Rian Lacerda (Diário)
Durante a semana, a reportagem percorreu os 114 quilômetros da BR-158 da Faixa de Rosário, de Santa Maria até o trevo de acesso à BR-290, entre Rosário do Sul e São Cabriel.
Ao longo do trajeto de pista simples, a precariedade da sinalização impressiona. Falta de acostamento, restos de pneus, animais mortos na beira da estrada e mato alto dificultam a visibilidade, especialmente em curvas.
A ausência de sinalização horizontal e vertical é recorrente
Diferente do trecho entre Santa Maria e Júlio de Castilhos, o pavimento não está em condições críticas, mas a falta de obras recentes é visível.Em boa parte do trajeto, não há placas de limite de velocidade, e o asfalto, desgastado, revela a ausência de manutenção mais estruturada por parte do Dnit.
O tráfego de caminhões é menor do que em outras extensões da rodovia, o que contribui para um fluxo tranquilo, mesmo sem terceira faixa.
No entanto, a ausência total de postos de combustivel e a escassez de pontos de apoio dificultam o planejamento da viagem. Ao todo, são apenas três locais para alimentação, dois deles sem qualquer sinalização.
Apesar da ausência de buracos significativos ou ondulações expressivas, o cenário geral remete a abandono
Em diversos trechos, o acostamento é inutilizável. Na chegada à BR-290, por exemplo (foto acima), uma cratera se formou ao lado da pista, oferecendo risco para motoristas em paradas emergenciais, sobretudo à noite, quando a visibilidade é baixa. Em outros pontos, o mato cobre o limite da pista e, em curvas mais acentuadas, fica difícil de visualizar.
Durante o trajeto, a reportagem não encontrou nenhuma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A ausência de fiscalização favorece o excesso de velocidade, mesmo em trechos com escolas ou curvas fechadas. Ultrapassagens em faixa contínua também são comuns.
O que dizem os responsáveis
A PRF foi questionada sobre a ausência de policiamento, mas se reservou a não se manifestar.
O Dnit informou que obras emergenciais de tapa-buracos estão em andamento e fazem parte do Plano Anual de Trabalho e Orçamento (Pato). Sobre a falta de sinalização, o órgão respondeu que a recuperação está prevista dentro do contrato atual, sendo executada conforme a liberação de recursos. O trecho mais próximo do trevo com a BR-290 deve receber obras mais profundas e nova capa asfáltica a partir do segundo semestre, de acordo com o Dnit.
Rodovia mais jovem
Inaugurada há pouco mais de 16 anos, a Faixa de Rosário (BR-158) foi uma antiga reivindicação da Região Central e da Fronteira
Cruzando o Pampa gaúcho, plantações, áreas de eucalipto e vegetação nativa, os 114 quilômetros deram origem a uma nova rota de desenvolvimento, e fortalece a ligação entre Santa Maria e a Fronteira Oeste.
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