Meio ambiente

Santa Maria terá de esperar até setembro de 2018 para coleta seletiva por contêineres 

Pâmela Rubin Matge


 Santa Maria, RS, Brasil, 17/10/2017.Dos 100 contêineres laranja que a prefeitura recebeu em maio deste ano, há apenas quatro nas ruas da cidade.
Rua do Acampamento conta com dois contêineres para lixo secoFoto: Charles Guerra / New Co

Lembra daqueles cinco, dos 100 contêineres na cor laranja, que a prefeitura instalaria, gradativamente, para coleta exclusiva de lixo seco? Desde maio, nem um outro coletor sequer foi instalado pelas ruas. E, apesar da previsão de a cidade ganhar  outros cinco contêineres laranja até o final deste mês, a implantação da esperada e necessária coleta seletiva ainda deve demorar pelo menos 11 meses. Isso porque, segundo o secretário de Meio Ambiente, André Domingues, o contrato de coleta (de um ano, renovável por mais uma ano) tem vencimento em 30 de agosto de 2018. Até lá, o documento não pode ser alterado. Em abril, Domingues até anunciou um possível aditamento contratual, mas a proposta não foi efetivada. 

Nem mesmo a ideia do secretário de implementar um projeto de conscientização com a ajuda da comunidade, não vingou. A ação, ventilada em agosto deste ano, consistiria em instalar contêineres pelos bairros, não somente na região central. O primeiro seria no Bairro Perpétuo Socorro.  Contudo, a região mencionada não estava dentro da área de conteinerização – percorrida pelo caminhão de coleta – e que, segundo Domingues, foi  estipulada no contrato entre a antiga gestão e a Conesul, responsável pela coleta na cidade. 

Sem data para início da coleta seletiva, associações agonizam

Outro problema, é que o destino final dos materiais, independentemente, se é lixo seco ou orgânico é o mesmo: a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), popularmente conhecida como o aterro municipal, situada na região oeste de Santa Maria. São cerca de 7 mil toneladas todos os meses.

– O sonho de distribuirmos os 100 contêineres para coleta seletiva ainda vai demorar um ano, mas, esses 10 primeiros já servem como instrumentos de conscientização. Além de ajudarmos os catadores, historicamente, os processos de transformação social e cultura de inclusão ambiental necessitam de um período de adaptação – justifica Domingues.

Até o final de outubro, os cinco recipientes de lixo seco devem ser distribuídos na Rua Venâncio Aires, próximo à prefeitura, Rua Professor Braga e Avenida Fernando Ferrari e demais locais a serem definidos. O objetivo é instalar próximo a prédios residenciais, mantendo uma rotatividade. A prefeitura também está disponível a atender solicitações de moradores.

USO INADEQUADO
Na tarde da última terça-feira, o Diário percorreu algumas ruas onde estão os coletores laranja que se diferenciam dos recipientes de lixo orgânico, todos com a informação: vidro, metal, papel e plástico. Em pelo menos dois locais, Rua Acampamento e Rua Niederauer, pessoas dispensavam o lixo de forma equivocada.

– Nem percebi que são diferentes. Coloquei aqui lixo de cozinha, cascas de frutas – relatou Ana Crespin da Silva, 54 anos, após dispensar o material em um coletor laranja, na Rua do Acampamento. 

 Santa Maria, RS, Brasil, 17/10/2017.Dos 100 contêineres laranja que a prefeitura recebeu em maio deste ano, há apenas quatro nas ruas da cidade.Na foto: Ana Crespin da Silva, 54 anos - Doméstica.
Ana costuma utilizar os coletores, mas nunca percebeu a diferençaFoto: Charles Guerra / New Co

A quadras dali, na Rua Coronel Niederauer, o gari Gilberto de Almeida, 48 anos, trabalhava e lamentava:

– O pessoal ainda não está educado. Larga resto de comida no meio dos papelões.

Para o secretário de meio ambiente, não está descartada a possibilidade de autuar os cidadãos que dispensarem lixo de forma errada, já que configura crime ambiental. Porém, essa é uma questão complexa, que necessitaria do trabalho conjunto com outras secretarias do município, da Guarda Municipal e de câmeras, para a comprovação da prática.

 Santa Maria, RS, Brasil, 17/10/2017.Dos 100 contêineres laranja que a prefeitura recebeu em maio deste ano, há apenas quatro nas ruas da cidade.Na foto: Gilberto de Almeira, 48 anos - Gari.
Apesar de coletor estampar a informação que é exclusivo a resíduos recicláveis, população não é conscienteFoto: Charles Guerra / New Co

Por enquanto, a iniciativa que ocorre para minimizar o problema, são palestras de educação ambiental junto  escolas desde março. Outra, será a de projetos de conscientização junto a estabelecimentos comerciais e restaurantes, ainda sem diretrizes e data definidas.

COLETA SELETIVA CONTEINERIZADA EM SANTA MARIA
Desde de maio
 – 5 coletores (2 na Rua do Acampamento, 1 na Rua Niederaurer, 1 na Rua Appel e 1 na Rua Duque de Caxias)
Até o final de outubro – 5 coletores, totalizando 10 (Distribuídos na Rua Venâncio Aires, próximo à prefeitura, Rua Professor Braga e Avenida Fernando Ferrari)
A partir de setembro de 2018 – 90 coletores (local a definir)
* Não está descartada a possibilidade da instalação pontual de alguns coletores antes de 2018

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