Nesta semana, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega aos seus cem primeiros dias. Na avaliação do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, Lula e sua equipe cumpriram o objetivo de retomar programas e políticas sociais que deram certo e foram retirados dos cidadãos. Para ilustrar seu argumento, Pimenta citou programas como o Mais Médicos e o Minha Casa, Minha Vida.
– São programas que as pessoas lembram que, em um determinado momento da vida, ajudaram as pessoas a viverem melhor. Nesses cem dias, devolvemos os principais programas. Eles voltaram iguais? Não, tivemos a oportunidade de aprender com a experiência e trazer esses programas melhores do que já foram – disse o ministro em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que foi ao ar ontem, na TV Brasil.
Paulo Pimenta disse que agora é o momento de aguardar que as ações reestabelecidas pelo governo se concretizem e cheguem ao dia a dia do cidadão. Segundo ele, “existe um tempo para que as coisas possam acontecer. Quando você tem uma planta, para poder colher, você vai ter que plantar, cuidar. Quando chegar a hora, vai colher e usufruir”.
Além de retomadas, o ministro destacou que o governo vai lançar novas iniciativas, como um grande programa de obras públicas, como uma ação do Ministério dos Transportes:
– Vamos, só neste ano, investir mais em infraestrutura rodoviária no Brasil do que tudo aquilo que foi investido pelo governo anterior em quatro anos. Teremos manutenção, conservação, mas também a retomada de investimentos, obras novas, duplicações – detalhou.
O ministro afirmou que também estão no radar programas para ampliar o número de vagas no ensino integral, em creches, e para ampliar o número de médicos especialistas na rede pública de saúde. Conforme Pimenta, “tínhamos um enorme número de cirurgias represadas, e uma das primeiras ações do nosso governo foi disponibilizar o recurso para que essas cirurgias pudessem ser feitas, mas queremos ter um programa voltado a especialistas para responder à demanda da sociedade”.
Em relação à economia, o ministro disse que as novas regras fiscais, apresentadas pelo Ministério da Fazenda, Fernando Haddad, demonstram responsabilidade sem abrir mão de reservar parte do recurso para investimento, para que o país possa crescer e melhorar a qualidade de vida da população.
– Assim como tem uma meta que é a inflação, tem uma meta de gastos e, também, precisa ter metas de crescimento, de geração de empregos, de combate à fome. O país tem de pensar a sua gestão e seus desafios como uma totalidade. A proposta que estamos apresentando de arcabouço fiscal consegue juntar as duas coisas e demonstra, claramente, uma responsabilidade – avaliou Paulo Pimenta.
Fake news
As notícias falsas que se espalham nas redes sociais foi um dos temas abordados. E foi classificado pelo ministro como um grande desafio para a sociedade, no equilíbrio entre liberdade de expressão e combate à desinformação.
– Temos que pensar como enfrentá-lo no limite da garantia da liberdade de expressão, de cláusulas tão importantes que estão na Constituição Federal. O governo federal talvez seja uma das maiores vítimas das fake news. E cuidamos, exclusivamente, das questões que dizem respeito ao governo. Nossa obrigação é esclarecer a população sobre a desinformação que é difundida sobre o governo – afirmou.