data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Gabriel Hasbaert (Diário)
Na Asmar, menos de 10% do lixo dos pontos recicláveis pode ser reaproveitado
O prefeito Jorge Pozzobom fez até apelo nas redes sociais, na última semana, cobrando mais cidadania; Marta Tocchetto, professora especialista em Educação Ambiental afirma que falta sentido de coletividade e fiscalização; e Margarete Vidal, uma das coordenadoras da Associação dos Selecionadores de Materiais Recicláveis (Asmar), relata que a cidade carece de divulgação acerca do lixo que produz. Os apelos remetem à Campanha "Recicle no Laranja", lançada em 20 de novembro. Porém, a realidade atesta que a iniciativa está longe de cumprir o objetivo de ter uma cidade mais limpa e sustentável e com geração de renda. Desde o início da campanha Recicle no Laranja, em novembro, menos de 10% dos materiais puderam ser reaproveitados pela equipe da Asmar.
O propósito é que em cada um dos 50 ecopontos - onde foram instalados os contêineres laranjas - fossem depositados, exclusivamente, papel, plástico, metal e vidro. Mas tudo o que foi recolhido até agora - pelo menos três toneladas - não pôde ser aproveitado nem reciclado, tendo como destino o aterro municipal, pois havia muito lixo orgânico misturado. Via de regra, os resíduos deveriam ter como destino a Asmar, única instituição de Santa Maria que tem licença ambiental.
- Além da falta de consciência da população, a prefeitura tem de insistir em educação ambiental. Não adianta panfletar dois dias. Tudo que é novidade, demora para as pessoas assimilarem. Descartar tudo aqui no nosso pátio não adianta. E não é má vontade em separar, mas tem plástico, resto de comida, fralda, caco de vidro tudo misturado, 90% não se aproveita, além de estar cheio de muita mosca - desabafa Margarete.
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MAIS FISCALIZAÇÃO
A associação esperava receber mais matéria-prima dos contêineres laranjas para somar ao que já é recolhido pelo caminhão da Asmar. A cada duas semanas, são cerca de 50 toneladas recolhidas direto em empresas e residências credenciadas. Os materiais garantem o sustento de 27 famílias.
Sandra Rebelato, secretária de Meio Ambiente, informou, por meio da Superintendência de Comunicação da prefeitura, que a fiscalização será intensificada.
- Recebemos esse resultado com muita tristeza, nós, da prefeitura, e a Asmar. Nossa luta continua no sentido de que as pessoas se sensibilizem com o valor da destinação correta nos contêineres laranjas. Que só depositem papel, plástico, vidro e metal, e que os vidros sejam embalados de forma a não ferir os selecionadores - apelou a secretária.
O Executivo também informou que deve apertar a cobrança junto às empresas para que elas apresentem o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, conforme determina lei de 2010. Nas últimas semanas, a prefeitura até investiu em blitzes educativas e sanções depois que uma equipe de fiscalização encontrou pêlos de animais em um contêiner instalado na Rua Euclides da Cunha. O infrator foi localizado, admitiu o erro e se comprometeu em retirar o material do recipiente.
- É preciso campanha massiva e fiscalizar, principalmente, as empresas que jogam seus materiais nos contêineres, pois o município é responsável somente pelo lixo doméstico. Não falta informação. O que falta é educação, a mesma de quem estaciona em local proibido - avalia Marta Tocchetto.
CONTAMINAÇÃO
A professora ainda menciona a importância de constantes debates acerca do tema ou campanhas com desconto no IPTU. O imprescindível é que o destino dos resíduos seja feito adequadamente:
- Do jeito que está, é preocupante. Não adianta enviar para Asmar tudo misturado. Quando se tem um local preparado, como aterro, há uma bacia de retenção. Em outros locais, o descarte irregular é um risco para os trabalhadores e de contaminação do solo, que vai parar nos rios.
