Morreu lavadeira Ceci Rodrigues de Moura

Fotos: Arquivo Pessoal

Nascida e criada em São Pedro do Sul, Ceci Rodrigues de Moura, 82 anos, já morava em Santa Maria há 53 anos. Ela se casou com Alvino de Moura (falecido) e se mudou para o Coração do Rio Grande em seguida. O casal ficou junto por 51 anos e teve três filhos: João Francisco, 51, Daniel, 49, e Janete Rodrigues de Moura, 46. Ela era avó de Patrícia, 26, Milena, 19, Larissa, 18, e Thainá, 14. O primeiro bisneto dela, Emanuel, está a caminho, e Ceci estava muito contente que seria bisavó. 

Moradora do Bairro São João, ela é lembrada pela vizinhança como uma pessoa muito generosa.

- Ela era uma grande mãe para mim. Por 35 anos, fomos vizinhas e, quando meu esposo viajava à trabalho, eu corria para a casa dela com meus dois filhos para ter uma boa companhia. Éramos muito amigas. A Ceci era iluminada e muito amorosa. Nós adorávamos fazer companhia uma para a outra. No dia em que eu não ia à casa dela, a Ceci gritava para eu ir lá e tomar um mate com ela. Minha filha era fã do pão que a Ceci fazia para nos agradar - recorda a vizinha e amiga Leonor Lopes dos Santos, 59 anos.

Ainda conforme Leonor, a amiga era uma cozinheira de mão cheia e que cozinhava com os temperos que plantava na horta de casa. Legumes e verduras faziam parte do canteiro dela. Além disso, Ceci adorava criar galinhas.

Segundo a neta Milena, a idosa tinha um dom muito especial: benzia as pessoas com brasas, tendo realizado muitas curas ao longo da vida.

Leonor conta que a amiga era muito divertida e gostava de fazer brincadeiras e jogar canastra e conversa fora. Para a vizinha, o grande momento vivido com a amiga e que ficará guardado na lembrança diz respeito ao dia em que Ceci pediu a Leonor que tirasse fotos da idosa junto de um vazo de flores.

- Ela pediu que eu guardasse aquelas fotos de recordação. Agora, quero imprimir a foto para ficar aqui em casa. A Ceci colocava muito amor no que fazia. Tenho ótimas recordações dela. Minha amiga deixou muitas saudades - emociona-se ela.

A grande alegria de Ceci era ter a família reunida e voltar para a terra em que nasceu para passear. Por 20 anos, ela trabalhou como lavadeira, já que precisava ajudar no sustento da casa. Ceci e o marido se mudaram para Santa Maria com o objetivo de dar uma vida digna para os filhos.

- Eles batalharam muito, trabalharam, ficaram sempre juntos e enfrentaram as adversidades da vida para que a gente pudesse ter conforto. Meus pais foram incansáveis para que nós três estivéssemos sempre bem - diz a filha Janete.

Segundo a família, Ceci era muito carinhosa, vaidosa e alegre. No tempo livre, tinha por costume ouvir músicas e dançar bastante.

- Vou levar em minha mente o sorriso da vó, a alegria de viver e o quanto ela fez de tudo para a gente - emociona-se a neta Milena.

À família, Ceci deixa o legado de luta pelos sonhos e desejos, a honestidade e a bondade. Colorada apaixonada, a idosa fazia simpatias para o time ganhar e ouvia os jogos pelo rádio e acompanhava os lances pela televisão.

Ceci precisou ficar internada no Hospital Casa de Saúde durante três dias. Ela faleceu em 23 de maio em decorrência de uma pneumonia e foi sepultada no dia seguinte, no Cemitério São João, em São Pedro do Sul.

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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.br ou pelo telefone (55) 3213-7122