efeitos da pandemia

Projetos sociais são alternativas para quem sente os efeitos da pandemia na mesa

Maurício Araujo

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha (Diário)

Em tempos de incertezas, é por meio de atos solidários que muitas famílias encontram o alimento do dia a dia. Se "empatia" foi uma das palavras mais usadas durante a pandemia de coronavírus, mais do que nunca ela precisa não ser apenas um discurso, mas uma prática. A bandeira preta no modelo de distanciamento controlado impôs restrições na circulação de pessoas, e aqueles cidadãos que trabalham em um dia para ter como comprar o alimento do dia seguinte sentiram os impactos. Para auxiliar estas famílias, diversas iniciativas foram fortalecidas durante os primeiros meses da pandemia. Um ano depois, no entanto, os projetos e as iniciativas sentem as dificuldades e também pedem socorro para continuar com um serviço essencial neste momento: alimentar quem mais precisa.

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Um pacote de farinha e outro de massa. Na quarta-feira, esse era o estoque de alimentos da família de Rose Carla Rodrigues Oliveira, 46 anos. Ela, o marido e os seis filhos sentiram na mesa os efeitos da pandemia. Sem ter como trabalhar por cuidar de uma filha com problemas neurológicos, a renda da família se resume a um salário mínimo recebido por meio do auxílio doença. O marido trabalha com corte de grama e serviços gerais, mas, devido às restrições, está sem emprego. Os projetos sociais são muito bem-vindos à família, sendo, muitas vezes, a única solução:

_ Conto muito com a ajuda dos projetos, sempre que sei que estão doando, eu vou atrás. Mas não é sempre que tem. A situação está bem difícil e assustadora. Tem a minha filha que também precisa de remédios e fralda. Hoje, vivemos todos com o auxílio doença, e nosso armário está praticamente vazio.

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A prefeitura de Santa Maria afirma que, tão logo seja possível, realizará um novo drive-thru solidário - semelhante aos ocorridos em 2020 - para arrecadar alimentos e distribuir às famílias carentes. Conforme a Secretaria de Desenvolvimento Social, o Poder Executivo lançará uma ação em relação a cursos profissionalizantes para a população como forma de gerar emprego e renda para quem está prejudicado pela atual crise. Ainda segundo a secretaria, cestas básicas são doadas de forma constante, sendo que algumas famílias têm acesso a um cartão, no qual é disponibilizado um valor de R$ 100 para compra de itens. Cerca de 700 famílias são beneficiadas por essas iniciativas. 

As doações arrecadas pela prefeitura são repassadas aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), que destinam os itens para as famílias cadastradas.

COM MENOS DOAÇÕES, PROJETOS TAMBÉM SENTIRAM OS IMPACTOS DA PANDEMIA

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha (Diário)
Após doações às entidades, estoques do Banco de Alimentos de Santa Maria começaram a esvaziar. Para dar continuidade ao serviço, é preciso de novas doações

O consenso de quem está na linha de frente dos projetos é a mesma: diminuiu o número de arrecadações, mas aumentou o número de famílias que necessitam de ajuda. Para garantir que famílias como a de Rose e tantas outras não fiquem sem alimentos, muitos projetos sociais e instituições fazem a sua parte solidária, mas eles também precisam do apoio da comunidade.

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O Banco de Alimentos de Santa Maria entregou, nesta quinta-feira, cerca de nove toneladas de alimentos. Pelo menos 20 instituições foram contempladas. Mas, depois disso, os estoques ficaram zerados. Neste ano, foram doados quase 30 toneladas para as entidades cadastradas. Em todo o ano passado, já em pandemia, foram 209 toneladas de alimentos.

_ Nosso estoque de alimentos está basicamente zerado. Tínhamos, até o ano passado, 32 entidades cadastradas. Hoje, devido à maior necessidade, já são 57 instituições cadastradas para receber os donativos, mas diminuiu o número de arrecadação. Mais do que nunca precisamos de doações _ reitera o diretor executivo do Banco de Alimentos, Iraci Antônio Dani.

