Primeira atividade do projeto Reflora reúne pesquisadores em Santa Maria

Primeira atividade do projeto Reflora reúne pesquisadores em Santa Maria

Foto: Divulgação

Professores e alunos da Engenharia Florestal participaram do curso de escalada de árvores nativas

Foi realizada, na última quinta-feira (27), a primeira atividade prática do projeto Reflora, iniciativa do Governo Estadual voltada à recuperação da flora atingida pelas enchentes de 2024. O curso de escalada de árvores nativas ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal (Ceflor), em Santa Maria, e contou com a participação de professores e estudantes de mestrado e doutorado em Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A capacitação tem como objetivo preparar os pesquisadores para a coleta de material genético, etapa essencial no processo de reprodução das árvores nativas.

O Reflora busca desenvolver técnicas capazes de acelerar o cultivo de mudas para recompor áreas degradadas pelas enchentes. Para isso, será aplicada uma tecnologia criada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), após o desastre de Brumadinho (MG). Com o método, as mudas florescem em um prazo de cinco a oito anos, muito menor do que os 20 a 30 anos exigidos em condições normais.

Como funciona a coleta do material genético?

A tecnologia utilizada é a multiplicação vegetativa, que não ocorre a partir de sementes, mas pela coleta de galhos das árvores. Esses ramos dão origem a novas mudas, preservando a variabilidade genética das espécies. Segundo o professor Jorge Farias, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da UFSM, essa estratégia garante a continuidade das florestas nativas:

— O resgate de DNA, o resgate genético, é focado nessas árvores ameaçadas, retirar material delas e reproduzir novas mudas, para que se garanta a permanência desse germoplasma, ou seja, dessa variabilidade genética. Com isso vamos conseguir ter um equilíbrio ecológico do ponto de vista da perpetuidade e da continuidade das florestas nativas.

Além de favorecer o florescimento antecipado, a técnica auxilia também espécies ameaçadas por fatores como o extrativismo e o desmatamento.

— Além do resgate desse material genético para preservação, vamos conseguir também desenvolver material genético para ser utilizado na ótica da conservação pelo uso, que na nossa opinião, como cientistas da engenharia florestal visando à sustentabilidade, é a melhor estratégia para garantir a perpetuidade dos nossos recursos florestais, especialmente as florestas nativas — acrescenta Farias.

Parceria 

Treinamento teórico e prático foi realizado no CeflorFoto: Divulgação

O projeto, lançado em março, tem duração prevista de três anos e vai produzir no mínimo seis mil mudas de árvores nativas a partir da técnica de resgate de DNA e indução de florescimento. A ação é conduzida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), em parceria com a CMPC, a Embrapii, a UFV e quatro instituições de ensino gaúchas: UFSM, UFRGS, PUCRS e Unisc.

O investimento total é de R$ 7,5 milhões, sendo R$ 2,86 milhões da CMPC, R$ 2,34 milhões da Embrapii e R$ 2,30 milhões em contrapartida econômica da UFV. Os recursos serão aplicados em infraestrutura (como casas de vegetação e sistemas de fertirrigação), serviços terceirizados de coleta de propágulos vegetativos, compra de insumos e bolsas de pesquisa.

Para a UFSM, a participação no Reflora fortalece a integração científica e amplia a formação de novos profissionais.

— É muito importante esse trabalho em conjunto, pois vamos usar toda a expertise que nós desenvolvemos aqui na UFSM e vamos somar à expertise desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa para resgatar esse material genético — destaca Farias. 

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