Santa Maria

Parque Itaimbé ainda acumula destroços da tempestade

Diário de Santa Maria

27 dias desde da tempestade que devastou casas e prédios, obstruiu vias e parou o comércio de Santa Maria, o Parque Itaimbé ainda emoldura a imagem da devastação causada pelos ventos de até 117 km/h. Apesar de os passeios já estarem desobstruídos, permitindo a passagem dos usuários, os canteiros do parque ainda acumulam galhos, pedaços de lona e até mesmo objetos carregados pelo vento, como os destroços do suporte de um ar-condicionado.

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 14/11/2017.Situação de alguns locais após o temporal. NA FOTO: Paula Bader, 42 anos, e Gabriel Richieri, 55 anos, poeta (casal uruguaio)FOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Quem passa pelo Parque Itaimbé, ainda precisa conviver com galhos que caíram no dia 19 de outubroFoto: Gabriel Haesbaert / NewCo Dsm

Segundo a ex-professora Jane Campos Ramires, 74 anos, que mora próximo ao local, a desobstrução do passeio do Parque Itaimbé pela equipe da prefeitura foi rápida:

– Acho que, em quatro dias, não havia mais nada trancando a passagem. Vejo que os garis continuam tirando os galhos mais leves que atrapalham a via.

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O casal de uruguaios Paula Bader, 42 anos, e Gabriel Richieri, 55, que passeava pelo local na tarde de ontem, observava o cenário com curiosidade. De passagem pela região, depois de participar do Festival Literário de Cruz Alta, eles contaram que estão hospedados na casa de um amigo em Santa Maria e acharam o espaço muito bonito, apesar dos resquícios de destruição:

– Imaginamos que havia ocorrido um temporal. Mesmo assim, achamos uma área muito bonita. Sentimos falta de mais atrações além da natureza, como esculturas de artistas locais, por exemplo – sugeriu Paula.

O flanelinha Getúlio Ramos Machado, 57 anos, que mora em um carro abandonado nas proximidades do Parque Itaimbé, preocupa-se com o risco do acúmulo de material orgânico das árvores:

– Imagina se alguém joga um toco de cigarro e causa um incêndio?

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 14/11/2017.Situação de alguns locais após o temporalFOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Além de galhos, muito lixo e até destroços de um suporte de ar condicionado seguem espalhados pelo parqueFoto: Gabriel Haesbaert / NewCo Dsm

O que diz a prefeitura

A responsabilidade de remoção de galhos em áreas particulares e calçadas é dos moradores. A prefeitura é responsável pela retirada de árvores grandes que ofereçam risco à população e ainda pela desobstrução das vias públicas. A prefeitura informou que "conforme a Secretaria de Meio Ambiente, os galhos estão sendo retirados do local de forma gradativa. O trabalho seguirá sendo feito até que todos os resíduos sejam completamente eliminados. Ainda de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, as árvores de maior porte que foram danificadas serão reutilizadas na composição paisagística do parque. A Secretaria de Meio Ambiente trabalha, no momento, no levantamento do material que poderá ser aproveitado na execução do trabalho".

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A prefeitura desbloqueou todas as vias com registro de obstrução na cidade logo depois da ventania. No entanto, ainda há marcas do vendaval nos meios-fios. A pasta segue fazendo o recolhimento de resíduos, priorizando áreas em que há maior acúmulo e onde o caminhão que faz a coleta consegue alcançar. Nesta quinta-feira, o trabalho será realizado nas ruas Gaspar Martins e Luiz Antonio Maffin.

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 14/11/2017.Situação de alguns locais após o temporalFOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo Dsm

DECRETO DE EMERGÊNCIA

A prefeitura ainda aguarda o reconhecimento do Decreto de Emergência pelo Ministério da Integração Nacional. O decreto permite que os municípios afetados por desastres naturais tenham acesso a recursos estaduais ou federais para cobrir as despesas dos reparos e possibilita a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) às pessoas afetadas, seguindo critérios específicos da Caixa Econômica Federal. Do ponto de vista jurídico, a homologação representa para a prefeitura a possibilidade de fazer readequações no orçamento e até de realizar obras de reparos com dispensa de licitação.

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ESTRAGO EM NÙMEROS
Segundo o relatório de danos do Decreto de Emergência, Santa Maria gastou R$ 184 mil em combustível na desobstrução de vias. Os números podem ser maiores, tendo em vista que o formulário contempla apenas o que foi registrado pela Defesa Civil Municipal. Confira mais dados do impacto do temporal:

- Prejuízo público – R$ 1,3 milhão
- Prejuízo privado na agricultura – R$ 821 mil
- Bairros atingidos – 33 bairros em quatro distritos
- Pessoas desalojadas – 4,8 mil
- Pessoas afetadas – 255 mil

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