Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Depois de ser pauta em Brasília, na tarde de terça-feira, o Hospital Regional voltou a ser assunto, desta vez na Assembleia Legislativa. Ontem, o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) questionou a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, durante reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa, sobre a abertura de leitos e a gestão do Regional, feita pelo Instituto de Cardiologia.
Em resposta, segundo o material divulgado pelo deputado, a secretária informou que o prédio, localizado no Bairro Pinheiro Machado, precisa de adequações físicas, do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) e de equipamentos. Sobre ao recursos para a manutenção do complexo, de R$ 8 milhões ao mês, Arita afirmou que o pedido foi encaminhado ao Ministério da Saúde que "solicitou informações complementares," e está em análise. Contudo, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), que esteve, terça-feira, com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), disse que o governo federal repassaria a verba de custeio para o Estado, além de acenar com a possibilidade de liberar recursos, gradativamente, para os equipamentos, avaliados em R$ 72 milhões. Hoje, o hospital funciona com um único ambulatório.
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Só que a secretária, de acordo com o material da assessoria de Valdeci, teria afirmado que os municípios também terão de contribuir com verbas para manutenção do hospital, uma vez que o ministério não bancará o custo integral de custeio, no caso os R$ 8 milhões. Seria só com cerca de R$ 5 milhões. "Nós queremos dizer, aqui, que o financiamento do custeio terá que ter a participação dos municípios da região, porque o custo de R$ 8 milhões mensais necessários para começar as três áreas do Regional (neurologia, cardiologia e traumatologia) não terá a cobertura total por parte do Ministério da Saúde", explicou Arita.
Já quanto à possibilidade de um gestor público assumir o Hospital Regional, a titular da Saúde frisou que a Secretaria Estadual de Planejamento estuda várias alternativas, inclusive essa. Há poucos dias, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) se ofereceu para fazer uma parceria e abrir leitos no Regional. Depois das ponderações da secretária, Valdeci avaliou que o funcionamento dos leitos está distante.
Me parece que há informações desencontradas entre o que o prefeito anunciou a partir das declarações do ministro e o que disse Arita, segundo material divulgado pelo deputado. Acho que em respeito à população, que espera sentada pelo funcionamento integral do complexo, a secretária deveria vir a Santa Maria e colocar as cartas na mesa: esclarecer sobre a gestão, os recursos, os repasses do ministério, se os municípios terão de contribuir e a situação quanto à compra dos equipamentos. Esclarecimentos sem intermediários de um lado ou de outro.