'golpe no tio'

Criminosos se passam por adolescentes em rede social para pedir dinheiro a homens

da redação*


Foto: Charles Guerra (Arquivo Diário)

Um convite de amizade no Facebook e a troca de mensagens pela rede social parecem situações comuns na internet, mas para algumas pessoas virou motivo de preocupação. Isso porque um novo tipo de golpe vem fazendo vítimas na região. Pelo menos 10 moradores de Agudo procuraram a Polícia Civil, em julho, para registrar ocorrências que envolvem a extorsão de criminosos pelas redes sociais. Em todos os casos, um estelionatário cria um perfil falso de uma adolescente e entra em contato com homens, trocando mensagens e fotos íntimas. 

As conversas no Facebook, que contêm fotos íntimas, passam a ser motivo de extorsão. Entre os alvos estão homens, preferencialmente casados, com média de idade entre 40 a 50 anos. Depois de trocarem as fotos íntimas e contatos telefônicos,outro perfil falso, de um suposto "pai indignado" dessa menina, que seria menor de idade, entra em contato com o homem pelo WhatsApp exigindo dinheiro para não denunciá-lo à polícia. Em alguns casos, outro perfil, de um suposto delegado, inicia também uma chantagem pedindo depósito bancário para não investigar a "pedofilia". 

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INVESTIGAÇÃO
De acordo com a delegada Alessandra Padula, que investiga o golpe na região, chamou a atenção a quantidade elevada de casos que foram registrados em Agudo. Ela afirma que nenhuma das vítimas chegou a fazer o depósito bancário exigido pelos bandidos. 

- Recém estamos instaurando o inquérito, mas nosso desafio é descobrir por que tivemos tantos casos na cidade. Todos os contatos que foram feitos por parte dos criminosos usaram números com código de área da Região Metropolitana, o que nos faz crer que sejam criminosos de lá, que estejam até mesmo em presídios, o que, infelizmente, é muito comum de acontecer - conta a delegada.

Alessandra relata que a investigação vai tentar chegar aos criminosos por meio de dados de contas bancárias e telefone fornecidos às vítimas. Porém, a delegada explica que essas informações podem ser inconclusivas, já que os dados cadastrados em uma linha telefônica ou até mesmo em uma conta bancária podem ser falsos ou de pessoas que não têm relação com o golpe.

- Por se tratar de um crime na internet, é uma área difícil de se investigar e de muitas possibilidades - afirma. 

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Se identificado, o criminoso pode responder por extorsão, estelionato e falsidade ideológica. Se mais pessoas estiverem envolvidas, elas poderão responder também por organização criminosa.

CUIDADO NA INTERNET
A delegada salienta que os usuários precisam ter muito atenção com quem adicionam nas redes sociais, devendo sempre desconfiar de pessoas desconhecidas. Além disso, é necessário ter cuidado com o teor das conversas, evitar a troca de informações e fotos íntimas e nunca fazer depósitos bancários por meio de chantagem. Em caso de ameaça ou atitude suspeita, as vítimas devem procurar a Polícia Civil para registrar ocorrência.

- As pessoas sempre alertam os filhos, os jovens a cuidarem quem adicionam nas redes sociais, com quem conversam, mas muitas vezes esquecem de fazer o mesmo em seus próprios perfis. Nesse caso, foram homens já estabelecidos na vida que caíram no golpe - destaca Alessandra. 

*Colaborou Janaína Wille

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