O projeto Bom Samaritano, da Igreja Batista da Lagoinha, passa por situação semelhante. No ano passado, a iniciativa conseguia atender até 1 mil famílias, inclusive com distribuição de cestas básicas. Com a queda de arrecadações neste ano, o projeto consegue atender 300 famílias ao mês, mas com foco na entrega de marmitex, já que com menos arrecadações fica difícil montar as cestas completas.

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_ Estamos bem preocupados, porque percebemos o aumento de famílias buscando ajuda. Muitas pessoas trabalhavam durante o dia para ter o seu alimento, e, agora, elas não podem trabalhar e consequentemente enfrentam dificuldades. É uma realidade, e muitas pessoas estão sem saída neste momento _ destaca o coordenador do projeto, Jader Maretoli.

O projeto promove o banho solidário nas quartas-feiras para cerca de 50 moradores em situação de rua, bem como o café solidário para este público. Também são distribuídos cerca de 150 marmitex a moradores da Vila Lorenzi, nas quintas-feiras, contemplando famílias como a de Rose. Outras ações individuais e de assistência também são prestadas a pessoas carentes.

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Tanto o Banco de Alimentos quanto o Bom Samaritano faziam arrecadações nas portas dos mercados, mas, com as restrições devido à pandemia, essas iniciativas foram encerradas, o que ajudou a diminuir a arrecadação de alimentos.

MESA BRASIL SESC

Em contrapartida, o programa Mesa Brasil Sesc Santa Maria tem conseguido manter e até ampliar seus atendimentos. Até fevereiro deste ano, foram distribuídos 75 toneladas de alimentos para 102 organizações sociais cadastradas, que juntas atendem cerca de 12 mil pessoas. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento é de 270%. Em 2020, foram distribuídas 255 toneladas de alimentos. Hoje o Programa atende Santa Maria e mais nove municípios de sua abrangência. Mas, toda a ajuda é bem recebida. 

Como ajudar:

PROJETO BOM SAMARITANO*

  • Entrar em contato com a assistente social Isabel - (55) 99166 6966
  • *Para ajudar a família de Rose Rodrigues Oliveira - entrar em contato com a voluntária do projeto Taís (55) 99164 3936

BANCO DE ALIMENTOS DE SANTA MARIA

Doações em valores para adquirir alimentos e atender a demanda das instituições

Conta para depósito:

Por transferência bancária 

  • Titular - Banco de Alimentos de Santa Maria
  • CNPJ - 30.466.339/0001-49

Banco do Brasil - 001

  • AG - 1484-2
  • C/C - 43770-0

Caixa Econômica Federal - 104

  • AG - 2231-4 | Op. 003
  • C/C - 2265-5

Pix

MESA BRASIL SESC

O programa conta com um espaço permanente de recebimento de doações, seja por pessoas físicas e jurídicas, ponto fixo de arrecadação de alimentos é na Unidade do Sesc Santa Maria:

  • Endereço - Avenida Itaimbé, 66
  • Por meio QR Code em conta específica do programa no Rio Grande do Sul, que recebe doações em dinheiro (clique aqui)

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL

A prefeitura recebe doações na sede da Secretaria de Desenvolvimento Social. Qualquer cidadão que quiser fazer doações de alimentos que integram a cesta básica pode procurar a secretaria

  • Endereço - Rua General Neto, nº 504, no Bairro Centro
  • Telefone - (55) 3921-7284, entre 7h30min e 12h

RISOTO VIRTUAL DO LIONS CLUBE DE CAMOBI*

A fim de tentar amenizar a fome de famílias que estão passando por uma fase ainda mais agravada pela pandemia de Covid-19, foi lançado o I Risoto Virtual da entidade. Todo o lucro será convertido em cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade

  • Com quantas conchas você quer contribuir?
  • Valor concha fictícia - R$ 10
  • Pix - 92 459601 0001 85
  • Sicredi - Ag. 0434 / C/c. 05147-8
  • CNPJ - 92 459 601/001.85 - Lions Clube Santa Maria Camobi
  • *Não haverá conchas físicas
  • Doações até o dia 28 de março

OUTROS PROJETOS

Muitos projetos sociais são feitos em Santa Maria. Então, se você participa de algum, nos envie uma mensagem e descreva como a comunidade pode colaborar com a iniciativa

  • WhatsApp - (55) 99136-2472

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