Foto: Arquivo Pessoal
A Polícia Civil concluiu nesta quarta-feira (17), o inquérito que investigava a morte do casal de namorados Otávio Henrique Pacheco Carneiro da Silva, 21 anos, e Yasmin Pacheco Soares, 20.Os dois morreram após a motocicleta em que estavam ser atingida pelo carro de um motorista, que estaria bêbado, na noite de 16 de dezembro de 2023 na BR-158, em Santa Maria.
De acordo com a polícia, o veículo Gol, conduzido por Lucas Diefenthaler, 41 anos, colidiu na traseira da moto Honda CB 600. O impacto resultou na morte imediata de Otávio e Yasmin.
Os resultados dos testes do nível de álcool no sangue caracterizaram o acidente como crime de trânsito. Diefenthaler chegou a ser preso, mas foi solto no dia 18 de dezembro de 2023 pela Justiça.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Santa Maria (DPHPP) indiciou o motorista duas vezes pelo artigo 302, parágrafo 3, do Código de Trânsito Brasileiro, que prevê penas de prisão de cinco a oito anos, além de suspensão ou proibição do direito de dirigir.
Já o dono do Gol foi indiciado por emprestar o veículo a Diefenthaler, sabendo que ambos haviam ingerido bebida alcoólica e concordado com a condução do veículo.
A reportagem tentou contato com o delegado Marcelo Arigony, titular da Delegacia de Homicídios, porém não obteve retorno sobre os detalhes do inquérito devido ao protesto dos delegados gaúchos contra o governo do Estado. O Ministério Público também não retornou o pedido de contato da reportagem.
Protesto
Elton Siqueira, 50 anos, pai de Otávio, diz que a conclusão do inquérito policial com indiciamento do motorista é positivo. No entanto, a notícia de que o culpado, apesar de identificado, responde em liberdade, gera descontentamento entre os familiares das vítimas, que realizaram um protesto na terça-feira (16) em Cachoeira do Sul, cidade natal de Otávio. No sábado (20), outra manifestação está programada para Santa Maria.
Ao Bei, Siqueira falou da sua felicidade pela rapidez do inquérito policial, mas ressaltou a insatisfação com a possibilidade de o culpado não ser detido.
- Mesmo que o culpado decida colaborar de alguma forma, queremos mais do que isso. Não queremos que esse rapaz continue solto - afirma.
As famílias das vítimas cobram das autoridades uma revisão das leis em casos de crimes de trânsito.
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