Cidadania

Santa-mariense faz voluntariado para ajudar pacientes com câncer

Luisa Neves

Pintura, fuxico, crochê, bordado, tricô, trabalhos em lona, vidro e plástico. Ora preocupada com a natureza, ora ouvinte, ora atendente nas feiras que buscam socorro para as instituições em que atua. Assim é a rotina de Lise Maria Schil Brasil, uma santa-mariense que se dispôs a fazer do voluntariado sua missão de vida.

Desde que venceu uma depressão, em 2002, ela vive para servir pessoas em tratamento de doenças graves, em vulnerabilidade social e ao meio-ambiente. Além de trabalhar voluntariamente na Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan), onde vive entre linhas, tecidos, vidros e colas, Lise cuida da filha caçula de 10 anos e é voluntária na escola Perpétuo Socorro, no Conselho de Segurança Aliementar (Consea) e na Associação de Reciclagem Seletivo Esperança (Arsele):

– Em 2002, comecei a trabalhar com crianças, sempre ensinando arte. Cheguei a ajudar no reforço escolar. Se um pouquinho do meu tempo pode melhorar o dia de alguém, é claro que farei isso.

 Alunos de Santa Maria dão lição de cidadania

A dona de casa Maria Inês Bastos é companheira de voluntariado de Lise e aluna de artesanato na Aapecan. A venda de materiais confeccionados com a ajuda de Lise contribui com o orçamento dela.

– Não tem artesanato que a Lise não saiba fazer. Ela é criativa e disposta a ensinar. Esses dias, uma pessoa precisava viajar e não tinha dinheiro. Prontamente, a Lise organizou uma rifa e foi vender na praça – lembra.

AJUDA PARA VIVER

Em 2011, a dona de casa Vera Lúcia Chagas descobriu um linfoma no pescoço. No início, assustada com o diagnóstico, queria ficar só em casa e chegou a pensar que não havia cura para o câncer.Mas, para enfrentar a doença, ela contou com o apoio de muita gente que, com jeito alegre de ver as adversidades, deram-lhe esperança e motivação.

– Na Aapecan, conheci a Lise, uma pessoa que só pensa em ajudar os outros. Tudo o que ela sabe, passa para nós, sempre com um sorriso no rosto. Sua disposição com os pacientes que ficam na Associação é contagiante – comenta.

Vera afirma que só não entrou em depressão devido à fé e à oportunidade de aprender trabalhos manuais com a voluntária. Ela sonha em um dia ver Lise ser retribuída pelo bem que faz a todos.

 Uma rua que inspira solidariedade

O assistente social da Aapencan, Thiago Donadel, conta que mesmo não sendo uma pessoa de recursos, Lise nunca exigiu nada em troca de suas aulas. Como membro do Conselho Municipal de Assistência Social, ela a define como um grande exemplo de voluntariado na cidade.

– Quem convive com a Lise sabe que ela é uma pessoa sem muitos recursos, e, mesmo assim, faz tudo o que pode para ajudar. Sua disposição e alegria de viver têm sido importante na associação – diz.

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 11/10/2017(Apecan, na Borges). Case: Lisi Brasil (9967 23532).  Ela é exemplo de voluntariado na cidade e atua em vários locais. Estará dando aula de artesanato para pacientes e outros voluntários da associaçãoFOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Foto: Gabriel Haesbaert / NewCO DSM

Donadel lembra que a doença não é o único problema das pessoas com câncer. Por trás disso, existem várias necessidades terapêuticas que são acompanhadas por diferentes profissionais, como psicólogos, assistentes sociais, entre outros.

– Contar com pessoas com a Lise é uma grande ajuda no dia-a-dia. Ela ganhou nossa confiança e a nossa gratidão.

Para Vera, a esperança de cura já chegou. Ela sabe que ainda tem dois anos de monitoramento médico, mas reconhece que, com a ajuda de pessoas como Lise, ela vai vencer mais essa etapa:

– Conhecer pessoas como a Lise é sinal de que vai dar certo. Só resta agradecer.

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