ROTA ALTERNATIVA
O recolhimento dos materiais que podem ser reaproveitados é feito pela empresa Conesul em uma rota alternativa, todas às terças e quintas, a partir do meio-dia. Os resíduos são levados à Asmar
Qualquer cidadão pode denunciar descarte irregular pelo telefone 156, no site, ou pessoalmente, no Centro Administrativo (Rua Venâncio Aires, 2.277, de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 13h)
O valor da multa varia de R$ 5 mil a R$ 50 milhões
OS ECOPONTOS
- Avenida Medianeira, em frente à Sec. de Infra Estrutura e Serviços Públicos;
- Avenida Medianeira, em frente ao estacionamento da Basílica;
- Avenida Medianeira, ao lado do Banco Santander;
- Avenida Medianeira, em frente ao Convento São Francisco de Assis;
- Avenida Medianeira, em frente ao nº 1781;
- Avenida Fernando Ferrari, em frente ao nº 1210;
- Avenida Fernando Ferrari, quase esquina com a Rua Padre Felisberto Azevedo;
- Avenida Fernando Ferrari, em frente ao Posto Ferrari;
- Avenida Fernando Ferrari, ao lado do nº 2031;
- Avenida Fernando Ferrari, ao lado da empresa Localiza;
- Rua General Neto, em frente à Cia do Vidro Elétrico;
- Rua General Neto, em frente ao nº 538;
- Rua General Neto, em frente ao nº 1024;
- Avenida Nossa Senhora das Dores, em frente ao retorno da Benjamim Constant;
- Avenida Nossa Senhora das Dores, em frente ao Posto Shell;
- Rua Euclides da Cunha, ao lado do nº 1617;
- Rua Euclides da Cunha, em frente ao nº 1860;
- Rua Euclides da Cunha, em frente ao nº 1588;
- Rua Euclides da Cunha, próximo ao Supermercado Beltrame ;
- Rua Pinto Bandeira, em frente ao Campo da Brigada Militar;
- Rua Bento Gonçalves, em frente ao Clube Dores;
- Rua Benjamim Constant, em frente ao nº 1054;
- Rua Benjamim Constant, ao lado da Malharia Aline;
- Rua Major Duarte, ao lado do nº 345;
- Rua Major Duarte, ao lado do nº 290;
- Rua Major Duarte, ao lado nº 382;
- Rua Senador Cassiano, esquina com a Manoel Gomes Carneiro;
- Rua Benjamim Constant, em frente ao nº 543;
- Benjamim Constant, em frente ao nº 704;
- Rua Silva Jardim, esquina com a Rua Dutra Villa;
- Rua Silva Jardim, quase esquina com a Rua Comissário Justo;
- Rua Comissário Justo, em frente ao nº 511;
- Rua André Marques, esquina com a Ernesto Beck;
- Rua Manoel Ribas, esquina com a Rua Dr. Wauthier, nº 1981;
- Rua Manoel Ribas, em frente ao Posto BR, esquina com a Rua Sete de Setembro;
- Rua Cel Ernesto Beck, em frente ao INMETRO, antes da Rio Branco;
- Rua Cel Ernesto Beck, esquina com a Rua Dona Luiza;
- Rua Cel Ernesto Beck, em frente ao nº 357, quase esquina com a Rua São Francisco;
- Rua Cel Ernesto Beck, em frente ao prédio dos Correios;
- Rua Cel Ernesto Beck, nº 1635;
- Rua Cel Ernesto Beck, esquina com Rua Antero Corrêa de Barros;
- Avenida Borges de Medeiros, em frente à Escola Darcy Vargas, antes da Rua Ernesto Beck;
- Avenida Borges de Medeiros, em frente à loja Falk Tintas;
- Avenida Borges de Medeiros, ao lado do nº 1238;
- Rua Venâncio Aires, ao lado da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, quase esquina com a Borges de Medeiros;
- Avenida Liberdade, fundos do Avenida Tênis Clube (ATC);
- Avenida Presidente Vargas, em frente ao nº 747;
- Avenida Ângelo Bolson, em frente à Casa X;
- Avenida Ângelo Bolson, ao lado da loja Ampla Moveis & Decor;
- Avenida Ângelo Bolson, em frente antes da Rua Dr. Zamenoff
Ministério Público fez recomendação ao município
Em julho de 2013, instaurou-se Inquérito Civil na 2º Promotoria de Justiça Especializada objetivando investigar o serviço existente e a implementação de coleta seletiva de lixo em todo em Santa Maria.
Em maio deste ano, realizou-se audiência na Promotoria de Justiça, definindo encaminhamentos a elaboração do Termo de Referência, essencial para fazer a licitação. Atualmente, O MP aguarda resposta da prefeitura até o final desta semana para que informe as providências tomadas para reforçar a estrutura da Secretaria do Meio Ambiente e viabilizar a solução da questão.
Em Caxias, coleta seletiva tem 12 anos e cobre 40% da cidade
Em Caxias do Sul, a coleta mecanizada e que utiliza a separação de de resíduos sólidos tem 12 anos. O município costuma ser referência em congressos e entre profissionais que trabalham com o meio ambiente. Por lá, a responsabilidade é da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), empresa mista, mas com 99% da controladoria municipal. Segundo o diretor da empresa, Mauricio Rizzotto, a implementação foi gradativa, contou campanhas e segue desenvolvendo projetos mensalmente. Em 2007, eram 500 pares de contêineres - amarelos (seletivos) e verde (orgânico). Hoje, são 1.900 pares que cobrem 40% da cidade, do centro a alguns bairros. O recolhimento é diário. A ideia, segundo Rizzotto é ampliar ainda mais o serviço. O resíduo seco é encaminhado para três associação de recicladores em que trabalham cerca 400 pessoas.
- Não vejo outra alternativa para resolver o descarte do lixo. Também não temos 100% de aproveitamento, pois um terço dos resíduos do contêiner amarelo acaba voltando para o aterro. E não é só por descarte irregular, mas por contaminação ou outros motivos. Mas é desta forma que conseguimos manter a cidade limpa e gerar renda para 400 recicladores. Junto das escolas também mantemos o projeto "O Caminho do Lixo", em que os alunos visitam empresas, aterro e entendem a importância dos processos - explica Rizzotto.