Silvana MaldanerEditora de revista
Se tem uma coisa que tenho observado ultimamente é estrangeiro querendo salvar o Brasil. Acho muito curioso. Principalmente pessoas que deixaram países que estão em franca decadência. Sei lá se é bairrismo, ou o espírito nacionalista que tem me aflorado cada dia mais, o sentimento de pertencimento, de apropriação, de valorização e principalmente de amor à pátria tem falado mais alto.
Em todos os países que andei e convivi, percebi problemas estruturais. Alguns em extrema pobreza, como Jamaica, Venezuela, Colômbia, Egito e até encantadora Tailândia onde 70% da população vive na pobreza. Outros de extrema riqueza, como no Oriente Médio e Europa, mas com problemas gigantes com falta de água e recursos mínimos de autonomia de alimentos.
O nosso país é sem dúvida alguma, o mais rico de todos. Com uma fartura em alimentos, com uma extensão territorial gigante por natureza, com áreas férteis, com clima fantástico e com a tranquilidade de viver sem terremotos, tsunamis ou vulcões.
Aqui vivemos em paz, sem conflitos religiosos e acima de tudo com uma liberdade inimaginável para muitas pessoas do outro lado do globo.
Aqui falta apenas a cultura de valorização, de autoconhecimento, de defensores de práticas éticas e de um movimento mais ágil de compliance e de combate à corrupção. E não quero falar de política e de políticos malandros. Estou falando de pessoas que no seu dia-a-dia acreditam que precisam destruir concorrentes, ou praticar sabotagem alheia para poder crescer.
Quando a chef de cozinha Argentina Paola Carosella contou como abriu seus restaurantes de luxo aqui no Brasil e falou sem pudores que empreendeu aqui com sete investidores argentinos e que após um ano quis comprar a parte dos sócios, e para isto montou a estratégia de fazer o movimento cair, dar prejuízo e depois comprar barato a parte dos outros, perdi totalmente o encanto.
A mídia de um modo geral fica dando ibope e aplaudindo as práticas da malandragem como se isso fosse estratégia. Parece aceitável para a maioria dos brasileiros que vem sendo explorados constantemente, principalmente por governos corruptos e mentirosos. Mas o que é ético? Banalizamos a falcatrua? Legalizamos o jeitinho de se safar e que tudo vale para atingir o sucesso?
Esta chef me irritou mesmo. Volte para a tão querida Argentina, a mesma saudosa do Dr. Rene Favaloro, primeiro cirurgião cardíaco a fazer ponte safena no mundo, do Maradona, do Messi e do Quino entre outros ícones importantes no mundo.
Confesso que sempre admirei os Argentinos, mas tinha que engolir calada a soberba, a ostentação e o espirito de superioridade intelectual, pois eles tinham razão. Até o papa atual é Argentino.
Mas hoje, infelizmente, eles vivem de um passado de glórias, e sua política conseguiu nivelar uma grande maioria da população em um estado de falência e de pobreza. Quem lembra das nossas praias lotadas de argentinos que inflacionavam o preço dos aluguéis e restaurantes, pois era muito barato para eles?
Agora não tem mais nem Argentino esquecendo filho ou mulher em posto de gasolina, para fazermos piada.
Leia o texto de Paulo Antônio Laura
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