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PLURAL: os textos de Suelen Aires Gonçalves e Silvana Maldaner

  • Recados desde o Peru
    Suelen Aires Gonçalves
    Socióloga e professora universitária

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    Vejo as eleições do Peru, país vizinho, com bons olhos. O candidato do Peru Livre , Castillo, venceu a candidatura da ultradireitista e a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko Fujimori. Essa vitória tem um significado muito relevante para a conjuntura latino-americana.

    A DEMOCRACIA VIVE

    Atenção a um fato dessa eleição! A candidata derrotada alega fraude eleitoral e não admite a derrota. Já vimos essa história no Brasil. A ultradireita e seus setores convivem com a democracia desde que sejam beneficiados(as). A candidatura derrotada, da Força Popular, sem apresentar provas, alegou que houve fraude nas eleições e tentou anular uma parcela dos votos do seu oponente na região sul do país, berço eleitoral de seu adversário. Porém, tal acusação foi rejeitada pelo Júri Eleitoral Nacional (JNE) do Peru e comissões de observadores internacionais que acompanharam o pleito.

    NOVOS TEMPOS

    A vitória de Castillo representa a chegada das forças progressistas ao poder peruano neste último período histórico. Com esse diálogo, apresento elementos dos bons ventos democráticos, no sentido eleitoral, para o nosso continente. O Peru elegeu um professor e sindicalista, militante da luta em defesa da educação. Desde a juventude, Castillo, presidente eleito, fazia parte de rondas campesinas, organizações que combatiam crimes que ocorriam nas zonas rurais do Peru, o que, ainda hoje, representa em suas caminhadas ao usar chapéu característico aos integrantes destes grupos. Sua campanha foi de construção de participação popular e convocação de uma nova Constituinte no Peru que priorize o interesse público em detrimento do privado.

    Os bons ventos estão chegando. Vamos derrotar ideologicamente a ultradireita e seus setores fascistas e que flertam com ditaduras em nosso continente!

    Educação x opinião
    Silvana Maldaner
    Editora de revista

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    Vivemos numa democracia onde todos podem ter sua opinião, fazer questionamentos e não concordar com decisões ou discursos. Mas existe um abismo muito grande entre criticar e ofender. Ofender a honra, ofender o passado, diminuir e usar adjetivos pejorativos, depreciativos nunca foi e nunca será apenas uma opinião.

    Muitos indivíduos ganham a vida gerando conflito entre as pessoas para se promoverem como os pensadores. Conseguem, de alguma maneira, engajar seguidores ou apoiadores. Alguns chegam até a receber dinheiro público para representar seus pares. Fico imaginando o quanto de ódio deve existir dentro destas pessoas. Destilam a sua raiva para tudo que é histórico, tudo que é sagrado, e principalmente negam as nossas raízes.

    Como diz o nosso hino, povo que não tem virtude, acaba por ser escravo. Quantas pessoas são escravas de suas ideologias, seus partidos, seitas ou apenas apegadas ao poder ou a destruir quem está no poder?

    Uma comunidade inteira não pode ser penalizada ou julgada por opiniões preconceituosas e ofensivas de baixo escalão. Por quanto tempo continuaremos aceitando inverdades e distorções da realidade? Quantos anos levaremos para evoluir enquanto seres humanos capazes de dialogar sem ofender? Questionar sem agredir? O discurso de ódio não pode ser mais aceito. 

    As redes sociais democratizaram as opiniões. Qualquer pessoa pode expressar comentários ou sentimentos sobre a vida e os fatos. É maravilhoso interagir e compartilhar com diversas pessoas o mesmo sentimento. Além de aproximar, isso revela muito de como as pessoas enxergam, compreendem e fazem a leitura da vida, mas também, separa.

    Quanta gente perdeu encanto, respeito e admiração por opiniões nas redes sociais? Quantas amizades desfeitas, famílias separadas e figuras públicas canceladas? No final das contas, prefiro valorizar pessoas que possuem convicções e opiniões embasadas em dados reais, fatos concretos, do que aqueles que ficam em cima do muro, querendo agradar gregos e troianos, ou como papagaios de pirata. Ninguém agrada todo mundo o tempo todo. Mas respeito e educação sempre foi essencial.

    É bom quando as máscaras caem e os propósitos de cada um são revelados. Ninguém consegue ficar quieto muito tempo fingindo ser o que não é. A culpa não é da rede social. Ela apenas revela quem são as pessoas. E quando dizem que o brasileiro não tem memória, vem a "nossa senhora do print" trazer à tona toda a verdade. A humildade é para os fortes de espírito. A verdade sempre liberta.


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