconteceu, a mãe disse que poderia ser um sinal. Se a gente for ver, é muito estranho isso, porque era uma criança com paralisia, que não tinha movimentos. Não faz muito sentido essa história de casamento, de tatuagem. Outro fato que chamou a atenção foi que o jovem sempre disse aos familiares que não queria arranjar outra namorada - destaca Roberta. 

Ainda conforme os delegados, o jovem já havia afirmado aos familiares que havia praticado zoofilia (relações sexuais com animais). Em relação à criança, não há indícios que o jovem já havia praticado alguma violência anterior. Porém, há relatos de que ele costumava ajudar a cuidar dela, até mesmo trocando fraldas.

- Violência sexual aparente, com marcas ou ferimentos, não foi registrada anteriormente contra a criança. Mas, vale destacar, que há também outras formas de abuso, como o toque indesejável. Isso não temos como comprovar se já aconteceu anteriormente - relata Meinerz. 

O suspeito não teve nenhum distúrbio psicológico constatado. O resultado do laudo com o material genético do acusado e o material encontrado nas partes íntimas da criança ainda não ficou pronto. 

SEM OMISSÃO
Como moravam muitas pessoas na mesma casa, a Polícia Civil passou a investigar se alguma pessoa tinha conhecimento sobre algum tipo de violência e se os abusos aconteciam há mais tempo. A investigação apurou que não houve omissão neste caso.

- A nossa grande preocupação era apurar se havia omissão, se a mãe, o padrasto haviam se omitido e se a vítima já vinha sofrido algum tipo de abusco. Foram 25 depoimentos, algumas pessoas reinquiridas, ninguém testemunhou o crime e a gente se perguntava como ninguém presenciava - explicou a delegada.

'Ninguém é conivente e só esperamos por Justiça', diz mãe de criança morta após estupro

De acordo com a delegada, profissionais de saúde que atenderam a menina e outros que a acompanhavam a criança há cerca de um ano foram ouvidos e falaram que a mãe levava a criança a todos tratamentos e procedimentos necessários. 

 Ainda conforme a Polícia Civil, celulares e um computador das pessoas da casa ainda passam por análise para atestar se alguém sabia de algo. 

- Foi um dos fatos mais chocantes que tivemos em Santa Maria, pela gravidade, hediondez, por ser uma criança de 5 anos de idade, que não só pela vulnerabilidade, tinha paralisia cerebral, o que aumenta a gravidade - disse o delegado regional.

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O QUE APONTOU A INVESTIGAÇÃO
De acordo com testemunhas do caso, recentemente a menina tinha tido piora no quadro clínico. Com isso, a mãe a levou para acompanhamento profissional e que, em 23 de agosto ela havia passado por exames médicos. A enfermeira que havia acompanhado a criança nos exames, em agosto, afirma que a vítima não apresentava indícios de violência sexual até então. 

- Se a gente tivesse qualquer prova de dolo eventual, aí sim ele seria indiciado por homicídio. Como não temos prova, ele foi indiciado por estupro qualificado. A pena é a mesma do homicídio, de 12 a 30 anos, todavia ele não tinha a intenção de morte, foi o que foi constatado nos autos - explicou Sandro Meinerz.

O laudo já confirmou que a causa da morte da menina foi asfixia. A polícia acredita que a vítima, que tem dificuldades respiratórias, tenha morrido após o suspeito deitar em cima dela para cometer o estupro. Ainda conforme os delegados, como o berço onde a criança ficava era muito pequeno, a polícia acredita que o suspeito tenha tirado ela do local e levado até o seu quarto, que fica ao lado do quarto onde a vítima dormia junto com a mãe e o padrasto. 

*Colaborou Janaína Wille

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