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Fotos: Marcelo Oliveira (Diário)/
Com o objetivo de levar informação à população e reduzir a discriminação e o preconceito contra pessoas que têm o Transtorno do Espectro Autista (TEA), iniciativas foram realizadas neste fim de semana para exaltar o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado no sábado.
Para muitos, assistir um filme na sala de cinema é algo simples e comum no dia a dia. Mas para quem tem autismo, a experiência pode não ser a mais confortável. Por isso, neste domingo, a sala 1 do Cine Arcoplex, no Royal Plaza Shopping, teve uma programação especial. O Centro de Referência em Transtorno do Espectro autista "Compreender para Atuar" organizou uma exibição especial da animação 'Os Caras Malvados'. A ação foi voltada às pessoas com autismo e familiares.
Para oferecer um ambiente confortável, foram feitas adaptações na iluminação e no áudio para que o filme pudesse ser assistido por quem tem hipersensibilidade auditiva ou visual.
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AMBIENTE ACOLHEDOR
A educadora especial e coordenadora do Compreender para Atuar, Jéssica de Oliveira, de 30 anos, conta que às vezes as questões ligadas ao transtorno do espectro autista acabam afetando o comportamento das crianças, o que pode gerar situações desconfortáveis para as famílias. Segundo ela, os familiares relatam a dificuldade de participar de atividades, como ir ao cinema, muito por conta do julgamento feito por outras pessoas. A sessão especial foi pensada para que todos pudessem se sentir bem.
- É uma atividade sem julgamentos, sem regras. Vai ser um momento muito feliz para eles. As famílias estão muito contentes por estarem em um ambiente onde as pessoas entendem o que elas estão passando, sem olhares diferentes - relata.
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Até o início do filme, 38 ingressos foram vendidos. Crianças, adolescentes, adultos e seus familiares estavam presentes no local. A empreendedora Larissa Dorneles Uavniczak, de 34 anos, e o marido Odirlei Vianei, de 35 anos, foram à sessão com o pequeno Otto, de 3 anos. Larissa conta que o diagnóstico do filho foi rápido, já que ele apresentava sintomas clássicos do autismo, como andar na ponta dos pés e dificuldade de demonstrar as emoções. Logo na primeira consulta no neuropediatra, o autismo foi confirmado. Ainda no processo de adaptação, ela conta que o aprendizado é diário.
- Fiquei muito feliz com essa oportunidade. Sempre quis trazer o Otto no cinema, mas tinha receio que ele não suportasse. Quando surgiu essa sessão, não pensei duas vezes. Vai ser um momento para ter contato com outras crianças, e ele adora desenho. É a oportunidade perfeita.
Para o pai do Otto, a inclusão social é a parte mais fundamental para quem é autista, já que eles apresentam dificuldade de comunicação e interação social.
- Eles adoram estímulos visuais e sonoros, mas aqui tudo vai ser de acordo com as especificidades sensoriais deles. Vamos testar como ele vai se comportar e, dependendo do resultado, vamos trazer em outras sessões - diz Vianei.
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Beatriz Azevedo Fornazari, de 16 anos, foi com a família aproveitar o cinema.
- Eu estou muito animada, o filme vai ser muito legal. Comprei pipoca e água sem gás.
O pequeno João Lucas, de 8 anos, também garantiu o ingresso para a sessão. Acompanhado do pai e irmã, João afirma ser fã de desenhos e estava empolgado para assistir 'Os Caras Malvados' nas telonas.
O shopping já recebeu ações deste tipo outras vezes, mas esta foi a primeira iniciativa organizada pelo centro Compreender para Atuar. A entidade trabalha com uma equipe composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, educadores especiais, psicopedagogos, profissionais de educação física e psicomotricidade.
AUTISMO
O autismo é uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal. Entretanto, terapias adequadas podem auxiliar as pessoas a melhorar sua relação com o mundo. (Vitória Parise)