Fotos: Arquivo Pessoal
O economista, bacharel em Direito e técnico em contabilidade Francisco Hely Humberto Londero, 90 anos, mudou-se para Santa Maria ainda criança para estudar no colégio interno. Nascido em Ivorá, ele viu, no Coração do Rio Grande, oportunidades para se desenvolver. Mas foi além: formou-se em Economia, pela Universidade Federal de Santa Maria, e em Direito, em Cruz Alta. O gosto pela informação também era presente na vida do idoso que, segundo a família, gostava de ver telejornais e de ler o jornal impresso.
Londero foi casado com Helena Londero Barichello (falecida há 30 anos), com quem teve uma filha, Angela Londero Orsolin, 52 anos. Atualmente, ele vivia com ela no Bairro Nossa Senhora das Dores.
- O pai era um homem bem linha dura. Mesmo eu sendo filha única, ele me puxava as orelhas. Devo minha educaçãoa ele, que sempre foi um exemplo de pai - recorda ela, aos risos.
Os dois eram bem unidos e adoravam sair para passear juntos. Além disso, Londero também gostava da companhia dos netos Leonardo, 30 anos, Augusto, 28, e Giulianna, 27. Mas o grande xodó do idoso era o bisneto, Henrique, 8. Os dois brincavam, conversavam e se divertiam muito juntos.
O sonho de Londero era que a família desse continuidade aos negócios dele. O idoso mantinha um escritório de contabilidade. O genro e contador, Gilmar Pedro Orsolin, 56 anos, é quem está tocando a empresa junto com Angela.
- Para mim, ele era como um pai. Gostávamos de conversar. Ele me ensinou muitas técnicas sobre o nosso ofício, e, hoje, é uma honra poder seguir o legado dele e dar continuidade à empresa - diz Orsolin.
Londero abriu o escritório de contabilidade em 1959 e prestava serviço a diversas empresas de Santa Maria.
Muito generoso, o idoso ajudava instituições de caridade com alimentos e agasalhos, junto com a esposa. Após o falecimento dela, Londero se dedicou aos cuidados da filha, dos netos e do bisneto. Ele também ajudou a fundar o Banco da Esperança, que ficava próximo à Basílica da Nossa Senhora Medianeira. Muito católico Londero colaborava com a igreja e com a comunidade religiosa.
O economista gostava da independência e dava conta das atividades domésticas sozinho. Um dos segredos para chegar aos 90 anos era o cuidado com a alimentação. Ele não comia nada se não soubesse a procedência. Segundo a família, Londero não tinha nenhuma comida preferida, mas adorava comer bem e frequentar o mesmo restaurante.
À família, Londero deixa o legado da honestidade e de batalhar sempre pelos sonhos e pelos desejos.
- Não tenho apenas um momento marcante com o vô, tenho inúmeros, já que ele me criou. Ele estava sempre presente nas nossas vitórias e derrotas e está fazendo muita falta - diz o neto Leonardo Londero Orsolin.
O idoso ficou internado por 18 dias no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo e morreu em 3 de agosto, em decorrência de um câncer. Londero foi sepultado no dia seguinte, às 16h, no Cemitério Municipal, em Ivorá.
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