Foto: Rafael Menezes
O foragido da Justiça Leandro da Rosa Braz, 30 anos, cumpria pena de 14 anos, sete meses e 19 dias de prisão por uma série de crimes cometidos em pouco mais de uma década no centro do Estado. Ele foi condenado em dois processos criminais, mas nenhum deles referente a homicídios.
O principal processo é por assaltos e resistência. Ele foi julgado e recebeu sentença de 13 anos e seis meses de prisão.
No segundo processo, foi condenado a um ano, um mês e 19 dias pelos seguintes crimes: ameaça, descumprimento de medida protetiva e dano perpetrados em situação de violência doméstica. As informações são da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Santa Maria, onde os casos foram julgados.
Conforme a VEC, Leandro ainda teria de cumprir seis anos e três meses da pena privativa de liberdade pelos crimes cometidos. A Vara não informou por quais assaltos o réu foi julgado. Sabe-se que um dos mais graves foi o assalto à prefeitura de Quevedos, em 2012, em que empreendeu uma fuga audaciosa junto com dois outros comparsas.
O trio fez dois reféns – um vigia e um policial militar – e os levou dentro de uma viatura policial. Ele foi preso um dia depois do crime. Tinha 19 anos à época.
Progressão
Após cumprir oito dos 14 anos na cadeia, Leandro havia sido beneficiado pela progressão de regime, ou seja, passou a ter direito ao semiaberto (quando o apenado pode sair durante o dia para trabalhar e deve retornar à noite para dormir no presídio).
Além disso, recebeu outro direito, a da saída temporária, a chamada "saidinha de Natal", no final de 2023. Segundo a Vara de Execuções Criminais, o apenado "preencheu os requisitos objetivo e subjetivo para a concessão dos benefícios".
Insatisfeito com os seis anos que ainda teria de ficar semitrancafiado, o criminoso decidiu não iria mais retornar para sua cela do regime semiaberto do Presídio Estadual de Júlio de Castilhos. Ele teria de se reapresentar em 26 de dezembro do ano passado, para seguir cumprindo a pena de apenas dormir no estabelecimento prisional. Não o fez. Desde então, passou a ser considerado foragido da Justiça.
Essa não foi a primeira fuga dele do mesmo presídio. Em 2017, junto a outros seis apenados, pulou o muro do complexo e escapou. Leandro foi recapturado um dia depois durante um grande cerco policial no interior de Júlio de Castilhos.
No momento, a Justiça declara que "foi expedido mandado de prisão para retomada do cumprimento da pena. O processo aguarda o cumprimento do mandado".
Buscas
É esse mandado que a Brigada Militar e a Polícia Civil tentam cumprir em Toropi e em São Pedro do Sul, onde Leandro, livre e armado, já colocou fogo em uma casa e deu um tiro na cabeça de um motorista em uma tentativa fracassada de assalto.
A vítima, o construtor Moacir Naissinger, 46 anos, havia saído de casa, em Toropi, na manhã da última segunda-feira, para comprar uma peça para um compressor na vizinha São Pedro do Sul. Na viagem pela VRS-805, o motorista acabou cruzando o caminho de Leandro, que tentou roubar seu carro, atirou e provocou um grave acidente. O criminoso fugiu.
Naissinger foi socorrido e está internado em estado grave na UTI do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde nesta quarta-feira (17) foi submetido a uma cirurgia na cabeça.
A reportagem aguarda retorno da Justiça sobre o questionamento referente à situação dos dois assassinatos atribuídos a Leandro da Rosa Braz, um presidiário que criou, em julho de 2022, dois perfis no Facebook com fotos em que aparece fazendo o tradicional sinal de arma com as mãos.
Nas páginas, sem postagens, ele se identifica como Leandro Braz e diz ter nascido e morar em Porto Alegre.
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