Foto: Vinicius Becker (Diário)
A manhã desta segunda-feira (29) foi de salas de aula vazias e mobilização em Santa Maria. Em protesto contra a proposta de reforma da Previdência apresentada pela prefeitura, professores da rede municipal paralisaram as atividades em mais de 50 escolas, segundo o Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm). A cidade conta com 86 escolas e cerca de 22 mil alunos matriculados na rede de ensino.
A reportagem do Diário circulou por escolas da cidade, como a EMEF Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a EMEF Aracy Barreto Sacchis e a EMEF Duque de Caxias, e constatou a paralisação total das aulas nessas escolas. A mobilização foi aprovada em assembleia da categoria na última quinta-feira (25).
Protesto no centro e críticas à reforma

Durante a manhã, professores e representantes do sindicato se concentraram na Praça Saldanha Marinho, sobre o Viaduto Evandro Behr. Com faixas e ao som de gritos como "Professor na rua, Décimo a culpa é tua", os manifestantes distribuíram panfletos à população, detalhando os pontos da reforma que a categoria considera prejudiciais.
Segundo o material, a proposta "desconsidera a diferença de gênero, em prejuízo das mulheres", que hoje têm direito à aposentadoria com menos tempo de contribuição. O folheto afirma ainda que as novas regras podem reduzir o valor da pensão por morte ao salário mínimo, mesmo para servidores com remunerações mais altas, uma situação que, segundo o sindicato, "conflita com os parâmetros recomendados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).
Próximos passos
A manifestação desta manhã deve se estender para a reunião do conselho consultivo que discute a reforma, marcada para as 13h30min, na prefeitura. No encontro, as categorias, incluindo o Sinprosm, o Sindicato dos Municipários, o Ipassp e o Legislativo apresentarão suas sugestões ao Executivo. Uma nova paralisação já está agendada para a próxima quarta-feira, 1º de outubro.
O que diz a SMEd:
A Secretaria de Educação (SMEd) acompanha as paralisações dos servidores das escolas da Rede Municipal de Ensino, pois a adesão ao movimento é individual por parte de cada servidor. A SMEd estuda caso a caso para elaborar o calendário de recuperação. Contudo, a pasta municipal garante que serão cumpridos os 200 dias letivos e as 800 horas-aula.