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VÍDEO: procura por suplementação de vitamina D cresceu mais de 40% em 2020

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Endocrinologista Mateus Dornelles Severo explica que até exame de dosagem da vitamina D só é recomendado para alguns públicos

No inverno, as gripes e resfriados, principalmente neste período de temor por conta da circulação do novo coronavírus, trazem discussões sobre métodos para aumentar a imunidade do organismo, e uma das alternativas que vem à tona é a reposição da vitamina D. Um estudo encomendado pelos conselhos de Farmácia e realizado pela consultoria IQVIA mostrou que a procura por colecalciferol (a vitamina D) aumentou 48,22% nos primeiros quatro meses de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado. 

Média móvel de casos por Covid-19 em Santa Maria permanece estável

O médico Mateus Dornelles Severo, doutor em endocrinologia, lembra que existem estudos associando deficiência de vitamina D a doenças autoimunes e a maior risco de alguns tipos de infecção. No entanto, segundo ele, não há evidência robusta de que o uso da vitamina D como estratégia de prevenção ou para tratamento dessas patologias possa ser útil.


A professora do curso de Nutrição e do Mestrado em Ciências da Saúde e da Vida da Universidade Franciscana (UFN) Natielen Jacques Schuch acrescenta que a insuficiência e deficiência de vitamina D está associada à inúmeras doenças, dentre elas algumas ósseas, mas é preciso ter cautela:

- Os estudos ainda são insuficientes para comprovar que a falta da substância é a causa das doenças ou que a insuficiência possa aumentar o risco de desenvolver determinada enfermidade - esclarece.

Novos casos de dengue e zika são menos numerosos nos últimos dois meses

Natielen ressalta também que, segundo as recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, os resultados prévios dos estudos em andamento demonstram que, até o momento, não existe justificativa para suplementação de vitamina D para a população em geral com o intuito de proteção à Covid-19.

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A estudante de Nutrição do último semestre da UFN, Litza Rodrigues dos Santos (foto ao lado), 38 anos, começou a tomar a vitamina D em 2016, quando iniciou o curso, e até hoje faz a reposição por conta própria.

- Por meio de artigos científicos, comecei a ver os benefícios da vitamina. Havia estudos indicando prevenção de câncer, as vantagens para o cérebro, o auxílio na redução dos níveis de insulina, regulação de diabetes, melhora na saúde óssea, e principalmente, o fortalecimento do sistema imunológico - diz.

Quando engravidou, Litza aumentou a ingestão por conta da gestação e, depois do nascimento da filha, continuou utilizando o composto. Alice, de 2 anos, também toma as gotinhas, com orientação pediátrica.

- Sempre fomos muito saudáveis. Não pegamos nem gripe - garante Litza.

RECOMENDAÇÃO 
A graduada em Marketing, Luisa Passos, 53 anos, o marido, o militar da Aeronáutica José Vilmar Zancan, 47 anos, e a filha deles, Clara, 14 anos, moraram em Curitiba durante 15 anos, e foi na capital paranaense que descobriram a reposição de vitamina D. Há 4 anos em Santa Maria, a família faz exames regulares para verificar os níveis do componente no organismo e não abre mão da orientação médica.

- Em Curitiba, havia pouquíssima luminosidade, passávamos dois, três meses do inverno sem ter sol. Fomos ao médico na época e estávamos todos com a vitamina D baixa. Desde então, sempre vamos ao médico para conferir. Não se pode tomar sem prescrição - considera Luisa.

Conforme o endocrinologista Mateus Severo, a reposição de rotina não está indicada, salvo situações específicas, como crianças em faixa etária pediátrica, ou durante tratamento de alguma doença óssea. Até mesmo a dosagem, ou seja, o exame para verificar os níveis de vitamina D no organismo, só é indicado para quem tem risco de apresentar deficiência.

O médico explica que o risco de toxicidade em doses baixas é pequeno, mas algumas pessoas acabam aumentando a dosagem esperando um efeito melhor, e é aí que mora o perigo:

- A vitamina D é uma substância lipossolúvel que tende a se acumular nos tecidos gordurosos do organismo e esse acúmulo é de difícil depuração, o que pode gerar intoxicação. Quando se intoxica, os níveis de cálcio sobem e a pessoa pode entrar em um quadro clínico grave e, em alguns casos, o paciente tem necessidade de internação em UTI por insuficiência renal ou alguma coisa parecida - alerta Severo.

ABSORÇÃO 
O isolamento social acende um alerta para os grupos de risco. É que, como a vitamina D é sintetizada pelos raios ultravioletas, a menor exposição ao sol, neste período em que muitas pessoas deixam de sair para evitar o contágio pelo novo coronavírus, há risco de deficiência da substância.

Para quem está cumprindo o isolamento à risca e não tem uma sacada ou área externa para pegar sol, a dica é procurar um local seguro e aproveitar os raios em horários seguros.

- A vitamina D é sintetizada na pele após exposição à luz solar. Exposição diária de cerca de 15 minutos costuma já ser suficiente, se a pessoa não tiver contraindicações, como histórico de câncer de pele, por exemplo - orienta Mateus Severo.

PARA QUEM É INDICADA A REPOSIÇÃO DE VITAMINA*:

  • Grupos de risco (idosos, gestantes, lactantes, pacientes com raquitismo/osteomalácia, osteoporose, pacientes com história de quedas e fraturas, causas secundárias de osteoporose - doenças e medicações -, hiperparatireoidismo, doenças inflamatórias, doenças autoimunes, doença renal crônica e síndromes de má absorção - clínicas ou pós-cirúrgicas, como a bariátrica
  • Pessoas que realizaram a dosagem do estado nutricional da vitamina D e suas concentrações séricas foram inferiores as concentrações recomendadas como normais

*Fonte: Professora Doutora Natielen Jacques Schuch, do Curso de Nutrição e do Mestrado em Ciências da Saúde e da Vida da Universidade Franciscana (UFN). A reposição deve ser feita sob orientação profissional

COMO AJUDAR NA SÍNTESE DE VITAMINA D*

  • É indicada exposição diária de cerca de 15 minutos ao sol
  • A produção é maior das 10h às 16h, quando o sol está alto
  • Quanto mais áreas da pele expostas, melhor
  • O filtro solar pode ser usado, pois não interfere na síntese da vitamina

*Fonte: Mateus Dornelles Severo, médico doutor em Endocrinologia

*Com informações da Folhapress

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