VÍDEO: descendentes de heróis do Exército falam da relação com marechal Mallet e coronel Niederauer

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
O tenente Pedro Henrique Mallet, 22 anos, é descendente do patrono da Artilharia

Hoje, é celebrado o Dia do Soldado. A data bate forte no Coração do Rio Grande, que possui o segundo maior contingente de militares do Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro. O 25 de agosto foi escolhido por marcar o nascimento de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro. Na região, a história dos heróis de farda ainda vive, não só nos museus ou nos nomes das unidades militares, mas também nas famílias.

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Natural de Restinga Sêca, o tenente Pedro Henrique Mallet, 22 anos, faz parte da sétima geração de descendentes do marechal Emílio Luís Mallet, patrono da Artilharia. Ele carrega no sobrenome o peso da responsabilidade de representar o militar que participou da Guerra do Prata, da Revolução Farroupilha e da Guerra do Paraguai. O marechal lutou na Batalha do Tuiuti, o maior combate campal da história da América do Sul, onde se destacou à frente do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo. Todos esses episódios marcaram o século 19.

FAMÍLIA
Foi ouvindo as histórias de família, passadas de pai para filho, que Pedro Henrique tomou conhecimento sobre a ligação com o antepassado. O nome do seu pai, Geraldo Mallet, consta, inclusive, em bibliografias sobre a descendência do marechal francês.

E a ligação do tenente com o Exército vai além da genealogia. Por coincidência, ele também serve no 3º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado (3º GAC AP), o Regimento Mallet. No local, está o mausoléu com os restos mortais do histórico comandante.

Pedro Henrique conta que não há muitos militares entre os familiares próximos. Porém, ele começou a se interessar pelo Exército ainda na infância, quando visitava Santa Maria com o pai, principalmente na época da Festa Nacional da Artilharia. O jovem ingressou nas Forças Armadas em 2016 e cursou o Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR).

- No Exército, nós levamos muito em consideração o nome, que fica junto ao peito. É um peso, uma espécie de bagagem que carrego. É mais uma das minhas missões, manter elevada a imagem do general Mallet - orgulha-se o tenente.

Na sala dedicada à família, no Memorial Marechal Mallet, a foto de Pedro Henrique fica lado a lado com imagens de outros militares, também descendentes do marechal, que fazem parte da história do Exército Brasileiro. 

"TENHO MUITO ORGULHO", DIZ BISNETA DO CORONEL JOÃO NIEDERAUER SOBRINHO
Moradora de Santa Maria, a aposentada Silvia Emília Niederauer Weiss, 89 anos, ostenta com orgulho, na sala de casa, um quadro do bisavô, o coronel João Niederauer Sobrinho. O militar viveu em Santa Maria a partir de 1844 e esteve à frente do 1º Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional do então Distrito de Santa Maria e 41º Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional, também sediado na região em que hoje está a cidade, além de atuar em diversas batalhas sob ordens do Império. Muitas delas onde o marechal Mallet também combateu. Em Santa Maria, Niederauer também foi vereador.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: arquivo pessoal
Silvia Niederauer tem, em casa, um quadro do bisavô

Silvia lembra que os pertences de Niederauer foram doados à 6ª Brigada de Infantaria Blindada (6ª Bda Inf Bld), chamada Brigada Niederauer. Ela recorda com carinho da história do familiar.

- Por muitos anos, eu cuidei da espada de festa dele, limpava com cuidado. Depois, doamos muitos itens para o museu - exemplifica a moradora da Rua Venâncio Aires.

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As lembranças da infância, nas proximidades da Sotéia, no Bairro Passo D'Areia, também dão saudade a Silvia. As terras pertenceram a Niederauer e a seus descendentes durante um bom tempo.

- Tenho muito orgulho de carregar esse nome tão importante para Santa Maria. João Niederauer Sobrinho foi um dos primeiros povoadores de Santa Maria. Hoje, a família está grande e espalhada pela região - emociona-se Silvia.

Coronel Niederauer dá nome para uma rua do Bairro Bonfim, em Santa Maria.

*Colaborou Rafael Favero