julgamento

Acusado de matar quatro pessoas em Pinhal Grande vai a júri nesta terça

Camila Gonçalves


Foto: Germano Rorato (Arquivo Diário)

Os passos do autor de um dos crimes mais violentos da Região Central serão revividos amanhã, no Salão do Júri do Fórum de Júlio de Castilhos, a partir das 9h30min. Ariosto da Rosa, 43 anos, confessou ter matado quatro pessoas em série no município de Pinhal Grande, em novembro de 2016. Ele é acusado de estuprar e assassinar a enteada Bianca Moraes de Salles, 16 anos, e de matar outras três pessoas logo em seguida - Iran Gonçalves dos Santos, 10 anos, Alex Cardoso Leal, 17, e Afonso Gonçalves, 60. As vítimas foram mortas a tiros na localidade de Rincão dos Basílios, zona rural da cidade.

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O réu vai a julgamento pelos crimes de estupro e homicídio qualificado. No caso de Bianca, o crime foi cometido com quatro qualificadoras: motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, ocultação de outro crime (o estupro da adolescente) e feminicídio. Em relação a Iran e a Alex, por motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. E sobre Afonso, por motivo fútil, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.  

Somadas as penas, Ariosto pode ser condenado a 80 anos de prisão. Ele está recolhido na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm), desde 20 de dezembro de 2016, depois de ser capturado em um matagal, em Dona Francisca, 22 dias após as mortes.

Uma das grandes discussões do júri deve girar em torno do que levou Ariosto a assassinar as quatro pessoas. Ainda na fase da investigação, a polícia acreditava que os assassinatos tinham diferentes motivações. Bianca teria sido morta para ocultar o crime de abuso sexual contra ela. Iran e Alex teriam sido mortos por conta de disputas de terras entre os pais deles com Ariosto. Já o agricultor Afonso era companheiro de uma prima de Ariosto. A desavença entre os dois também envolvia uma suposta briga por propriedade de terras e uma mesa quebrada pela vítima em um bar que Ariosto cuidava.

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O advogado assistente da acusação, Daniel Tonetto, que representa as famílias das quatro vítimas, disse que vai buscar a condenação de Ariosto pelos quatro homicídios e pelo estupro com a cumulação das penas das qualificadoras.  

- Buscamos a pena mais severa, que, no Brasil, fica em 30 anos, e que o Tribunal do Júri acolha os crimes pelo qual o réu foi condenado conforme a sentença de pronúncia - declarou Tonetto.

A defesa de Ariosto será feita pelos advogados Airton Tadeu Silva de Mello e Patricia Abarrasin de Mello. De acordo com Airton, como Ariosto confessou as mortes, o trabalho da defesa será no sentido de retirar as qualificadoras na sentença final. O papel dos defensores, ainda segundo Airton, será o de esclarecer a motivação do acusado.

- Desde a prisão dele, ele diz que surtou. Que nem ele sabe explicar, de forma sensata, por que matou - conta Airton.

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