Trabalhadores do Husm entram em greve por tempo indeterminado

Denzel Valiente,Rebeca Kroll

Trabalhadores do Husm entram em greve por tempo indeterminado
Reunião dos trabalhadores da Ebserh com o Husm. Foto: Divulgação

Funcionários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) começaram uma greve de nível nacional nesta quarta-feira (21). A paralisação, que não atinge os serviços essenciais, ocorre após sucessivas falhas nas tratativas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) entre os trabalhadores e o governo federal. A greve não tem prazo para terminar.

No Rio Grande do Sul foram realizadas paralisações no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e, também, em outros hospitais geridos pela Ebserh, como os de Pelotas e Rio Grande. Para a diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais (Sindiserf/RS) e funcionária pública do Husm, Vera Regina Gomes da Rosa, a greve se fez necessária pela falta de diálogo por parte do governo.

– Eles não tem vontade de negociar conosco e querem mudar o nosso cálculo de insalubridade. Hoje nós recebemos sobre o salário básico e eles querem mudar para o salário mínimo, o que acarreta em uma perda real de 20% a 30% do nosso salário. Eles não querem retirar essa cláusula do ACT e por isso que não tem negociação. A nossa greve é para que o ACT seja assinado, para que a empresa negocie conosco essa cláusula, para termos uma reposição salarial e os nossos direitos sociais garantidos e assegurados – afirma.

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Conforme o sindicato, 60% dos funcionários estão trabalhando, o que mantém os atendimentos essenciais em pleno funcionamento. O Sindiserf e a gestão do Husm estiveram reunidos ainda na quarta-feira (21).

– Eles nos receberam com muita atenção, nos acolheram e estão conscientes da nossa luta. Estamos em greve, reunidos aqui no Husm e vamos continuar assim até a empresa se manifestar. Infelizmente foi preciso chegar a esse patamar de paralisação para que os nossos direitos sejam cumpridos. Queremos dar visibilidade ao nosso movimento e sensibilizar a sociedade para a nossa situação. Nós não estamos lutando por aumento salarial, estamos reivindicando os nossos direitos e o nosso ACT.

O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que garante direitos e benefícios aos trabalhadores da Ebserh não é renovado há cerca de quatro anos.

Em nota, a Ebserh afirma que busca uma resolução rápida para esse acordo coletivo

“A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) informa que a relatora do dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, determinou nessa quarta-feira (21) o percentual mínimo de manutenção de trabalhadores, em seus respectivos locais de trabalho, na base de 50% (cinquenta por cento) em cada área administrativa e de 60% (sessenta por cento) para cada área médica e assistencial, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), em caso de descumprimento.É importante acrescentar que, com o início das manifestações, fica ainda mais clara a vontade dos empregados, semelhante à da Ebserh, em uma resolução rápida para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Diante do impasse nas negociações, a Ebserh peticionou no dia 10 de agosto, no próprio TST, pedido para análise dos ACT’s em curso, requerendo o julgamento imediato do dissídio coletivo, inclusive quanto aos ACTs em aberto.O próprio TST sinalizou, em decisão proferida nessa terça-feira (20), que o processo já está se encaminhando para julgamento do mérito. Para que isso ocorra, basta que as entidades sindicais peticionem nos autos do dissídio coletivo concordando com o julgamento imediato pelo TST, inclusive com relação às cláusulas sociais e econômicas do ACT.”

Por Denzel Valiente e Rebeca Kroll

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