Foi em uma partida de futebol, em julho de 1996, que o Rei Pelé foi o grande responsável pela realização de um sonho na Quarta Colônia. Ele autorizou a doação de verba para a construção de um Ginásio de Esportes, quando era Ministro dos Esportes. Com isso, em poucos meses, a pequena comunidade do Distrito de Santos Anjos, em Faxinal do Soturno, pode usufruir do local.
O prefeito de Faxinal do Soturno, à época, Célio Chelotti, 68, trabalhava para buscar formas de construir um espaço para os moradores e a ideia saiu do papel com a ajuda de dois dos seus irmãos que moravam em Brasília, o que possibilitou a conversa com o assessor de Pelé, a assinatura do pedido e o envio da verba de R$ 153 mil, para a construção do ginásio.
Paulo Chelotti, 62, Policial Federal aposentado, vereador de Faxinal do Soturno, irmão do ex-prefeito Célio, relembra com detalhes do momento do pedido e da assinatura do documento.
— Estávamos jogando futebol na Granja do Torto, em Brasília, quando decidi revelar o sonho do meu irmão, que foi prontamente atendido pelo assessor que levou o pedido ao Pelé. Sempre pensei na minha comunidade, essa é uma marca muito grande, morei 12 anos em Brasília e por isso tinha acesso às pessoas certas. Fico extremamente grato em ajudar a comunidade, acredito que não existe mais nenhuma placa em homenagem ao Pelé pela região — relembra Paulo Chelotti, emocionado.
O ministro Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, prontamente atendeu a solicitação. Foi nessa ocasião que o prefeito mobilizou toda a equipe na elaboração do projeto, e em cerca de seis meses, o pavilhão foi inaugurado. No dia 29 de dezembro 1996.
— Foi um acontecimento importante, graças a amizade que meus irmãos tinham com o assessor, foi possível autorizar essa verba. Ele pegou a caneta e autorizou ajoelhado durante a partida de futebol. A mão de obra foi de toda comunidade, não teve envolvimento de verbas da prefeitura. Foi um momento muito significativo e importante, não tem como esquecer esse fato. Eles até duvidaram que a gente ia conseguir fazer essa obra, ainda conseguimos ajudar outras comunidades — conta Célio.
A história veio à tona depois da publicação da pesquisadora independente, Vera Chelotti, 70, nas redes sociais, relembrando a participação dos irmãos nesta conquista. Uma moradora da localidade, que hoje reside em Santa Maria, trouxe o assunto para o Diário e a equipe buscou as informações.
Atualmente, o ginásio está fechado, mas passa por uma reforma, por meio de uma emenda do Deputado Federal José Afonso Hamm no valor de R$ 260 mil. O valor já está a disposição da prefeitura. Com o recurso será trocado o piso, pintada as paredes e reformado os banheiros.
A previsão é que em março ou abril deve ser reinaugurado. Desde 1996, muitos estudantes da escola Estadual São Domingos Sávio utilizaram o local para as aulas de educação física.
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*colaborou Gilberto Ferreira