novas regras

VÍDEO: donos de bufês estudam se adaptar ao novo decreto para não fechar as portas

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Em um restaurante, antes de se servir, os clientes recebiam uma luva descartável para uma das mãos

O decreto estadual que classificou Santa Maria com a cor laranja e determinou que os restaurantes não funcionem no modelo bufê entrou em vigor nesta segunda-feira, porém, alguns estabelecimentos da cidade ainda tinham dúvidas e se mantinham resistentes às novas regras. A reportagem do Diário percorreu três restaurantes da cidade para ver como os locais se adaptaram à restrição e conversar com as gerências sobre a situação. As opiniões quanto à efetividade do decreto são divergentes no setor.

A proprietária de um restaurante, que trabalha há décadas com o serviço à la carte acredita que fechar os bufês é, de fato, a melhor alternativa para diminuir o risco de contaminação por Covid-19 em espaços de alimentação. Ela observa que nem todos os recipientes têm proteção de acrílico, importante para evitar que a saliva dos clientes entre em contato com a comida, e o contato de várias pessoas com os mesmos talheres na hora de servir também não é recomendado. Agora, o serviço à la carte será oferecido de domingo a domingo, e não mais somente de segunda a sábado, como era até a semana passada. O bufê no domingo não ocorrerá mais.

- O cliente vem até o restaurante, vê o cardápio, escolhe o que quer comer, e recebe o prato servido na mesa. Pensando racionalmente, é melhor assim. Pensando de forma emocional, é uma pena, porque menos clientes vêm ao restaurante - explica a empresária.

AINDA ABERTOS
Em outros dois estabelecimentos de Santa Maria, um no centro e outro em Camobi, os bufês permaneciam funcionando, com a obrigatoriedade do uso de máscaras pelos clientes. Em um deles, antes de começar a se servir, o cliente recebia uma luva descartável para colocar em uma das mãos e, caso não estivesse usando, ganhava, também, uma máscara descartável. Segundo a administradora do local, essas medidas bastam para o cliente tenha segurança para frequentar o estabelecimento. Ela diz que aguarda orientações da prefeitura para saber se realmente terá de fechar o bufê:

- Penso que deveria ser considerada a possibilidade de colocarmos uma proteção de acrílico no bufê ou até mesmo um funcionário devidamente protegido para servir a todos os clientes. O formato à la carte limita a atuação do restaurante. Desta forma, não conseguiríamos oferecer uma grande variedade de pratos, como costumamos fazer - diz a gerente.

Um cliente que acabava de almoçar conversou com a reportagem e disse que fechar o bufê é "uma paranoia", pois o local já tem todas as precauções que ele considera necessárias para o momento.

Em Camobi, em um restaurante onde o bufê também estava funcionando, o proprietário garantiu que irá servir apenas à la carte a partir desta terça-feira e que já não o fez nesta segunda porque, quando ficou sabendo do decreto, os alimentos "já estavam todos prontos". Preocupado, o empresário contou que, no Dia das Mães de 2019, comercializou cerca de 300 almoços e, na mesma data, em 2020, vendeu 60.

- O fluxo de clientes diminuiu bastante. Vou ficar somente com o à la carte porque é a única forma de não fechar as portas e despedir os funcionários - diz.

Por meio de uma notícia publicada em seu site, a prefeitura de Santa Maria "reforça que as atividades econômicas estabelecidas no município devem seguir as determinações impostas pelo Estado e pelo município." Portanto, o Executivo não deve emitir nenhum parecer adicional quanto ao funcionamento dos bufês.

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O QUE DIZ O ESPECIALISTA
O professor Luis Fernando de Pellegrin, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que coordena o curso de Capacitação em Boas Práticas em Serviços de Alimentação, diz que o sistema à la carte oferece mais segurança alimentar ao consumidor, porque não há contato direto dos clientes com os talheres e recipientes onde os alimentos ficam reservados. Porém, outros cuidados com a higiene devem ser redobrados durante a pandemia.

- Lavar as mãos, entre todas as operações na cozinha, manter os recipientes lavados e enxaguados, são regras básica para qualquer situação e precisam ser seguidas com mais rigidez agora - explica o docente.

*Colaborou Rafael Favero

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