Escapou por pouco

'Não sei se dou risada ou choro', diz professora aposentada que quase foi vítima do golpe do bilhete, em Santa Maria

Patric Chagas

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Um misto de alívio e vergonha. Assim era o sentimento da professora aposentada, de 63 anos, após escapar por pouco do golpe do bilhete. Passadas horas após ter sido abordada por um dos estelionatários, na Rua Vale Machado, ela conversou com o Diário. A mulher revelou como foi passar mais de duas horas em contato com a quadrilha de criminosos - desde a manhã até depois do meio-dia de terça-feira.

Diário de Santa Maria - Como a senhora foi abordada?
Vítima
- Estava indo ao mercado quando, por volta das 10h, um senhor me parou na rua perguntando sobre um endereço. Ele disse que morava no interior de São Sepé e não conhecia nada em Santa Maria. Como ele disse que era analfabeto, resolvi ajudar. Em seguida, ele mostrou um bilhete de loteria que teria um prêmio no valor de R$ 1,4 milhão.

Diário - Como ele a convenceu a sacar o dinheiro?
Vítima
- Logo depois chegou uma mulher que supostamente também queria ajudar. Mesmo eu afirmando que tinha compromisso, ela me convenceu que deveríamos ajudar, pois ele era analfabeto e como não tinha documentos, não teria como sacar o prêmio. A partir daí, ela tomou a iniciativa e supostamente telefonou para o setor de loterias da Caixa Econômica Federal e confirmou que os números do bilhete eram os mesmos sorteados. Porém, o idoso queria uma prova de que éramos confiáveis. Então, ela entregou uma quantia de dinheiro para ele, pegou meu telefone, falou com o gerente do meu banco e agendou para que eu fizesse o saque.

Diário - Mas por que você não entregou o valor?
Vítima
- Quando retornei do banco, eles não estavam mais no local combinado. Imagina, eu com R$ 25 mil na bolsa procurando por eles na rua. Cerca de duas horas depois, os policiais me abordaram, explicaram a situação e eu me dei conta que quase fui vítima de um golpe.

Diário - Como a senhora está se sentindo?
Vítima
- Em primeiro lugar, estou com muita vergonha. Ele (estelionatário) se fez de coitadinho, quis ajudar e fui enganada. Ainda fiquei preocupada com ele. Disse para tomar cuidado ao andar com todo aquele dinheiro na rua. Não sei se dou risada ou choro.

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